sábado, 19 de dezembro de 2009

CONTOS - III

Tomo a liberdade aqui de postar mais um trecho de um dos contos que tenho escrito nestes últimos anos. Tenho mesmo desejo de vê-los impressos em preto em superfícies brancas, lisas e com cheiro estalando de novo.
Este é o primeiro da atual série em voga.
Trata de um cara que é viciado em cafeína vivendo praticamente na solidão o tempo todo. Ele discorre sobre suas indignações (como o trecho que escolhido aqui) sem se abster da auto-crítica tão necessária a sobrevivência do personagem. Não há nomes desginando-os e sim críticas (ao mundo... A todos...) ferozes, vulturinas escarnecendo um lado sombrio que ele possue. Ninguém é poupado na espécie humana. Claro, tudo isto regado a muito café.
Aí está:
Incineração às 13h, sem açúcar
(trecho) Capítulo II - Agosto


Ventania “agourenta” (de novo) de agosto. Só se for para quem realmente sofre nestes 31 dias. Ele sabe quem sofre, excetuando os sabedores da periferia, e muito por agora. Bem, são os animais que “se apresentam” na arena daquela odiosa e insidiosa festa do peão no interior do Estado servindo de catarse para os humanos que assistem e que pagam dinheiro por isto. Na verdade, e alguns sabem, o espetáculo é deprimente porque impõe dor aos bichos; e a platéia dos homo sapiens vai ao delírio em um amontoado de bestas-feras que estão lá para ver e sentir o sofrimento extremo. Dizem que o tal do sedém não aperta os bagos dos bois e cavalos.
Mentira! Piada do ano, só pode ser. Ele viu uma matéria com a entrevista de uma veterinária séria que acompanha este suplício – comparável à farra do boi – na qual afirma que sim, são impostos sofrimento e dor aos bichos. Aí um peão qualquer, um idiota qualquer é mais crível, diz que não, que os bichos não sofrem que não se aperta porra dos bagos nenhum (esta é boa... bago... porra).
Mas e as fotos tiradas no instante em que eles corcoveiam na arena construída em versão moderna daquelas que os romanos colocavam os cristãos? Exato, as pupilas estão dilatadas e o olhar parece fixo. Pânico, ô peão idiota! Chama-se pânico! São sintomas básicos de muitos seres viventes do planetinha que transparecem em situações de fuga ou luta. No caso, poderia ser luta, todavia teria que haver igualdade de condições: o macho touro contra o macho humano, ambos de frente um ao outro. Um contra um e só. E aí, o peão idiota, vai continuar a alardear aos quatro ventos de agosto toda sua virilidade?
Pontos para Rita Lee em sua cruzada (tomara não inglória) ‘anti-rodeio’; para aquele qualquer daquelas duplas quaisquer dor-de-corno um excelente par de chifres bovinos (atenção, no sentido literal) a espetar-lhe os fundilhos cairia de agrado, afinal ‘é o amor’, não é? A verdade é que o dinheiro gerado na arena é muito e porque contrariar os interesses dos abastados fazendeiros/industriais, não é verdade? O dinheiro, o dinheiro... E nada mais vale do que ele. É o cão.
Que espetáculo imperdível será quando acontecer o touro contra o homem e aquele ganhar deste.
Ah, o peão possesso dias destes o indagou se ele não comia carne bovina. Come sim e concorda aqui que se afigure como um possível contra-senso uma vez que o bicho em questão tem que morrer – ser assassinado, não é? – para saciar sua fome.
Não é um espetáculo muito digno, só que todos os seres vivos precisam comer (e alguns, tomarem café) para mal e parcamente sobreviver. Ele não fica vendo o bicho ser morto, porque se vir é provável que não coma. E tem mais: é para comer, se alimentar. Não para diversão.

domingo, 13 de dezembro de 2009

MAIS UM TRECHO DA SÉRIE DE CONTOS

"ARQUIVO EM CONTRUÇÃO"

E como a cidade muda nos dias de frio. É, realmente, São Paulo combina muito mais com o inverno porque dá um clima – que clichê – mais europeu abstraindo alguns fatores. Bem lembrado, vou tomar um café na padaria da esquina bem forte e fumar um cigarro. Está frio aqui fora. Porta giratória, sem sensor, e atravesso andando de maneira daquela que de vez em quando eu forço. Nossa fazia isto quando queria aumentar minha presença é... Uma coisa mais de macho mesmo! Meio neenderthal. Que engraçado: neenderthal! Podia ser cro-magnon também. Macho para caralho também. Mas que eu acho que é de macho, eu acho! Balcão em vidro fumê e o cheiro da cafeína se espalhando pelo ar. Delícia. Rindo sozinho de novo...

Frio da pôrra! Mas tem lá suas vantagenzinhas. Nossa, a primeira é que sem dúvida diminui muito a quantidade daquele bicho do demônio! Dos infernos! Que nojo! Porque Deus, que é Deus, fez isto bicho? Ainda bem que lá no apartamento faz ano já que não tem nenhuma barata. Ódio mortal! E quando ela parada mexe aquela pôrra das antenas assim, estou rindo de novo... Quem me visse e ouvisse falando, e mexendo os dedos, ou ia pensar que usei alguma droga ou então que sou louco mesmo. Que asco! Só de imaginar que aquele inseto pode um dia andar em cima de mim acho que vou lavar com cândida de tanto nojo! E na cara então! Bichinho abjeto das profundezas! Pequenos, endemoninhados e repugnantes! Mato todas que encontro na frente! Ódio, muito ódio! Bicho da escuridão! Sem falar que feio que dói. Pára de falar em voz alta! Pára de rir sozinho...

É, acho que vou ter que pedir dinheiro para o Antônio e com prazo de recebimento para daqui bem longe. Mesmo porque as despesas que eu vou ter no fim do ano para eu fazer minha viagem e me adiantar já está separado e destinado. Porque será gasto, sem chances.

Até que está vazio pelo horário, final de tarde. Deve ser a garoa. Ou melhor, agora é chuva mesmo. E não posso esquecer deste detalhe. A chuva cai grossa espalhando como a cafeína muita coisa lá fora. Problemas vários e soluções algumas. Lembrei! Antes, preciso comprar uma mídia, para queimar muito. Dinheiro. Se cada pingo de chuva, aqui, na calçada da padaria, fosse um real. Pôrra, eu ia catar muito dinheiro e resolver meu problema já porque está foda! Não queria ter que pedir dinheiro para o Antônio. Emprestar ele vai, mas não queria

COM QUEM VOCÊ DORME?

