quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

VIAGEM XXXVII - DO ALTO, PERTO DO AZUL

Reprodução
Olhando para cima, entortanto o pescoço, vê o prédio mais alto de toda São Paulo, pouco mais de 40 e tantos andares; dos médios em comparados com outros que se espalham pela terra. Muito $ envolvido, sempre criam-se condições de ganhos maiores.
De tão alto que constroem que parecem querer chegar ao topo do azul que está lá em cima. É uma vontade tola e pueril. 
Para que chegar cada vez mais alto?
Quantas mais virão, mais altas, mais caras e mais tudo em tudo?
Das vidas que correrão por entre tantas salas, escritórios, escadas, banheiros, elevadores e todo tipo de cômodo que pode existir em mais de centenas de metros distante do chão, onde temos os pés.
Entrar dentro de um destes pode acabar em uma tarefa que fuja de algum controle que sempre mantém quando sai em patrulha pela maior cidade do hemisfério sul. Um controle que vem de sua mente, tão meticulosa que mesmo assim, logra dispensar os critérios das tarefas que executa.
"Eu não tenho critérios. Vou e faço, sem complexidade", como um mantra, a frase martelava no cérebnro e repetida desde quando começou.
Pelas torres cada vez mais altas, ele se sente como um pequeno inseto para aquele que olha de cima; ou para um que tente - e sempre tem um que tenta - pular, ou para aqueles que pulam - e sempre tem os que tentam e conseguem. 
Interessante é que para aqueles que pulam tão desesperadamente para saírem do quase azul para chegar ao chão, durante a vaticinada queda, vai aumentando, aumentando a visão sobre ele e acabam por se estacarem no chão.

Nunca havia visto uma destas; seu desejo era testemunhar a queda da torre.
Uma massa sem forma... Caída do mais alto pavimento que possa exisitr.
Mas isto não tem 'graça' (é só uma curiosidade). Não há parte sua neste processo.
Certo que quanto mais altos, mas seguros estão - desde que se mantenham neste alto quase indizível. Tamanha deve ser a sanha de erguer para ficar mais distante de onde viemos e para onde ("e isto é certo") voltaremos.
--- De que vale toda esta altura se daqui a pouco sairão um a um para eu poder escolher. Porque vindo lá do alto não pode ser coisa boa. Não deve ser boa bisca".
E ri. Aliás, sempre ri quando usa esta expressão.
Estacionado no centro da cidade, em meio a correntes de vendo prenunciadores de mais uma tempestade de verão que assolará a cidade, vê-se cercado por um emaranhado de altos prédios dispostos um a um, contruídoss em várias décadas de diferença. Entra e sai do carro alternadamente em questão de 10 minutos, na mão uma bituca reticente em ser jogada fora.
As pessoas também tem esta diferença. São poucos que merecem que continuem vendo o sol dia a após dia fazendo sombra pelas construções. 
Quase noite já. Melhor, assim os gatos virão pardos e virão a ser observados por olhos precisos. Nunca escapam depois de fitados.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

VIAGEM XXXVI - CERTEZAS PARA MELHORAR O MUNDO

Reprodução
Quais suas certezas (as dele, claro!), mas daquelas que todos têm e dizem que não têm quando confrontados com relação às mesmas por alguém que chega perto daquilo que mais nos doi? 

(e quem há de ser esta pessoa?)

Para ele, todas suas certezas são psicóticas, como a Terra a girar ao redor do Sol.
As certezas psicóticas são então modos de defesa, como um casco duro, mais duro que aço, como um diamante mas sem o brilho da pedra rara. Funciona.
E o casco não pode fazer você andar devagar por aí porque há sempre, entre os prepotentes, os mais velozes que passam por cima como em um piscar de olhos de um homem invadido TOCs.
Ele possui as dele - as certezas - e são em número crescente, transitando-o em um terreno de areia movediça que por mais que tente, chafurda, chafurda até o pescoço. Sói que ele crê que as tais certezas psicóticas adquiridas ao longo da vida o avisam do perigo real, o protegem deles; porém, elas servem para um industrioso método de melhorar as maneiras de alguns seres que habitam este chão. Sob aspecto, ele concorda que vive para isto na verdade.

