sábado, 30 de outubro de 2010

DE ÚLTIMA HORA

TÍPICO DE POLÍTICOS
Sempre que eleições ocorrem, os políticos - ok, ok... a grande parte, faço uma concessão - se apressam em dizer o que determinadas fatias do eleitorado querem ouvir. Seja em Parintins, seja em Parnaíba, seja em Sorriso, ou em Barra de São Francisco, ou em Cananéia, ou ainda em Antonina e Deus sabe mais onde, eles afinam o discurso de acordo com a plateia; as conveniências fazem parte do jogo sujo jogado por jogadores desleais e que a toda hora mereceriam cartão vermelho. Bem, esta metáfora futebolística se parece mais com aquelas do boquirroto pernambucano travestido de paulista do ABC. Sei...
Voltando. Uma hora se é cristão, outra ateu; a favor do aborto, outra contra; a favor da união civil entre pessoas do mesmo sexo, outra hora contra; uma hora se é contra provatizações, outra a favor (aliás, a oposição foi incompetente para esclarecer o caso. O boquirroto mais uma vez calcou a pecha de privatista no candidato da oposição; como se estatização fosse garantia - no duro - de boa performance e de clareza de contas e sem apadrinhamento da companheirada metalúrgica dos botecos da vida).
Sabe o que me parece: eles falam aquilo que melhor convém, esquecendo-se que conveniência nem sempre está atada à verdade.
Mas verdade é um substantivo não muito usual na fala deles todos. 
E aproveitando, para quem ler, votem pela pessoa, pelo o que ela representa, olhando para o futuro e analisando se o Brasil precisa de uma mãe ou um pai. 
Eu acho que não precisa.
ps - um adendo: não sou nem privatista tampouco estatista; o melhor mesmo é analisar pontualmente cada caso, sem paixões e sem estrelismos.

domingo, 24 de outubro de 2010

COMPANHEIROS AUTORITÁRIOS

Autoritarismo travestido de democracia?
Há por aí muitos militantes de partidos X, Y e Z que se arvoram no direito de falar, se expressar e criticar o que quer que seja em razão de sua - suposta - superioridade com relação aos demais. E também existe o boquirroto, o Supremo Guia, O Timoneiro e porque não o Rei que incita a metralhadora giratória aos que não pensam igual a ele. Aqui, o que se vê é: "não está comigo, esatá contra mim". 
Eu não creio que o exercício da política deva saer feito com o fígado, nem mesmo que um eventual oponente deva ser tratado pela alcunha de direitoso ou ainda, como um inimigo a ser vencido/subjugado porque isto é um fator que se assemelha a quem está em uma guerra sem precedentes e campanhas políticas não operações de guerra; ou pelo menos não deveriam ser. Mas alguns tratam como se fosse uma guerra.
Na verdade, o despotismo não está tão longe de nós e em meu entendimento existem dirigentes partidários de alguns partidos ditos de esquerda que parecem costumeiramente atingir o gozo desta forma: sendo déspotas. 
Que coisa mais feia.
Outro fator é desqualificar e jogar no lixo tudo o que foi feito antes. Claro, que os outros erraram e também acertaram. Mas você, boquirroto, também errou e acertou. Ou, nos meandros de sua mente megalomaníaca você supõs que só houve acertos? E que o Brasil é o que é tão-somente à sua pessoa?
Ora, recolha-se ao seu devido lugar. Em uma democracia, é uma vergonha o boquirroto companheiro incitar o ódio e o rancor contra os "inimigos". 
Atenção, ó nobre déspota boquirroto, você é o magistrado da nação e não pode, não deve, se comportar tal um militante rancoroso que vê o adversário como inimigo e que deseja a aniquilação total. Se bem que sobre o seu ideário de democracia - do que sei dele - não me parece o mais desejoso para mim e para os que não pensam como você. 
Há dois pilares básicos: alternância pacífica de poder e liberdade de imprensa.
E você, nobre rei da corte brasiliense, parece que não lhe aprazem tais fatores. Bem, na verdade, isto não é surpresa alguma para mim.
O Brasil é muito mais que personalidades e muito mais que personalistas megalomaníacos.

domingo, 17 de outubro de 2010

BICHOS DO BRASIL

ESPECIAIS BICHOS
Reprodução, onça-pintada
Deixando os personagens da nada usual série um pouco de lado, quero aqui escrever sobre os bichos do Brasil, aqueles que a gente conhece (mal, acrescento) desde criança, mas que poucos viram cara a cara. E alguns dos que viram, os viram em zoos. Que é outro 'órgão' inventado pelo ser humano meio às avessas do bem; claro que em alguns casos em que a mão do homem foi lá e matou, arrancou o couro, mutilou e judiou, a opção pelo confinamento pode ser a única chance para não serem aniquilados em sua sua forma mais vil.