AINDA A 'CURIOSIDADE' DAS PESSOAS
A pergunta parece sempre estar na mente das pessoas mesmo que não seja verbalizada, posta para fora, ela está ali, remoendo cérebros, intrigando pessoas e expondo – veladamente que seja – o preconceito dentro de si com relação ao outro.Estamos quase chegando na segunda década do século 21 e olhando para trás vemos como a humanidade avançou em tantas questões como a tecnológica, por exemplo. Esta, aliás, salta aos olhos não é mesmo? E pensar que no início dos anos 90 a grande rede nem existia; a questão ambiental parece que agora entrou de fato na agenda dos poderosos com a preocupação com o efeito estufa, redução da camada de ozônio, o desmatamento desenfreado (como uma paixão cruel às avessas da música), a coleta seletiva do lixo, o uso mais racional da água...Vê-se que a espécie humana anda inquieta com os rumos do planeta. Há avanços, claro. A conscientização de cada um de nós no que se refere ao espaço que vivemos e dividimos e à qualidade de vida são de fato de muito importantes.Mas para ser meio chatinho ainda existem “coisas” nas quais o ser humano parece engatinhar e mais, sem o desejo de levantar e ficar em pé.
Repito aqui a pergunta: com quem você dorme?Não deveria interessar a mais ninguém a não ser a você e ao (à) seu (sua) parceiro (a). Concorda? E se você dorme sozinho (como eu...) também não é do interesse de outrem.
Vivemos nós todos em uma das maiores aglomerações urbanas do mundo com mais de 11 milhões de habitantes concentrados somente na cidade de São Paulo. É gente indo para lá, gente indo para lá e chegando tarde em seus lares depois de exaustivos dias de trabalho. E apesar de vivermos aqui na Paulicéia Desvairada (que comete desvarios desde os modernistas de plantão) ainda existem pessoas que se preocupam com quem fulano (a) dorme.
Mas tem um agravante a esta mórbida curiosidade: se o seu parceiro (a) for do mesmo sexo que o seu, meu Deus do céu! “Que afronta aos bons costumes e à moral não é mesmo?”.
Homens e mulheres gays passam (deveria usar o verbo sofrer, o mais adequado, mas para não parecer um artigo panfletário...) todos os dias de sua vida recebendo olhares tortos, desconfiados, raivosos e tantos mais adjetivos havidos. Para deixar de citar a violência homofóbica expressa em muitas vezes por assassinatos e mutilação aqui mesmo em São Paulo que neste aspecto não difere em nada de outras metrópoles brasileiras.
E então vem à tona o título deste artigo: com quem você dorme?
Como se dormir com A ou B (tem gente que dorme com A e B ao mesmo tempo) fosse determinante de carácter. Ninguém é melhor que ninguém em razão de ser homossexual ou heterossexual.
Na verdade, à pergunta pode-se somar que os gays – homens e mulheres – deveriam procurar a aceitação da sociedade para poderem viver em paz e levar suas respectivas vidas com um tanto mais de dignidade. Discordo em gênero, número e grau.
Porque gays precisam da aceitação do outro para dormir com quem quer que seja? Ora, isto é um absurdo sem tamanho. Aceitar pressupõe permissão, pelo menos é o que parece leitor (a). Então gays devem obter permissão? E para você?
Para mim deve-se respeitar a vida de todo e qualquer ser humano, independente de sua orientação sexual, que por falar nisto, tem gente que insiste em repetir o refrão heterossexista “opção sexual”. É um erro que não é apenas semântico, mas um erro conceitual que implica imputar aos gays a decisão de terem “virado” gays ao longo da vida. Só pode ser piada não é mesmo? Respeito é o conceito chave. Claro que o ser humano é intrinsecamente preconceituoso, basta que olhemos para a história recente para que certifiquemo-nos: as mulheres penaram para conseguir um lugar ao sol; negros agora possuem leis que os protegem da “moral vigente”.
E aos gays? O que foi conseguido juridicamente? Ainda são tímidas as iniciativas que visam proteger estes cidadãos (sim, porque na hora de pagar impostos, votar, cumprir as leis não é perguntado com quem se dorme) e há um longo caminho a percorrer. O espaço para a homoafetividade neste Brasil globalizado precisa ser conquistado. Não é nada fácil, todos têm ciência do fato.
Sabem porque não é nada fácil? Porque as pessoas ainda se importam com quem você, leitor (a), dorme no aconchego do seu lar, seja na rua Frei Caneca, no Centro, nos Jardins, seja em Itaquera, ou ainda em Parelheiros.
Viver escondido e viver proibido de expressar seu amor soa como o livro 1984 em que o Grande Irmão vigia para que não se atentasse contra ‘a moral e os bons costumes’.
Enquanto dormir com alguém do mesmo sexo for um atentado contra esta moral heterossexista dominante, viveremos ainda como se estivéssemos lá na Idade Média, ou o que é pior, bem pior: viveremos como ainda gays vivem em países nos quais ser homossexual é passível de ser mutilado, espancado, torturado e morto (são aqueles que invocando interpretações bizarras justificam a matança em nome de Deus)
Ufa! Vivemos em São Paulo, a verdadeira capital da diversidade humana nestes confins sul-americanos que se não é a Meca para o estrato social representado pelos gays, é, sem dúvida, a cidade que possibilita meios de comunicação para que possamos discutir a questão da homoafetividade. Tomara que assim a gente consiga desmistificar esta “moral” e estes “bons costumes”.
(um adendo: nem todos heterossexuais se comportam como reza a cartilha da moral heterossexista e não se importam com quem gays dormem)

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

GOL HISTÓRICO

PALMEIRAS AVANÇA
Pode ser tarde, é verdade. Pode ser que os outros ganhem.
Mas ontem vi um Palmeiras valente e aplicado jogando como há mais de mês não jogava.
Com um diferencial que fez Diego Souza o grande heroi da partida ao assinalar do círculo central um gol feito de prima após defesa do goleiro do Galo. A bola entrou no gol encobrindo todo mundo que estava no caminho.
Houve o desempate e acabamos ganhando por 3 x 1 do Atlético. Vagner Love fez o terceio e terminamos a penúltima rodada em 3º com chances reais de lutar pelo pentacampeonato. Está certo, não depende mais de nós exclusivamente.
Mas como se diz por aí: o campeonato só termina quando acaba.
Diego é foda!

domingo, 15 de novembro de 2009

A FRANÇA AMAZÔNICA

O “DEPARTAMENTO DE ULTRAMAR”: GUIANA
Reprodução, mapa da Panamazônia - linha amarela
(A guiana Francesa está loocalizada no mapa acima, quase no centro, na parte superior, à direita, vizinha ao Amapá)

A Amazônia sempre é – e foi – um fator de preocupação para nós brasileiros e para outros povos, cujos quais dividimos a imensa Floresta Equatorial de mais de 6 milhões de km² (alguns geógrafos incluem na bacia do rio Amazonas a bacia dos rios Tocantins/Araguaia, com área superior a 7 milhões km²).
Se fosse um país, seria o 7º maior, deixando Índia, Argentina, Sudão, Cazaquistão para trás comendo poeira. E pouco menor que a Austrália.
Situada na linha do Equador, a floresta se estende pelo Brasil, dono do maior naco verde com cerca de 50% do total, e pela Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e... França.
Verdade. A França possui um ecossistema, bioma, bacia hidrográfica aqui na América do Sul: a Guiana Francesa, oficialmente com o status político de “departamento de ultramar”. Sei. Para mim soa o velho colonialismo europeu mostrando os dentes aqui no Novo Mundo. Menor unidade política do continente com cerca de 90 mil quilômetros quadrados (pouco menor que Pernambuco) e escassamente povoado: os habitantes não ultrapassam os 250 mil habitantes (do tamanho de Americana, no interior de São Paulo); Caiena a capital tem 60 mil e é o principal centro político-econômico do território. O território faz fronteira com o  estado do Amapá, extremo norte do Brasil.

Voltando à questão amazônica, vemos que a floresta ainda é a que menos se desmatou quando comparamos com outras do gênero equatorial e/ou tropical. Tirante os aspectos negativos do avanço da soja, da pecuária, das extrações ilegais de madeira, da expulsão dos índios... A Amazônia permanece o grande território verde do planeta.
Portanto, tem gente de olho, não se enganem.
Desperta a cobiça de grandes grupos econômicos e, por certo sem nenhuma paranoia, de alguns países em declará-la “Área Internacional”, algo do tipo como patrimônio da humanidade.
Grande balela! Mentira deslavada.
O que querem mesmo é entrar na floresta e ganhar dinheiro com o que for possível.
Temos que lutar a qualquer custo para preservar o lema “A Amazônia é brasileira”. Claro está que devemos e precisamos contar com o apoio dos nossos vizinhos para dar maior coesão política ao problema e defender a integridade territorial da região, bem como defender a floresta dos crimes listados logo acima (para desmatar sua nacionalidade não exime ninguém de nada). Um foro múltiplo composto pelos oito países sul-americanos abrangidos pela massa verde pode ser melhor respaldado em organismos internacionais e em grupos de discussão com outras nações.

Então... A luta vai ser renhida, daquelas de ser briga de foice no escuro.
Então... Porque não contar com uma ajuda valiosa pertencente à civilização europeia e branca? Porque não contar com um apoio que pode influir,. talvez, com mais vigor na esfera dos ainda detentores do poder neste sistema capitalista?
Falo da França: a Guiana Francesa tem mais de 60% de seu pequeno território dominado pela hileia (bioma amazônico).
Em minha opinião o chamado à França tem que ser firme e fazendo crer aos franceses que não são apenas parte interessada em lucrar com a floresta, mas inclusive parte da própria floresta. E que a preservação e integridade do território francês passa por firmar uma aliança política de importância capital para o Brasil, à América do Sul e à União Europeia. Com certeza a força política e econômica será bem maior com maiores possibilidades de defesa do território amazônico.
A Amazônia é nossa sim! Para defendê-la, no entanto, carece que façamos uma só voz e que lutemos acompanhados com os países amazônicos, França incluída.
Daqui uns 10 anos, 20 anos, 30... As coisas podem estar bem feias no que toca ao abastecimento de água potável à humanidade: e a região é detentora de vasto depósito de água doce da Terra. E a água tornar-se-á um instrumento de persuasão, para dizer o mínimo. Teremos problemas seriíssimos.
Porque não fundar algo do gênero... União de Países Amazônicos? Ou Fundo de Defesa da Amazônia? Organização das Nações Amazônicas?