Então é um casco duro a afundar na areia movediça de sua vida. É, é o que ocorre amiúde desde que se viu transformado e transtornado pelos pensamentos que vinham de longe e que falavam a ele. 
Longe de ser um louco paranoico: foram pessoas que falaram isto para ele, depois elaborou por si só e deu no que deu: ele.
Tudo isto acarretou sabem o que?
Uma gana de vingança por não poder voar e escapar das garras que, delicadamente, pegam o casco,  jogam lá do alto para se estilhaçar em pequenos cacos que nem ao menos são cortantes. Devem virar pó, é o que se espera.
Decidira remediar toda esta letargia de sociabilidade que o consumia por não conseguir se desvencilhar do casco na lama; porque o perigo que vinha do céu, agora não vem mais. Então, como as aves do terror sul-americanas que assombravam a todos e desapareceram, nada mais cai do azul. Desapareceram estes perigos.
Tomava o remédio todo dia, um que fosse e lá vai ele no semi-novo sedã de velho que recende a chocolate derretido; a 'substância' engrandecia por instantes sua vida porque assim que fora acertado, ele nem sabe quando nem por quem, mas que diligentemente, é assim que ele faz sua vida. 
Para ele, o esquálido mundo carcomido pelos vulturinos que sobrevoam as carcaças do butim dos prepotentes não deve prover lugar para os tais.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

32 - ALEATÓRIAS HISTÓRIAS - FRENÉTICO QUADRIL

Reprodução, quadril humano
Qual é o motivo de tanta correria, de tanto vai-e-vem, que apressadamente, por vezes, esbarra-se em outro alguém, mas ao menos nem se nota? "Melhor eu não notar nada mesmo". Pode ser o que for, o que vier, quem seja, ele está mais recluso do que seu castelo trancafiado a 14 chaves.

Caminhava pelo espaço solitário só seu como aqueles que perambulam horas sem olhar para trás. Certo que, voltava à cozinha, à sala; deitara-se no corredor. Banheiro, para atender o chamado da mãe natureza de quem ficou entornando goela adentro líquidos vários por quase toda a noite. Tomou um banho morno naquele início de manhã com a música em uma rádio sintonizada quilômetros e quilômetros dali, baixinho, quase um sussurro. Do outro lado do Atlântico.

Veio naquela tarde anterior para a cidadela intransponível ouvindo os ecos do carnaval. Sambava como aquele finlandês no sambódromo que vira pela TV: a malemolência era a mesma "tamanha sua desenvoltura" em arrastar pés, mexer quadril, balançar braços. Riu com esgar de si mesmo e do mico "carimbado em papel ofício" do gringo mais branco que bigato de goiaba.

Ad infinitum, o ritmo frenético não lhe contagiava. Carnal demais, estereotipado demais e chato em demasia. Gostava mesmo é do vai-e-vem dos quadris febris que por um triz, certa vez, não avançara como um leão em uma traseira desguarnecida, digamos assim. Contumaz apreciador da retaguarda nacional, aqui via-se repetir o tão detestado senso comum.

Depois do último copo d'água, mais de meio litro, deitou-se ainda com o frescor da garoa do finalzinho da madrugada na carpete cinza escovado e lavado. Não havia manchas, pelo menos não no carpete.

Remoeu fatos em que perdera a cabeça "no vai-e-vem dos seus quadris" em tempos até que próximos. Contudo, não havia consolo para tanto: fora embora andando sem sequer suspirar e ele olhando aquele molejo que o fazia perder o juízo, o caminho de casa e qualquer outro compromisso que fosse... Apertou-lhe o peito a saudade oceânica.
Chorou, gemendo baixinho, esfregando os olhos e o nariz.
Recompôs-se em seguida.

