quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O IDIOMA É VOCÊ

IDENTIDADE LINGUÍSTICA
Reprodução - São Paulo à noite, 1º plano COPAN

Para mim o assunto é inesgotável no urbi-et-orbi.
Eu não me canso de pensar e quando posso escrever (mais do que posso falar) sobre o português, ponho-me a tal. Decerto deve haver mais como este no mundo de milhões, da "lengua dulce e agradable"¹ do escritor Miguel de Cervantes (e olha, que vindo do vizinho espanhol...).
Em seus vários sentidos, em suas várias prosas, em seus vários poemas; das músicas letradas.
Das paixões ditas, das frases amadas em português. Escritas eletrônicas de amores destes novos tempos.
Da saudade deixada. E de um amor inequívoco que foi embora deixando a saudade; da noite solitária na grande cidade.
Quero deixar claro que não sou destes puristas arcaicos que julgam melhor patrulhar o idioma, "tomar conta dele", querendo assim rejeitar qualquer influência de outros falares. Estupidez seria afirmar que os idiomas não deveriam estabelecer trocas/informações entre si. 

Tornar-se-ia tarefa inglória fadada à derrota nestes tempos, de todo jeito. Ninguém toma conta do português. Todos nós tomanos no dia a dia.
A língua portuguesa segue em frente há séculos, modificando-se sem deixar de ser o que ela é. Hoje isto é corroborado pela globalização da informação na qual todos os 7 bilhões são uma grande aldeia. As pessoas conversam, negociam, se escrevem, lidam, trabalham, viajam, professam, se informam. Então, o português é uma destas, com mais de 260 milhões. Nota-se influência do inglês, é óbvio, já que é a língua da informática do globalizado planeta.  
Mas não escreveremos "Eu vou meu irmão casa". Ou algo que o valha.

Não me importo com esta torrente anglicista. Só me estarrece esta febre decenal de agências de publicidade por nomes estrangeiros, em geral ingleses. "Porque não", me perguntam; e respondo perguntando "porque sim". Lojas em shopping com palavras desnecessariamente escritas em inglês. 
Sem patrulhamento, de ambos os lados.
Escrever sobre o nosso idioma. Que de tão rico em suas construções e complexo em suas regras que parecem não ter fim e das exceções a algumas regras fazem dele um dos mais difíceis para quem quer aprender e mesmo para nós.
Os que se expressam neste língua. 
Dominante em uma vasta região do Novo Mundo, com 193 milhões de falantes.
São Paulo é a maior cidade de língua portuguesa no mundo, com mais de 11,2 milhões se expressando pela derradeira flor Lácio, como escreveu Olavo Bilac.

Somos um dos ramos do latim.
Surgida ali por volta do século IX no noroeste da península Ibérica ainda dominada em sua maior parte pelos árabes muçulmanos, no Condado Portucalense (que havia sido recém libertado durante a Reconquista Cristã portuguesa). Em 1290, tornou-se língua oficial do Reino de Portugal. Sim, este galego-português originou-se primordialmente do latim trazido pelos invasores romanos, ainda no século III A.C, amalgamado com influências menores de outros idiomas, como o celta e o árabe. 
É falado por tanta gente em lugares tão diferentes, com influências outras, histórias particulares. 
Pensando bem, este idioma que falo é o que me representa ante o mundo, é como eu me fiz desde que tive contacto com as letras. Expressão máxima de mim este português. Não posso aprender um outro sem que dominasse "para o gasto" aquele que fui alfabetizado.
(e quanto ao nome do blogue ser em latim, o fiz propositadamente; é desse que se fez este que você lê) 

¹[Obras Escogidas de Miguel de Cervantes, Tomo I, página CXXV, parágrafo 64; http://books.google.es/books?id=cxDkD9dfyawC&pg=PR125&lpg=PR125&dq=miguel+de+cervantes+y+la+lengua+portuguesa&source=bl&ots=rjiTI5UGes&sig=UvEkugIZC9JEr1Iu2jx5CdkzlkQ&hl=es&ei=o3TNTsqfHYTegQfHxJSkDQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=3&ved=0CCsQ6AEwAg#v=onepage&q&f=false] 

2 comentários:

Claudio Barbosa disse...

A culpa é da tv e do radio.O povo fala oque escuta.Não tem paciência e nem incentivo para ler.É lamentável.Também não aceito a idéia de americanizar as palavras ja que estamos na américa a muito mais tempo que os ianques.

Claudio Barbosa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.