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

ESTADOS DE SP E RJ DETÊM 45% DO PIB

RÁPIDA ANÁLISE DE NÚMEROS DO PIB

Escrevi mês passado sobre estimativas de população. E havia comentado que depois sobre as estimativas de PIB do Brasil. O IBGE mais uma vez é a referência básica; e segue aqui nova crítica ao sítio do órgão: combina ferramentas de alta tecnologia com antigas tudo isto misturado na tela, tudo poluído. Para quem não está acostumado é confuso e pode-se vir a perder tempo. Um novo lay out é para ontem.

Para vocês terem certeza acerca dos números, o IBGE calculou para 2006 que em valores absolutos o PIB do Brasil alcançou a cifra de R$ 2.369.796.546 (mais de dois trilhões), com renda per capita de R$ 12.688. Interessante verificar os números com acuidade para saber que o Estado de São Paulo responde por 33,86% deste valor. São Paulo – única cidade alfa na América Latina e a real capital do Brasil (frase já citada de dois autores em “Atlas do Brasil”) – é o verdadeiro coração da economia: 11,93% de cada 100 reais ‘feitos’ provêem da capital paulista, valor superior à riqueza total produzida pelo Estado do Rio de Janeiro, o segundo; Minas logo em seguida.

Dêem uma olhada nas cifras dos Estados (vou arredondar para evitar números em demasia) expressos em bilhões de reais; entre colchetes números percentuais e renda em R$:

1) SP – 802,56 [33,86] [19.548]

2) RJ – 275,36 [11,62] [17.695]

3) MG – 214,81 [9,06] [11.028]

4) RS – 156,88 [6,62] [14.310]

5) PR – 136,68 [5,77] [13.158]

6) BA – 96,56 [4,07] [6.922]

7) SC – 93,17 [3,93] [15.638]

8) DF – 89,63 [3,78] [37.600]

9) GO – 57,09 [2,41] [9.962]

10) PE – 55,50 [2,34] [6.528]

- observações:

a) 3º colocado, Minas Gerais tem renda abaixo da média nacional, mas ainda superior a de 16 Estados.

b) SP e RJ detêm mais de 45% do total do PIB (SP e MG têm 33% do eleitorado e 31% da população, os dois maiores).

c) RR com PIB de R$ 3,66 bi e AC de R$ 4,83 bi finalizam a lista

d) PI, renda de R$ 4.213 e MA, 4.628, são os menores do Brasil; SE com 7.560 é maior do Nordeste.

Paro por aqui. Em futura postagem teremos números dos municípios.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

ESTERÓTIPOS PODEM CONTRIBUIR COM MAIS INTOLERÂNCIA

CADÊ OS OUTROS?

Então tudo é baseado no maldito estereótipo? Eu, você, a mídia, intelectuais, o capital, a massa “ignara”, o governo se pautam em burlar a grande diversidade humana que existe de Vladivostock a Punta Arenas, de Akureyri a Nukualofa, de São Miguel do Gostoso a Goa. E olha que eu estou falando em quase 7 bilhões humanos que pululam por aqui (os números mais exatos mostram 6,75 bi) e que por razões geográficas, históricas, culturais, econômicas, genéticas e, por último mas não menos importante, comportamentais diferem uns dos outros. Caetano disse que “de perto ninguém é normal”, o que me alenta. Sim, creio que sejamos todos ‘anormais’ e não diferentes... Diversificados cabe melhor em alguns aspectos.

Insistir em reforçar estereótipos apenas e sempre é minorar uma pessoa ou grupo sejam quais forem. As pessoas são mais do que estereótipos, mesmo que estes dominem ou pontuem as relações entre nós. Reduzir e marcar uma pessoa somente por ele... Não me parece inteligente tampouco melodioso.

Entretanto, o que se vê é uma tentativa de nivelar e igualar os seres segundo as ‘convenções’ ditadas ao longo dos séculos e séculos. Para que sejamos mais hermeticamente similares porque sendo assim o domínio baseado na manipulação viceja de forma mais frondosa. O poder é aterrador de inebriante para determinados espécimes humanos. Estes gostam da adicção e não arredarão pé fácil não!

Quero chegar aos estereótipos humanos. Discorrerei, ou melhor, citarei alguns apenas.

- as loiras são burras (ou abarcando mais: as mulheres gostosas também)

- todas querem ser popozudas do funk aqui em Vera Cruz (“... nem toda brasileira é bunda, meu peito não é de silicone...”)

- jogador de futebol é analfabeto de pai e mãe (e demais atletas)

- político é corrupto (nossa esta eu reconheço: é difícil não mergulhar no dito estereótipo)

- todo cdf – agora se fala ‘nerd – é magrelo, usa óculos e não gosta de esporte

- os ferreiros de academia são obtusos (incluem-se surfistas e afins)

- negro é pobre e/ou favelado (para alguns muitos, nem chegamos a 1888)

- negro dirigindo carrão é motorista (deste a gente ouve inclusive as variantes: são empregados domésticos apenas para citar mais um)

- favelado é bandido (sendo assim, há milhões de bandidos espalhados?)

- mendigo é mendigo porque quer (“ora, quem mandou não estudar” é o que se ouve)

- puta é puta porque quer (esta é machista até o último pêlo dos bagos)

- pobre é ladrão (como se pobreza determinasse carácter)

- rico é canalha, e fez patrimônio roubando os outros (como se riqueza determinasse carácter)

- gay homem é afeminado e gosta de se travestir (tão recorrente e pequeno)

- lésbica é masculinizada e bate um bolão no bilhar (tão recorrente e pequeno também)

- gordo é infeliz e come porque quer (este incutido por vezes nos próprios, o que pode causar uma ‘miséria’ sentimental absurda)

- policiais militar e civil são ‘subornáveis’ (reduz-se a um bando de fora-da-lei agindo ‘em nome’ da lei)

- barnabé é vagabundo e faz corpo mole (e como funcionam hospitais, delegacias, escolas, repartições públicas etc, etc...?)

- viciado se vicia simplesmente porque tem a cabeça fraca ou o que é pior: porque quer (“o cara tem que ser preso!” É o que se escuta)

- motoqueiro é folgado no trânsito (não respeita as respectivas leis)

- paulistanos vivem para trabalhar e São Paulo é feia apenas (pouco para definir a metrópole brasileira)

- cariocas são vagabundos e o Rio é lindo apenas (pouco também para definir a outra metrópole)

- a imprensa brasileira quer desestabilizar o governo petista (claro, para eles basta que não concordemos que já se prenuncia uma desestabilização do regime)

- brasileiro gosta da tríade: samba/carnaval/Lula (a maioria por vezes pode ser tirânica)

- brasileiro é um apaixonado nato por futebol (viva a diferença. Há muitos que detestam)

- Hollywood só faz filme “americanóides” (de uma pobreza atroz reduzir a cinematografia americana às patriotadas filmadas)

- americanos irão destruir o mundo (pois bem: e quem vai impedi-los? Os chineses? Analisando sob esta ótica eles não querem também destruir mundo?)

- comunistas comem criancinhas (acho que este está em desuso... Nem sei se ainda tem maoístas, leninistas, stalinistas e trotskistas por aí)

- orientais no Brasil não se misturam aos brasileiros (ué, mas japonês nascido no Brasil não é japonês... É brasileiro)

- os muçulmanos têm Osama como herói (o Islamismo não é uma religião que propaga a violência)

- empresários exploram e arrancam o couro do trabalhador (e com que intuito? Até deixá-lo sem nada?)

Nossa. A lista é imensa.

O que fazer com estes questões arraigadas nos neurônios dos homens. Eu sinceramente não tenho a resposta. Digo, de toda forma, que lutar dentro de cada um nós para que saibamos que os tipos de nossa espécie são tão diversos. E não é só a digital que nos personaliza.

Somos uma amálgama de genes (bons e ruins), de geografia, de educação propiciada pelos pais, depois pela vida...

Onde estão aqueles discordantes dos estereótipos?

Soa como restrição estereotipar cada vez que se analisa (aqui o termo é bem amplo) o outro. Alguns detratores podem afirmar que eles existem e saltam aos olhos. Claro, nunca neguei o fato. Creio, por outro lado, que as manifestações humanas situam-se um patamar muito mais elevado do que simplesmente os estereótipos sociais aos quais submetemo-nos e resignados, portanto, perpetuamos.

Quão grave é isto?