--- Prometi que depois quer adentrasse neste castelo naquele dia de forma tão vigorosa eu cessaria de chorar para sempre por quem quer que fosse. Para que mesmo? Eu não mereço isto, ficar triste por alguém que me abandonou bem na hora da sessão coruja... No meio da noite para nem deixar um mensagem... Um bilhete... Um nada. Tenho que ser severo comigo, sem dó.

Gemia mais baixo ainda. As paredes ali não tinham ouvidos, o problema residia no fato de que se ouvir chorar tornara-se vergonha unitária única para ele.
Viu o Felino vir preguiçosamente caminhar em sua direção, espreguiçando-se charmosamente como os gatos fazem. Rex? Este dormia esparramado a sono solto no tapete felpudo - que um dia fora branco - ao lado da cama do senhor do castelo; pulou com cuidado em seu peito e ronronou em um sossego que estirpou o 'desassossego de Fernando Pessoa' que sentia como nenhum vai-vém frenético de quadris fizera. Aquietou-se e dormiu ao lado da grande sacada.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

VIAGEM XXXV - BICO CALADO


Reprodução
sugiro ler e ouvir a música "Passaredo"
http://letras.terra.com.br/chico-buarque/80825/
[chico buarque e francis hime] 

Ruídos da cidade sempre preenchem seus ouvidos, seja de dia, ou mesmo à noite, em qualquer hora;
há algumas variações entre as horas de escuro e o claro. 

Os esconderijos são os mesmos, 
as pessoas é que mudam neste corre-corre danado que é a vida dos milhões.
Dele também, porque se esconder não é fato consumado. Porque?
Porque não adianta de nada. Ele sempre os vê. 

Alguns tentam se esconder porque sabem o porvir, são os quase espertos
outros nem tentam e mais ainda, outros tentam mas não imaginam a dimensão do todo. Nenhum critério, que ele toda vez altera. 
Não, nada estabelecido nete jogo de esconde-esconde.

O que ele faz e apenas adequar hora, sol, geografia e força do outro. E isto muda à revelia: sem critério.
Lembra-se que na infância tornara-se mestre exímio na brincadeira de sumir dos olhos e ouvidos dos outros.

Mesmo que por horas o jogo houvesse terminado, ele ali permanecia em seu esconderijo, rindo, matutando por dentro e esperando implorarem para aparecer.

Hoje, ele sabe que o espelho lá de trás de se esconder veio a ser o que ele é hoje: ninguém "desaparece" dele. 
Não vinga; porque de vingança ele está eivado pelos acontecimentos perpetrados pelos seu convivas de planeta Terra.

No semi-novo sedã de velho, limpo sem critério algum, ele pesseia pela cidade de São Paulo.
Rodeando o parque da Aclimação, ele nota o cheiro do mato na quente noite de verão. Estica-se todo:
põe o pescoço para fora e sente o aroma puro, fresco inundando às narinas.

Estaciona e espreita. O cheiro invade toda sua pele, de uma sinestesia que não alcançara até hoje.
Sentiu-se aliviado porque, ali no parque, 
a necessidade de arrumar as coisas dos homens é nula.

Simples não é? A presença destes não se faz - não vinga aqui - à noite alta.
Vertido em criança por instantes pelo cheiro enternecedor... Da natureza. 
Os pássaros, grandes, pequenos, os medianos, tão subrepticiamente sobrevivem desde seus ancestrais, os répteis. 
Tão imitados e tão renegados em seus direitos de bater asas e ver tudo de cima (longe da parafernália humana).
Reprodução

Dédalo soube em tempos mitológicos disto tudo.
Em voz alta, clara, e grave desde o tempo das brincadeiras de esconde-esconde. 

"O homem vem aí".
Engata a primeira e deixa a natureza da zona Sul para ir povoar 
os lugares que seus semelhantes habitam. 
Ninguém se esconde das armadilhas que ele possui, por ar, por terra.

"Xô, homem, vai, anda.
Xô homem, se apressa. Não olhe para trás.
Corre, foge. 
Te esconde, porque eu bem te vejo.
E se prepara. Hoje a armadilha é minha".
No rádio, Chico canta 'bico calado, muito cuidado, que o homem vem aí'.