Voltando aos bichos do Brasil de norte a sul e de leste a oeste, passando pelo imenso centro.
Reprodução, lobo-guará
O lobo-guará é um possível campeão na minha preferência. Alto, pernas longas, esguio, a língua a pender tão caninamente característica e a triste história: claro, o homem chegou e começou a matar, e agora as fronteiras agrícolas no Cerrado estão empurrando o lobo-guará cada vez mais não sei para onde. Chega aos 30 kg.

Tem a onça-pintada (panthera onca), 3º maior felino do mundo, + de 90 quilos; e em alguns espécimes o peso chega a 130 kg. Há registros de machos que pesaram 160. Não tem para ninguém: senhor absoluto em terra, consegue matar jacaré e jiboia (o páreo é duro!) porque é um felino que se dá muito bem dentro d'água, ao contrário da maioria. Sem falar que o bicho é de uma beleza incrível e muito astuto. É o grande predador do continente.

Reprodução, anta
E a anta - erroneamente associada à burrice - é um herbívoro meio pré-histórico. É bonito também e aparentado lá trás com o elefante. Pode pesar mais de 250 kg e é o maior mamífero endêmico da América do Sul.
Tem o jacaré, a arara-azul, que parece estar se recuperando em seu habitat natural, e muitos outros; uma lista febril de animais que vagam por nosso território, como as espécies de serpentes recém-descobertas em ilhas do litoral de São Paulo À ema, magnífico bípede, sobram atrativos exóticos.

Reprodução, tamanduá-bandeira
Ia me esquecendo de um que acho simpático para cacete, o maior de todos de sua ordem: o tamanduá-bandeira. Peludo, com aquela língua viscosa e com suas garras curvas para trás; pesa ~40kg e tem 1,80 de comprimento. Recordo de ouvir lá no passado a expressão "abraço de tamanduá", significando um "abraço de urso". O bicho é quase inofensivo e tem uma beleza idiossincrática.

Aqui mesmo na maior cidade do Brasil, uma das maiores do mundo e a 19ª mais rica - São Paulo - existem lugarem que já foram relatados em que onças lá estiveram. Vejam que coisa: cerca de 11 milhões espremidos e onças a vagar.

A Amazônia é o bioma que concentra o maior números de primatas de todo o planeta. Tem de todos os tamanhos, cores, hábitos.

E tem o boto-cor-de-rosa (tucuxi, em língua tupi) nadando pelos rios - lamacentos e escuros sazonalmente - no qual o sentido da visão é menos desenvolvido com relação aos seus parentes marinhos. Para quê afinal? Ele tem o sonar (comum à família) e uma característica no pescoço que o difere do "primo" golfinho: as vértebras são menos "juntas" o que possibilita a ele virar com facilidade por entre os meandros de árvores alagadas quase até as copas durante as cheias. O boto faz manobras de dentro da água como um contorcionista. Vira quase 180º para ambos os lados!
Escrever sobre a fauna e respectivos representantes do seis biomas brasileiros tornar-se-iam tarefa para especialista, o que não sou. Sou tão-somente um super admirador destes bichos.Incrível que, com este modo de pensar de colonizados que fomos pelos lusos, ingleses e depois pelos americanos, deixamos de lado os nossos daqui para admirar, saber mais, sobre bichos mais distantes.

027 - VENTO

E depois vinha o vento, aquela aragem boa em um dia de verão trazendo alento imediato que talvez tanto necessitasse para caminhar por onde ele fosse. os pés, calçados claro, faziam seu papel de levar todo o corpo para frente, porque parado é que não vira.
Em uma manhã com um sol tórrido, avermelhando tudo parecia, fazia sua caminhada pelo parque sempre com o gosto do café ainda na boca. os dentes escovaria depois. Este amargo o fazia acordar mais e mais, a ficar atento e, junto à aragem, poderiam completar o sábado que seria longo até que o domingo chegasse.No velho moleton o telefone tão-somente.
"--- To aqui no parque. Tô até vendo seu prédio, a janela fechada. Tudo fechado...
--- Sábado? Nem nove horas ainda!
--- Para te acordar mesmo. Estava pesando de a gente tomar café junto, ali na padaria Flor do Algarve. 
Nossa, ele não vai responder nada? 
--- Duílio! Eu quero que você vá se foder.
--- Sabvia. Mas eu não desisto tão fácil. Levanta. Quer que eu passe aí? 
--- Não passe nada. Eu preciso tomar um banho. Dormi bem acompanhado e depois que foi embora voltei a dormir. Se você esperar...
--- Quem?
--- Quem o quê? Quem dormiu aqui em casa você nmão conhece. Você nunca conhece e não seria agora.
--- Então... Eu nunca conheço né? Voce é que sabe. Venha, estou aqui perto do bebedouro daquela curva do bosque.
Ele fala que nnca sei quem está lá. Às vezes eu acho que sei demais, até mais do que deveria saber. Pode ser. Também tem que eu não tenho nada com isto. Só acho que levar a vida assim, gastando grana e depois se enfastiando... Que ele diz que fastio não faz parte da vida dele. 
Da minha é que não pode fazer".
Tomaram mais café. E resolveram depois de 'abastecidos', ouvir música bem alto no apartamento do Simão. E o vento vendo tudo isto parece que colaborou e ventou ainda mais forte comemorando, batendo portas e desligando a chama do fogão. Sorte que os narizes sentiram.