Bem, basta ver a carga explosiva de preconceito e intolerância que de modo geral carregamos. Um mofo que vai se alastrando tomando conta de nossa lucidez.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

À CANALHICE O SPRAY

VAIDADE SOBRE A PELE

Ouvia um clássico americano (sim, eles têm coisas incríveis por lá) de Cole Porter na voz de Frank Sinatra, no qual um verso em inglês demonstra: “I’ve got under my skin”. Em uma tradição livre de preconceito e de policiamento poderia assim ser traduzido: eu estou “impregnado” de você. Claro que a mais próxima da realidade em português para a expressão no idioma de Edgar Allan Poe é: Eu te tenho sob a pele. Na canção está explícito o sentimento de total ocupação do corpo por este amor que se entranha sob a pele. Pele. Relegada a um segundo plano por vezes, maltratada pelo excesso de sol, por exemplo.

Pele. O maior tecido humano, medido em centímetros quadrados vários.

Tecido responsável pela comunicação com o mundo exterior o que faz dela o nosso maior órgão sensorial: é a possibilidade de sentir o outro. O toque sobre a pele traz efeitos variados como aquele frêmito a percorrer o corpo quando do toque do seu amor. O esfregar, o roçar de uma sobre a outra... Ah, coisa boa! E é responsável também pela transpiração, fator fundamental para mantermos a temperatura corporal.

Ponhamos a nos imaginar o que seria se arrancassem nosso couro, dos pés à cabeça...

Dor é o que vem primeiro em minhas ligações nervosas. Uma dor excruciante.

Mas não é só dor, daquelas físicas.

Tem a ver com beleza, poder e status. Tudo permeado claro por aquele que “está em casa contando o vil metal”.Porque humanos sentem dor e é inimaginável alguém realizar tal “façanha” com outro semelhante, um da mesma espécie da nossa... Já o que se refere aos animais, fazemos verdadeiras operações de guerra para lhes conseguir o couro, que desafortunadamente, aos olhos dos homo sapiens são dotados de qualidades que abarcam beleza extrema à ‘ergonomia’ (porque a pele dos bichos tem também outras funções). O mimetismo dos camaleões mostra do que o réptil é capaz de fazer.Estética. E por ela, arranca-se o couro de jacarés, arminhos, chinchilas, rãs (os anfíbios são os vertebrados mais ameaçados pela extinção), arminhos, pirarucus, cobras, raposas, leopardos, martas e muitos mais. Sem esquecer as penas usadas em fantasias e em desfiles no Anhembi e no Brasil todo.

Para estes, as avestruzes, estão aqui para deixar mulatas, passistas e destaques mais belos.

Fico me perguntando a razão. Quanto mais eu analiso mas me dou conto que me é incompreensível.Aqui, eu faço um adendo. Esta questão envolve o que o ser humano tem de pior: a vaidade pela estética neste sistema inventado por nós e que é, verdade, de difícil conserto – como sou otimista não quero pensar que estamos todos caminhando mesmo para o abismo. Acho que ainda dá jeito de dar um jeito nas coisas aqui.

Pela beleza e tortos caprichos sabemos que muitas espécies foram extintas apenas para cobrir corpos humanos vivos. Humanos que já haviam chegado aos tempos modernos – o dos tecidos sintéticos – e que, por este motivo, não tem razão embasada na necessidade daquela existida séculos e séculos atrás: de se cobrir para proteção de inimigos naturais e do frio

Vale é a vaidade humana que faz pensar que porque os bichos são lindos e que sendo assim devem nos embelezar já que estão aqui para nos servir como “raça superior” que somos e dominadora de todos.

E os bichos que morram não importando, inclusive, o modo como se faz para escalpelar os nossos companheiros de existência neste pedaço mínimo do sistema Solar. Lembro-me bem de um filme-documentário que vi na TV quando tinha meus 20 anos (é, faz tempo...) cujas cenas mostravam uma matança de bebês focas feita a pauladas em um lugar remoto do Canadá. É isto: separava-se a mãe do filhote e logrado o intento este era assassinado com pancadas na cabeça para não deixar marcas pelo corpo. Reparem que, além da crueldade, há a preocupação – mais uma vez – com a estética... Da matança que nada mais significa que lucro. O dinheiro prevalece.

Em frente à tela eu quedei-me paralisado sem entender porque faziam aquilo com os bebês. Esvaí-me em dó e tive ódio mortal dos caras que batiam neles. Mais tarde fui aprender que estes homens apenas fazem parte de toda uma cadeia produtiva. Eles não matam por eles, matam por outros. Claro que em um sistema capitalista para uma parcela privilegiada alguém tem que fazer o trabalho sujo e com certeza as ricas damas da sociedade, as lindas modelos é que não sujariam as delicadas mãos. Elas querem vestir o produto do morticínio.Evocando aquilo escrito no começo – a música de Cole Porter – soa que o amor que um ser humano nutre por outro em especial (seja lá quem for) pode se traduzir como algo que nos torna mais vivos, mais próximos daquilo Cristo julgou que pudéssemos ser. Ter alguém sob a pele (ou “ser o sangue que corre nas veias”) é de uma imensidão de amor que quase nos afogamos.

Entretanto... Os animais sofrem quando o homem vai lá em seu ambiente, chega, destrói tudo, constrói o que ele quer e mata. Como é possível que a vaidade/status se sobreponham à vida de outros seres que povoam exatamente o mesmíssimo lugar? Mais do que uma sobreposição ela é tornada uma interdição à vida.

Por vaidade? Para mim é de uma mesquinharia suja localizada no limbo da alma humana. Os bichos não vivem para nos servir com exclusividade. E não deveriam/poderiam ser mortos porque são desta cor, têm tais listas, o pelo sedoso, curto, farto ou coisa que o valha...

Outro ponto: ser belo pode custar vida e todo o código genético de uma espécie.

É previsível os homens e as mulheres fazerem isto com os bichos. Sabem por quê? Ora, se nós humanos arrastamos outros humanos pelas ruas no asfalto quente e os deixamos pendurados por um cinto de segurança... Com os bichos prefiro mesmo não relatar atrocidades que vi e ouvi por aí. Não porque me enoje, mas por sensação de extremada impotência pensando no que podemos fazer para parar este comércio podre e carcomido.

Para os bichos assassinados que 'saem' às ruas: spray nos casacos de pele agora.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

CALOR

TUDO VOLTOU À ‘NORMALIDADE’
Agora é verdade. Finalmente o calor chegou aqui em São Paulo. Estava sendo uma primavera – que mais parecia outono – torrencialmente chuvosa. Desde ontem os termômetros subiram e devem seguir assim até as noites de março e os dias de abril.
Reitero: já não era sem tempo!
A sensação de frio incomoda e torna alguns lugares frios. Por exemplo, onde moro durante estes longos meses de inverno ‘siberiano’, a área comum do prédio é um frízer natural. E dentro de casa o ar gelado alcança todos os cômodos.
Sendo verdade que o calor em São Paulo judia em seus dias de pico também é verossímil afirmar que a capital é mesmo a terceira mais fria do Brasil. Curitiba a primeira, claro. Situada a mais de 900 metros de altitude ali perto da Serra Geral e do Mar apresenta temperaturas que no inverno chegam a menos de 0°C. Porto Alegre, a segunda, se encontra já em terras que são consideradas de clima subtropical. Alguns geógrafos dizem temperado também por estar localizada no paralelo 30° O.
Chegamos então a São Paulo onde as noites de abril prenunciam o inverno que virá e onde o verão bate alto de janeiro a março.
Verdade que o calor aqui pode judiar e ouço direto de meus amigos paulistanos dizerem que a metrópole combina mais com o inverno. Quanta à judiação impingida aos 11 milhões digo que eu (e outros milhões talvez) considero certo exagero. Vejam bem: escrevi o advérbio certo porque pela pouca cobertura vegetal que a cidade tem, o asfalto e o concreto parecem sufocar. Quanto ao substantivo exagero: para quem foi criado no interior – grande parte em Piracicaba – considero o calor daqui ‘menos’.
Para quem cresceu no verão piracicabano em que dias seguidos marcando mais de 35° C são tidos como absolutamente previsíveis, o calor paulistano é mesmo um alento.
Há um senso comum lá em Pira para dizer se a noite foi de intenso calor quando se fala que “ontem eu vi as árvores. Todas as folhas quietinhas. Imóveis. Nenhum vento”
Fui forjado no calor. Houve uma mudança, tenho quer confessar. Antes eu não gostava do verão e preferia toda vida o inverno. Chegava maio... Eu e gostava.
Hoje o frio chega a me irritar tamanho desconforto que causa às terminações nervosas pelo corpo todo. Tem também aquele monte de roupa obrigatório. Acordar cedo. Entrar no banho. Sair do banho. Dormir de meia (esta é a pior).
E se chove junto? Foi o que aconteceu neste inverno. Desde 2000 os índices pluviométricos aqui na Grande São Paulo não batiam recordes. Uma das razões para que o frio tenha persistido até o fim de outubro.
Sinto frio. E não gosto.
São Paulo combina com todas as estações. No verão combina mais ainda.
Passa frio!
Voltamos à ‘normalidade’.

sábado, 31 de outubro de 2009

CONTO

Tem sido o meu preferido até a chegada do último. Eu gosto muito dele.
Vou variar um pouco e hoje deixando de lado política, história, as aflições, o cotidiano, esportes, Palmeiras e tudo mais e publicar um trecho de um conto escrito algum tempo. Nesta década. Como o blog é fazer jornalismo literário nada então se enquadra (da maneira que o leitor bem entender) mais afim que falar sobre o que escrevo. Nada publicado. Ainda.
Sei que o mercado é difícil e os contactos são mais restringidos.
Mas aqui vai. E, olha, foi difícil selecionar um conto. Mais o mais foda foi pinçar um trecho. Ah, a censura interna, não é (risos)?
Então, sem encher lingüiça, está aí.
Nunca tinha escrito nada sobre o carnaval porque penso por vezes ser clichê. Mas e aí se é? Qual problema?
Uma identificação maior com o samba tão presente no Brasil e em São Paulo e um tanto menos em mim.
Sinopse rápida:
A história se passa semanas antes do desfile de carnaval centrado em um presidente de escola favorita que perdera os filhos há pouco tempo. Um cara triste porque pensa que é assim que deve ser, rende-se a um fato do filho morto narrado pelo sobrinho que o faz mudar de idéia acerca de seus conceitos. E chega o dia da apuração.
"...E, em se tratando do conselho... Consistia em 10 membros heterogêneos em vários aspectos.
Os mais decanos possuem uma posição perigosa no que se refere às mudanças como esta da bateria, quesito tão tradicional em qualquer escola.
A bateria nota 9,5 em 2006 causou impacto.
Até hoje este 0,5 ponto perdido foi porque o maestro reticente era em promover a famosa evolução no recuo que todas as outras fazem.
Parente de um anterior fora convencido ao longo do ano que a evolução tinha que ocorrer.
Argumento de convencimento foi que em dois anos como mestre da bateria ele já teve um 9,5. Imperdoável.
Seu cargo ficou na corda bamba em ultimato até julho.
Curvou-se e acabou por gostar da idéia e promoveu um recuo bem ensaiado e em seu entendimento inovador.
E há que se registrar que a bateria conta com 40% de mulheres, índice inigualado por nenhuma outra.
Um dos componentes do conselho havia sido presidente na gestão anterior o que era previsto nos mecanismos estatutários da escola.
Todo presidente ao findar seu mando tornar-se-á conselheiro por mais cinco anos subseqüentes.
O cara é o seu grande aliado nestas pendengas.
Sabia de cor todo o estatuto da escola, era sobrinho-neto do fundador, integrante da comissão de frente.
Por isto escrevia no jornal distribuído na comunidade que ficava sob sua responsabilidade. Tido como “liberal” dentro da escola apoiou em 2003 a inclusão de uma ala destinada aos gays, homens e mulheres.
À época, o taxaram de homossexual, de vendido e outros tantos adjetivos indizíveis que alguns heteros, talvez os mal resolvidos, insistem em colocar de forma pejorativa.
E ele, resolvido e tanto na questão da orientação sexual pouco se importou, banco, peitou e conseguiu que ala “sobrevivesse”.
Hoje, está integrada com o restante.
Óbvio, que o preconceito ainda existe só que a ala fazia muito sucesso com o público e foi a primeira a incluir a minoria gay explicitamente.
O que não ficou restrito à mídia segmentada, a cobertura trouxe visibilidade maior à escola.
Canais de TV aberta e fechada destacaram o fato.
Até mesmo um partido da esquerda operária navegou na questão afirmando que políticas de inclusão sociais de minorias também se fazem pela alegria.
“E o carnaval, símbolo máximo da brasilidade, obrigatoriamente não pode nem deve excluir qualquer estrato social, incluindo-se os homossexuais, que todos sabem, são vítimas de exploração insidiosa e de preconceito.”, constava no jornal panfletário 10 mil exemplares distribuídos em portas de fábrica, escolas secundárias, bancos e universidades.
E já na seguinte 4ª de cinzas.
As três gralhas costumam fazer barulho nas reuniões... E acabam votando em prol de seu interesse. Lógico que uma delas tem uma perspicácia exacerbada e sente como os conselheiros irão votar.

Mesmo que se oponham ou ceticamente dêem de ombros, na votação, que é secreta, elas tendem a votar em conjunto.
Uma espécie de misoginia às avessas contra os abutres masculinos.
Ele crê que por serem minoria de menos de 1/3 elas se sintam pressionadas. Minoria no gênero elas compõem a maioria na etnia: negras como outros três companheiros.
Portanto, as deliberações estão equacionadas no que concerne a atos de racismo, intoleráveis dentro da escola, porque o diretor-presidente é branco, o que não ocorria desde 1980 (e que governou somente 13 meses) e único reeleito.
Mas tem que governar com a maioria negra no conselho. Veladas mesmo, somente as diatribes ditas por uns contra outros. E os outros contra uns.
Nato do ser humano e novo como andar para frente.
E quanto a isto ele nunca teve problemas sérios. Estão do mesmo lado para mudar o sistema de votação: de secreto para aberto, registrado em ata.
Brasília deveria tentar algo semelhante.
A secretária, toda prosa quando estrangeiros visitam a Unidos porque a ela é dado o ato de ciceroneá-los, participa sem direito a voto.
Idioma falado não é só aquele de Shakespeare não. Dante, Cervantes, Goethe, além do “atávico” camoniano.
Já virou piada na escola como ela mesma se referia: uma autêntica qüinqüelíngüe.
Muitos quando da palavra proferida disseram um retumbante “hã, como?”.
Qüinqüelíngüe, ela repetia: ela fala quatro idiomas além do português. Italiano, espanhol, alemão e inglês.
E se ela aprender o francês vai ser hexalíngüe? Permanece no cargo há seis anos.
É uma das que recebe salário juntamente com os seguranças e ajudantes de serviços gerais e cargos de chefia porque a ele não é dado o costume de requerer trabalho voluntário.
Dos 11 sim porque assim reza o estatuto.
Seja bem dito que todos os conselheiros exerciam influência, que se não absoluta é considerável com relação aos integrantes. Considerável sim, comparável à exercida pelo “rei” não."
Valeu.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

MARE NOSTRUM - I

ROMA, NOSSOS ANTEPASSADOS DO LÁCIO QUE NOS FORJARAM: O MUNDO OCIDENTAL
Escrever sobre o nascimento e a subseqüente história de Roma lá no longínquo ano de 753 a.C. requereria anos de estudo em universidade e coisa e tal. Não sou historiador, sociólogo ou antropólogo. Apenas mais um admirador da vasta civilização formada no entorno do mar Mediterrâneo e que alcançou o mar do Norte, o mar Negro e por um período de tempo, o Cáspio localizado na Ásia Central.

Roma foi fundada como uma monarquia, que passou à República e que se tornou império novamente. Durante os quase 600 anos que a civilização romana se iniciou e dominou boa parte do mundo conhecido foram gestados costumes, heranças “modus vivendi” e “modus operandi” que perduram até hoje. Para usar um exemplo bem clássico – mas não único – temos hoje o que é nosso direito baseado no Direito Romano.
Claro, fui econômico no tanto que Roma nos deixou como legado porque o idioma latino, creio, seja mais preponderante de todos (literatura, militaria, história, escultura, costumes...)
E vou voltar ao assunto em breve.

Mas ainda fazendo algumas considerações, o século de ouro do Império se deu em um período de aproximadamente cerca de 160 anos ou mais; que vai do século I (Trajano é o grande nome e Adriano, seu sucessor dotado de rara inteligência) se estende pelo século II até um tanto pouco do próximo. Da Síria até a Britânia (com a capital Londinium fundada pelos romanos), da Mauritânia Tangitana até a Dácia (quase na Ucrânia nas fronteiras de hoje), passando pela planície húngara, pelas quase desabitadas terras do Épiro, pelo arenoso Egito e Arábia, os governantes souberam por um bom tempo amalgamar todos estes povos tão díspares entre si.
Roma (para mim ao lado da Grécia Antiga) é a civilização que forjou/moldou o que é hoje a civilização ocidental (para o bem e para o mal). Um verdadeiro entusiasta se encontra aqui. Os romanos foram os senhores do mundo.