sábado, 16 de outubro de 2010

026 - SEM SOBREMESA

Mesmo que a nítida sensação de não pertença a nada, a nenhum estrato social, a nenhuma orientação... Duílio pensava que poderia dar um jeito ainda em algumas coisas de sua vida que vinham cronicamente (inviável de vez em quando) se arrastanto como corcundas que arrastam os pés pelas catedrais em Sitka ou em São Miguel do Gostoso. O prato do dia era sempre o mesmo: um arroz com feijão meio sem graça, com carne de mamute que tem que se caçar todo santo dia. 
A esperança de vivenciar uma mudança radical percorria em frêmito seu corpo e que eriçava os pelos abundantes em alguns lugares e escassos em outros de seu corpo um tanto cansado da escuridão do poço em que havia se metido desde... Desde... ele não sabia mais desde quando. A subida até a boca do túnel, tortuosa e feita algumas vezes de descidas e subidas, o deixava prostrado. É o que ele chamava de "crônicos" pensamentos e modos de reação. Talvez se fosse mais assertivo e não ficasse elucubrando tanto porque isto, porque aquilo, porque assim...
Esperançoso na humanidade, nem tanto com relação a ele, piscava forte os olhos para ver alguma luz. E abria as narinas para sentir o doce cheiro do doce feito e assado na infância e que o fazia correr da rua para a cozinha de chão vermelho.
"O problema é que a mamãe não dá sobremesa... pelo menos para mim".
Raciocinava pela esperança que depositava nos homens em geral porque não gostava de especificar este ou aquele, uma vez que todo mundo é parecido quando sente dor. Este sentimento o ajudava a destravar o ranço que sabia poder se manifestar em seu pensamento, mesmo em indo de encontro a sua 'nada' esperança. simão, o amigo de (quase) todas as horas, o verdadeiro contraponto, auxiliava - luxuosamente sem pandeiro - no que podia e no que lhe cabia. Proporcionava deleites capitalistas ao 'pobre' e 'crente' Duílio. 
Parece que a sobremesa era posta à mesa e que deveria ser comida com em um butim pantagruélico de rapina, escarnecendo todo o restante. Quebraria algum dente se chegasse como hienas esfaimadas (que possuem mordida de quebrar ossos.
"É osso! Quando se tem a sobremesa, pareço que mais 'alguém' tem que se foder". Referia ao próprio e não ao mundo.

sábado, 9 de outubro de 2010

025 - PODER = PREPOTÊNCIA

Uma coisa que sempre que via acontecer sentia-se enojado e diminuído parecendo que podia estar na pele daquele que é humilhado. Nas relações entre poderosos é uma mordida para se manter no lugar ou para expulsar e tomar conta. Já quando é para disputar com quem nem tem de disputar condiçõe tem, aí sim, a mordida é paras valer. Machucar e dilacerar; não a carne e sim a alma.
Só que quando algum destes aí que se viciam como heroinômanos e alçam o poder, seja lá qual for, se entorpecem e mandam. Ah, isto eles fazem demais: mandar, e normalmente aos berros e com intenção de diminuir o lado mais fraco; como se fosse assim a prepotência pisando no pescoço do 'subordinado'. 
"Será que foi falta de couro quando eram pequenos? Ou, ainda, apanharam muito? Ou tem a ver com caráter? Bem, tem também o 'vil metal', que por ele, todo mundo faz tudo..."
Duílio nem pesnava em outra coisa a não ser neste longo feriado em descer para Santos com seu amigo Simão e poder sentir em cada centímetro quadrado de sua pele o sol arder, se espreguiçando com a mente cheia de fumaça. Ouvir o Atlântico quebrar a metros de seu corpo.
Porque de quebradeira... bastaria quebrar a cara e narizes de alguns destes poderosos que se julgam na intimidade com o subalterno e lhes metem apelidos que não foi estabelecido sob à luz do comum acordo. 
"mas ainda pior é fazer brincadeiras. E, claro, que o outro não tem nem condições de responder porque quem paga seu salário é o cara da prepotência. Gostam de mandar e mais ainda, gostam que as pessoas saibam que eles mandam.
Com aquele ar de grande fodão. Aos berros, humilhando e tendo o $ como coadjuvante". 
O telefone tocou e desceram para a praia em um possante carro, destes bem caros, com ar-condicionado. Para os poderosos tão-somente.