(a legenda do quadro está logo aqui nos marcadores de postagem)

sábado, 24 de outubro de 2009

NO INTERIOR URBANO DO CONTINENTE BRASIL


81 MUNICÍPIOS COM MAIS DE 300 MIL
Acho que em todo lugar do mundo as capitais de suas respectivas unidade político-administrativas sejam quais forem “cooptam” a mídia e atenção tensa dos habitantes destes seus lugares e de outras plagas (esta é meio antiga...). É assim na maioria dos lugares: seja na China, do Tibete a Xangai; na Austrália do deserto ao ‘satélite’ Tasmânia; na África do Sul do Cabo ao Limpopo; em Omã de território arenoso; do ‘inabitado’ Épiro ao Colosso de Rodes na Grécia; do retângulo português do Minho ao Algarve; do enclave báltico Kalinigrado ao extremo leste lá Vladivostok na imensa Rússia esparramada. Podemos citar ainda a Argentina, o Gabão, a Espanha, a Itália, o Japão e tantos outros: México, Sérvia, Marrocos, Romênia, Fiji e, evidente, a populosa Índia.
E aqui na RFB (República Federativa do Brasil) não poderia ser diferente. O grande exemplo que foge à regra (não 100%) é os Estados Unidos e em menor escala o seu enorme vizinho, o Canadá. Verdade, senão vamos dar uma olhada nos EUA. Nova York não é capital do estado de mesmo nome; Los Angeles não é capital do ‘país’ Califórnia, Chicago não é a capital de Illinois e, catatônicos todos vós fiquem, Miami não é a capital da Flórida (pela ordem: Albany, Sacramento, Springfield e Tallahassee).
Retomando sobre a RFB. Nos 26 Estados do Brasil, apenas em dois a capital política não é o maior centro urbano/comercial/industrial: Santa Catarina onde Joinville supera a capital Florianópolis e no Espírito Santo onde Vitória é o 4º maior município depois de Vila Velha, Serra e Cariacica. Excetuei o Distrito Federal por razões conhecidas.
Mas nos outros 24 a padrão é seguido à risca.
E como escrevi no começo, estas capitais recebem – para o bem e para o mal e merecedoras ou não – as luzes de modo geral da mídia, do empresariado e do Governo.
E o imenso interior do país-continente? Cidades pequenas apresentado atraso tecnológico, bastiões do conservadorismo, despreparadas e atrasadas culturalmente?
Que nada! Estes fatores estão se distanciando.
Mais uma vez, recorro ao site IBGE (um pouco confuso) para relatar alguns dados de estimativa de população e os números dos PIBs municipais.
Como já escrevi, o Brasil tem, segundo as estimativas de 2009, 81 municípios com mais de 300 mil habitantes. Uma cifra bastante razoável, porém mal distribuída, como também veremos. Então para arrematar o artigo anterior, vamos destrinchar (não à exaustão, claro), dentre estes 81, os 28 que se situam no interior do país. É... Aquelas que para muitos das capitais não passam de lugares povoados de caipiras.
Campinas, por exemplo, a “capital” do Interior do Brasil tem mais de 1 milhão de habitantes o que a torna maior que nada menos 14 capitais estaduais (São Luís e Campo Grande, só para citar duas), sendo a terceira do Estado de São Paulo.
Pela ordem, os 15 maiores:
01- Campinas (SP) 1.064.669
02- Uberlândia (MG) 634.345
03- S. José dos Campos (SP) 615.871
04- Feira de Santana (BA) 591.707
05- Sorocaba (SP) 584.313
06- Ribeirão Preto (SP) 563.107
07- Juiz de Fora (MG) 526.706
08- Londrina (PR) 510.707
09- Joinville (SC) 497.331
10- Campos (RJ) 434.008
11- S. José do Rio Preto (SP) 419.632
12- Santos (SP) 417.098
13- Caxias do Sul (RS) 410.166
14- Campina Grande (PB) 383.764
15- Piracicaba (SP) 368.843
A distribuição pelo país destas cidades segue consoante muitos outros aspectos, a liderança de São Paulo, encabeçando a lista com 12 delas em seu território (mais Bauru, Jundiaí, São Vicente, Franca e Guarujá). O Paraná, vice, com quatro (mais Maringá, Foz do Iguaçu e Ponta Grossa) é o único Estado em que as quatro posições logo após a capital se encontram no Interior; Minas Gerais emplaca três (mais Montes Claros). Bahia (mais Vitória da Conquista), Rio de Janeiro (mais Petrópolis) e Rio Grande do Sul (mais Pelotas) com dois cada um. Fecham a lista Santa Catarina, Paraíba (a ‘estrela é Campina Grande, capital do Sertão Nordestino) e Goiás (Anápolis).
Um rápido olhar permite que constatemos que os Estados menos populosos e/ou que apresentem macrocefalia (situação em que a capital política supera em muito qualquer outro município do Estado) estão fora da lista. É o caso do Amazonas onde Manaus, com mais de 1,7 milhão, detém quase 50% da população total e Parintins, a segunda colocada não chega a 120 mil; assim também o ocorre como Ceará, Mato Grosso do Sul, Roraima e Piauí dentre outros. Para se ter uma idéia, no caso do Piauí, a segunda maior cidade do Estado, Parnaíba, tem 146 mil habitantes e Teresina, a capital, 805 mil. Na terra de Ceci e Peri o exemplo fica mais gritante. Fortaleza, com mais de 2,5 milhões não tem rivais: Juazeiro do Norte, a maior do Interior, 250 mil.
Estes adensamentos de gente homo sapiens pelo Brasil promovem uma descentralização suave da dinâmica industrial – em específico – e da agricultura brasileiras. E podemos afirmar que muitos destes do rol também mostram um desenvolvimento tecnológico acelerado e acresça-se que alguns até formaram pólos dinamizadores espalhando sua influência por municípios vizinhos. Rememorando que Campinas é o melhor exemplo, porém não único claro: Anápolis, Londrina, Campina Grande, Feira de Santana, São José dos Campos podem ser citados.
No próximo vou escrever sobre os PIBs destes municípios “caipiras”.
(a foto está no sítio, endereço logo abaixo é do fotógrafo Sidnei)

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O SOFRIMENTO, A LUTA E A ARMADURA

DESTAS CONVERSAS DE MSN
Falando outro dia por msn (é... porque o tempo hoje é tão mais corrido do que antes; bem pelo menos este tempo é o tempo da internet) com uma grande amiga jornalista sobre as angústias humanas, os desesperados pedidos de socorro que povoam a Terra e sobre as mazelas humanas do cotidiano, ela me disse (quer dizer escreveu... msn, sabem como é...) que temos sim que encilhar o cavalo, vestir a armadura e sair para luta. Poderia dizer guerra, é que não gosto mesmo deste termo: remete-me ao que o ser humano tem de pior.
Por vezes, o sistema (aqui entendido sem o estigma criado pela pseudo-esquerda) nos maltrata. Acrescento: nós nos maltratamos por conta de não darmos conta da opressão que o sistema nos enfia goela abaixo.
E este é o pior maltrato que podemos sofrer: aquele que nos auto-imputamos.
Porque ocorre? Bem, nossa... Teríamos que fazer um arrazoado com psicanalistas, psiquiatras, sociólogos, antropólogos e toda gama de estudiosos do homo sapiens. O que posso dizer, particularmente, se resume no fato de que este ‘gol contra’ pode ser um alerta de que esta na hora de mudar o jogo.
Ganhar nem sempre é o mais crucial. Mas tentar virar o jogo é. E não esmorecer até que o tempo dê conta de tudo.
Vestir a armadura como couraça para os infortúnios/angústias só pode resultar em – pelo menos – minoração do sofrimento. Enquanto lutamos não há tempo para lembrarmos a todo instante do sofrimento. Enquanto lutamos não pensamos em desistência.
We can’t give up the fight!
Ah, e valeu Fátima!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

AS DIFERENÇAS INACEITAS

ENTÃO, SOMOS TODOS PRECONCEITUOSOS E INTOLERANTES?
Que mundo é este em que vivemos? Alguns grupos sociais têm mais direitos do que outros? Começo a crer que – intrinsecamente – ser humano é mesmo intolerante com as diferenças de seus semelhantes e preconceituosos com os preceitos vividos por cada um.
Religiosidade, condição social, orientação sexual, deficiência física/mental, gênero, cor de pele, geografia e tantos outros são fatores que minam a convivência pacífica dos quase 7 bilhões de habitantes deste planetazinho que é um grão de areia no Universo criado por Deus.
Bem, quando houve uma convivência pacífica não é?
O meu Deus – e que por ele serei julgado – é de infinita bondade e misericórdia e Ele bem sabe como cada um de nós é. Afinal, somos parte e filhos Dele. Então, quem é o cara que pode dizer que isto não está de acordo com as leis divinas? Quem pode ser arvorar em dizer o que está certo e o que não está?
Em geral, são tiranos (tiranetes) que se imiscuem na vida de outros com o propósito de dominância e de ajustar o relógio do poder a seu favor.
O que me alenta é que no dia que eles – e eu também – forem julgados e aí então, meu amigo, será no “mano-a-mano” com Deus. Com certeza, a justiça será feita. E aí, quando Ele olhar o caderninho de anotações pode ser que você ouça: “É, meu amigo, está difícil de você não descer”.
Atenção: aos intolerantes e preconceituosos ainda é tempo de rever atitudes e posturas e de aceitamento de diferenças. E por favor, não tomem isto como ameaça. Sou muito pouca coisa para ameaçar quem quer que seja. São apenas palavras.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

ELEIÇÃO 2010

DOS CANDIDATOS, APOIOS E TODA A SAFADEZA QUE ELES COSTUMAM FAZER
(atenção eleitores, falta um ano só!)
E o jogo da sucessão presidencial? Deve acontecer uma carnificina pela disputa de apoios enquanto as dezenas e mais dezenas de milhões de brasileiros passam ao largo da competição. Vorazes comensais, estes políticos – sim, aqui vou generalizar sabedor que possa estar incorrendo em grotesco erro – desejam, e alguns desejam a qualquer custo, estar no poder ou então permanecer nele grudado como um parasita que não se desprende do hospedeiro. Assim, como exemplo, é o PMDB que desde 1985 está mamando no poder, seja lá quem estiver na cadeira do Alvorada.
Maior partido, com a maior bancada no Congresso, com o maior número de prefeitos eleitos em 2008, tem um poder de fogo que faria inveja aos imbecis da Al Qaeda e a sua corriola de seres bizarros.
O apoio do PMDB então é vital para eleger a sucessora do boquirroto Lula (aquele presidente que fez tudo o que o Brasil tem de bom. Lembra o Maluf: “Serra da Cantareira? Obra de Maluf”, ou “Oceano Atlântico? Obra de Maluf”) e ele assim o fará. Entretanto, faltou combinar com os 27 diretórios estaduais espalhados do RS à RR, da PB ao AC. Em muitos destes há sérias divergências quanto ao irrestrito suporte que o PMDB dá ao lulo-petismo na Câmara/Senado. No Rio Grande do Sul, em São Paulo, na Bahia e em Minas Gerais, só para citar, por hora, as lideranças respectivas estão mais propensos a desembarcar na candidatura tucana, seja o ungido o Serra ou o Aécio. E notem que são 4 estados que reunidos detêm mais de 40% do eleitorado.
Vejamos como vai se portar a biscate da hora: a noiva PMDB.
Outro apêndice no mínimo sem pé nem cabeça é a possível candidatura do Ciro Gomes (PSB-CE) ao governo do Estado de São Paulo. Este é outro falastrão que se excita ao criticar a elite paulista chegando às raias de vociferar e esbravejar que esta mesma elite “atravanca” o desenvolvimento do país. Bem, e lá no Ceará? Ele não é elite? O irmão não é o governador? Ao que me consta, há muito que realizar lá na terra de Peri.
E um adendo: se ele transferiu o título do CE para SP... Então, os cearenses possuem um deputado a menos, 21 agora. Queria saber do Supremo Tribunal eleitoral... Isto pode? Estranho. Muito estranho.
O que me acalenta um pouco é que impossível que nenhum eleitor do Ceará, estado de belezas naturais e de um povo que trabalha de sol a sol enchendo de orgulho este país, se posicione a respeito.
Quanto à parte do título – as “safadezas” – bem... Nossa! Seriam tantas as escritas aqui que mesmo que eu ficasse por horas escrevendo não conseguiria reuni-las em um dia só.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

REDE URBANA BRASILEIRA

MUNICÍPIOS COM MAIS DE 300 MIL
Ainda sobre as estatísticas, ou melhor, projeções/estimativas, do IBGE para a população desta que é a República Federativa do Brasil, eu quero aqui escrever um tanto sobre a rede municipal focando em alguns estados e o número de cidades de porte médio para cima.
Nestes tempos de ufanismo exacerbado (como se todo ufanismo não fosse exacerbação...), cujo presidente Lula e aquele presidente (tendencioso até o último tique) do COB e seus cacoetes bizarros não se cansam em afirmar que o Brasil entrou no rol dos países que são potência, convém voltar a fincar os pés no chão e tratar de temas mais concernentes ao presente. Pior que o cidadão que menospreza o chão de nascimento é aquele cidadão que exagera em afirmar que o país – no caso o Brasil – resolve seus problemas em curto prazo com Olimpíadas e Copa do Mundo. Preparem-se para o bombardeio da mídia: vai ter uma hora que iremos nos cansar.
Voltando. Para agosto de 2009 o IBGE prognosticou que o Brasil possui em seus 8,5 milhões de km² 81 municípios com mais de 300 mil habitantes, base para que estes sejam classificados como de porte médio.
Dos 81, mas uma vez o estado de São Paulo detém a primazia na lista: aqui em terras bandeirantes estas cidades chegam a 22. O Rio de Janeiro com 9 aparece em segundo lugar secundado por Minas Gerais com 7. Depois há uma surpresa: quem vem a seguir é o estado do Paraná que emplaca 5 municípios na lista dos com mais de 300 mil. E, ao contrário do que ocorre em SP e RJ onde o segundo maior localiza-se nas respectivas regiões metropolitanas (como Guarulhos e Duque de Caxias), é no interior da Terra dos Pinheirais onde podemos encontrar Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu e Ponta Grossa. Rio Grande do Sul – e outra surpresa – Pernambuco e Espírito Santo figuram todos com 4 municípios com mais de 300 mil habitantes. Interessante notar que o ES não apresenta nenhuma cidade maior que 500 mil, entretanto na Região Metropolitana da capital se encontra a Vitória, Serra, Cariacica e Vila Velha (a maior cidade do Estado), ou seja, os quatro listados. Nem a Bahia, cuja população é pelo menos 4 vezes maior que a do território capixaba, exibe tal façanha: além de Salvador, apenas Feira de Santana e Vitória da Conquista adentram na lista. Para finalizar, Goiás com também 3 - Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis - empata com a Bahia.
Ficou assim então: SP 22; RJ 09; MG 07; PR 05; RS 04; PE 04; ES 04; BA 03; GO 03.
Lembrando que o Brasil tem 273 municípios com mais de 100 mil e 134 com mais de 200 mil. Já os maiores de meio milhão somam 40.
Depois discorrerei sobre os maiores do interior do Brasil.
(só para esclarecer: nas contas sempre incluí as capitais dos Estados)

domingo, 4 de outubro de 2009

RESULTADOS DAS ESTIMATIVAS DO IBGE

POPULAÇÃO DOS ESTADOS
Voltando a tratar das estimativas feitas e apresentadas todos os anos – conforme determina lei federal – no Diário Oficial da União, notamos que não houve mudanças significativas na posição que as 27 Unidades da Federação (26 estados mais o Distrito Federal) ocupam em termos do número de habitantes. São Paulo ocupa a primeira posição desde o recenseamento de 1940, quando passou Minas Gerais que se mantém imóvel no segundo lugar, depois vem o Rio de Janeiro, Bahia e Rio Grande do Sul. Bem, vamos aos números em milhões:
01- São Paulo 41.391.367
02- Minas Gerais 20.033.665
03- Rio de Janeiro 16.010.429
04- Bahia 14.637.364
05- Rio Grande do Sul 10.914.128
06- Paraná 10.684.347
07- Pernambuco 8.810.256
08- Ceará 8.547.809
09- Pará 7.431.020
10- Maranhão 6.367.138
11- Santa Catarina 6.118.743
12- Goiás 5.926.300
13- Paraíba 3.769.977
14- Espírito Santo 3.487.199
15- Amazonas 3.393.369
16- Alagoas 3.156.108
17- Piauí 3.145.325
18- Rio Grande do Norte 3.137.541
19- Mato Grosso 3.001.692
20- Distrito Federal 2.606.885
21- Mato Grosso do Sul 2.360.498
22- Sergipe 2.019.679
23- Rondônia 1.503.928
24- Tocantins 1.292.051
25- Acre 691.132
26- Amapá 626.609
27- Roraima 421.499
Na Região Sudeste (SP, MG, RJ e ES) moram, aproximadamente, 43% dos brasileiros. O meu Estado detém 22% de paulistas e, claro, de goianos, roraimenses, gaúchos, maranhenses, alagoanos, pernambucanos, mineiros que habitam os quase 250 mil km² de terras bandeirantes de Cananéia a Colômbia e de Roseira a Cunha.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

O PALESTRA SEGUE LÍDER E VIVO


PALMEIRAS DERROTA CRUZEIRO
E olha que foi na toca da Raposa, mas o porco foi mais esperto nesta 'fábula'. Meu Verdão segue na frente com 47 pontos e uma vitória a mais que o São Paulo.
Diego Souza: você é fundamental ao esquema e que falta cobrada ontem hein? Porra! Fiquei embasbacado com o petardo disparado. O cara é foda!
Leiam sobre: http://esportes.terra.com.br/futebol/brasileiro/2009/interna/0,,OI3994597-EI13759,00-Diego+Souza+exalta+grupo+de+homens+do+Palmeiras.html. "Eu te falei" foi o que consegui ler em seus lábios após ter feito o gol e silenciado o Mineirão. E Love, você fez o gol ontem mas aquela apresentação de gala que tanto eu quanto o próprio desejamos com estupefato tesão não veio aos seus pés.
Abraços aos palmeirenses e em especial ao João Macruz: paulistano da gema, palestrino de carteirinha e grande amigo!
(ok, ok... o juiz errou a nosso favor, mas erros e acertos entram na receita futebolística... Portanto, chorem os perdedores e os são-paulinos)

CHEGANDO NOS 200 MILHÕES

BRASILEIROS DOBRAM EM 40 ANOS
Recenseamento de 1970: quase 95 milhões de brasileiros.
Estimativa para 2009: somamos quase 192 milhões.
Todos os anos o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga projeções da população do Brasil, divulgando os dados sempre em agosto. O cálculo é uma equação estatística complicada (pelo menos para mim) que abarca vários fatores de crescimento e decréscimo na quantidade de brasileiros que habitam do Caburaí ao Chuí. O endereço do site do IBGE é http://www.ibge.bov.br/.
O Brasil conta com 5.565 municípios legalmente estabelecidos e o estado de Minas Gerais é o que apresenta o maior número da menor unidade administrativa no país: conta com 853 ao todo; São Paulo vem a seguir, 645; o Rio Grande do Sul, 496; e a Bahia, 417. Óbvio que estes municípios apresentam disparidades sócio-econômica-culturais de grande relevo transparecendo um dos problemas que o país insiste em resolver a passos de formiga.
Hoje o Brasil é urbano com mais de 80% vivendo nas cidades contratando com o censo realizado em 1960 que ainda apontava uma maioria rural: 55% x 45%. Àquele censo constatou-se que o município de São Paulo assumira o primeiro lugar em número de habitantes desbancando o Rio de Janeiro que havia pouco perdido o posto de capital da república para a recém criada Brasília, no Distrito Federal.
Apesar de São Paulo (para mim a verdadeira capital do país, como atesta Hervé Théry e Neli Ap. de Melo no livro “Atlas do Brasil – Disparidades e Dinâmicas do Território”, 2ª edição, Ed. Imprensa Oficial) apresentar a cada decênio um crescimento populacional que já está próximo do 0% ainda detém o título de maior do continente brasileiro: mais de 11 milhões de habitantes moram aqui na capital da terra dos Bandeirantes.
Vamos aos números dos 10 maiores municípios:
01- São Paulo - 11.037.593
02- Rio de Janeiro - 6.186.710
03- Salvador - 2.998.056
04- Brasília - 2.606.885
05- Fortaleza - 2.505.552
06- Belo Horizonte - 2.452.617
07- Curitiba - 1.851.215
08- Manaus - 1.738.641
09- Recife - 1.561.659
10- Belém - 1.437.600
Vê-se que esta lista apresenta algumas surpresas para os mais atentos: a) pela primeira vez desde que o primeiro recenseamento foi realizado Porto Alegre, capital gaúcha, não figura na lista dos 10 mais. O IBGE estimou a população gaúcha em 1.436.123 habitantes; b) Manaus ascendeu meteoricamente de 1980 para cá, galgando posições; c) Brasília cresce a níveis alarmantes mantendo-se acima da média para o Brasil e dentre os 10 é a capital com taxas mais elevadas; d) Belo Horizonte que era o terceiro maior até 1980 hoje se aproxima das duas maiores cidades no que concerne ao crescimento da população. O Brasil tem hoje 14 municípios com mais de 1 milhão de habitantes, sendo 12 deles capitais estaduais com os ‘agregados à seleta lista’: os paulistas Guarulhos na região metropolitana de São Paulo e Campinas, ‘único milionário’ que se encontra no interior brasileiro.
A rede urbana de municípios com mais de 100 mil habitantes no Brasil ainda é centralizada em que pese que novas dinâmicas econômicas sejam acompanhadas por deslocamentos humanos intra país o que acaba modificando o quadro médio prazo. O norte de Mato Grosso, estado governado por aquele recém convertido ambientalista (?), por exemplo, em razão do desenvovimento agropecuário apresentou crescimento vegetativo muito acima da média: taxas anualizadas acima dos 5% ao ano de crescimento da população. Sorriso, pólo sojicultor, já conta com mais de 100 mil habitantes tornando-se um dos municípios com maior crescimento na Terra de Vera Cruz.
Ressalto que, ainda, a rede é centralizada nos estados de São Paulo (obtendo a proeminência), Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul e Paraná. Dos 273 municípios classificados neste patamar, 73 deles localizam-se em território paulista que se somados aos dos estados supramencionados chega-se ao total de 176.
Quem quiser saber mais sobre os números, quando acessarem a página do IBGE (um tanto confusa!) atenção para o quadro situado abaixo: desça com a barra lateral, clique em população projetada/estimada e vá seguindo as indicações. A tabela pode ser aberta em Excel ou pdf. Vai do gosto.
Em tempo, minha querida Noiva da Colina, a futura capital do álcool no Brasil (assim seja!) – Piracicaba – ocupa a 59ª posição, com estimados 368.843 habitantes.
Continuo em outro artigo caso contrário fica um porre de ler. Falarei dos números dos Estados.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

NEGAR UM CRIME É SER CÚMPLICE

O LOUCO DO IRÃ
Vejam só esta notícia ainda de hoje:
http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2009/09/18/ult1808u146624.jhtm. Não me canso nunca de dizer que o tal medonho do Ahmadinejad voltou a negar o holocausto, aquele “incidente” ocorrido durante a permanência da sandice ariana. A eugenia alcançou níveis nunca vistos. O “pequeno incidente” matou mais de 6 milhões de pessoas (algo como a população inteira estimada do município do Rio de Janeiro, segundo o IBGE), entre judeus – a maioria –, deficientes todos, homossexuais, cristãos e vários outros estratos humanos. Percebe-se então que a eugenia pregava não só contra uma religião em específico, mas sim contra todo aquele que de alguma forma fosse de encontro ao arianismo alemão e “nadando contra a corrente, só para exercitar” não seria mentira afirmar que muitos gostaram e mergulharam mesmo de cabeça.
E agora, este imbecil iraniano quer provas de que o holocausto existiu! Não é um mau-caratismo do tamanho do sofrimento dos milhões de mortos?
E as pessoas marcadas com aquela tatuagem? As câmaras de gás? As fotografias? E o mais contundente: o relato de quem escapou e perdeu familiares nos campos de concentração?
Desrespeito absoluto às vítimas e a todos que sofreram e sofrem.
O sem noção do Irã quer misturar o atual problema entre israelenses e palestinos em uma questão de fundo fazendo uma relação com o holocausto. Ora, creio que são acontecimentos distintos. A atual política de Israel é equivocada e violenta. E vale dizer que os terroristas palestinos não são santinhos... Não é? Misturar o passado e o presente não me parece a coisa mais inteligente a se fazer.
O insano Ahmadinejad quer nos enganar e fazer crer que o holocausto não existiu. Sabe o que isto significa para mim? Que tanto ele, o idiota iraniano, como Hitler pertencem a mesma categoria de gente. A pior categoria de gente reforce-se.
Negar a matança de milhões é ser cúmplice. É não se importar com a dor de outrem, e desrespeitar o ser humano, quer ele seja judeu, muçulmano, cristão, hindu, negro, branco, gay, heterossexual, pobre, rico, homem, mulher, jovem, velho...
No fim das contas eu acho que ele é um manipulador. Sabem porque? Só faltava MESMO ele achar que o holocausto não existiu.
(para lembrar: em 2007, quando da ida do imbecil à Assembléia Geral da ONU, disse que no Irã está livre de gays. É para rir? Não. É para se preocupar, afinal a homofobia entranhada no fanatismo religioso costuma matar)