"Se eles soubessem que eu sou 'o homem que vem aí'".

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

VIAGEM XXXIV - PREVISIBILIDADE

Reprodução
Não é só o tempo nos dias de hoje que se pode prever perversamente:
a maioria da humanidade é mais previsível ainda. Alguns se escudam em determinadas crenças, ou em valores, opções, orientações, ideologias...
E são todos previsíveis.
Correndo contra tal onda, ele luta para não se tornar um igual;
por isto suas escolhas não respeitam a nenhum critério pré-estabelecido. Isto seria a deformada previsibilidade do tempo.
(hoje, quando saiu de casa - porque, previsivelmente ele tem uma - as nuvens pareciam ruas pelo azul sem-fim: caminhos que ainda não percorreu)
Nas andanças que faz por ali, por acolá, o único objetivo é conseguir que o mundo fique um pouco melhor, ao menos. Mais fresco, sem os ares com cheiro de morte e preconceito;
sem previsões otimistas ou catastróficas. Isto é para meteorologistas e para os ufanistas economistas de governos de todos tempos: tão previsíveis.
Critérios são elaborados na hora para ele, de imediato. E mudam quando mudam as circunstâncias e a geografia do local e, às vezes, quando muda a hora.
"Estas pessoas que já nascem com cara de abortadas" são as mais previsíveis ainda, tem como certo.

Em sua mente, estas são o alvo principal, mas não só elas. O mundo está bem repleto destas esquálidas populações previsíveis que mais se parecem com a fome somali. Também previsível há tempos.
Um engate ali e o semi-novo sedão de velho - que agora cheira a chocolate derretido dentro - passeia pela grande cidade esmiuçando as mais podres previsões, 
aquelas dos carcomidos previsíveis.
Alguns se importam até onde o limite da convenção social imposta permite. Afinal, não fica bem se preocupar com X ou Y grupo social - o previsível estrato social que falam alguns cientistas sociais. O que pode e o que não pode foi determinado lá trás para a grande maioria e hoje, eles repetem tão-somente o que as previsões... Prevêem. 
(para estes, alguns grupos merecem atenção, outros não)
E o porquê disto tudo?
Ele não sabe, ali no 2 + 2, mas tem uma boa ideia. Enquanto vai elaborando a tese sobre...
Continua sem critérios. Porque se assim perpetrar, não haverá diferença: ele não é previsível.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

BRASILEIROS AOS MILHÕES

No primeiro e único censo feito no Brasil Império em 1872, a população total não chegava à casa dos 10 milhões (9,97) apresentando uma densidade demográfica de pouco mais de 1 hab/km²; hoje estes número ascenderam respectivamente para 192,4 milhões e a 22,6 hab/km² (est. de 2011). O país era dividido em províncias, 20 ao todo mais o município neutro do Rio de Janeiro (depois seria o antigo estado da Guanabara). Esparsamente povoado, o território brasileiro veria titânicos deslocamentos intrapopulacionais ao logo de mais de 140 anos; e seus habitantes multiplicados ~20x.
Mesmo no que tange à area em km² o Brasil ainda acresceria todo o Acre e outras terras nas delimitações feitas com Guiana Francesa, Guiana¹ (ex-inglesa), Venezuela, Colômbia e Peru nas décadas de 1880/90/00 (do Paraguai, depois da guerra de 1864-1870, ganhamos alguns nacos).
A imigração europeia - italianos, portugueses, espanhois, alemães e poloneses entre outros - e depois a asiática - com sírios, libaneses e japoneses - tiveram papel preponderante na taxa de crescimento da população no período compreendido entre 1880 a 1930.

1872
Naquele censo mostrou os Estados mais populosos eram MG com 2,04 milhões e Bahia com 1,38 milhão e o RJ com 1,06 mi (incluídos os números da então capital do país) SP figurava na 5ª posição com ~840 mil, atrás ainda de PE; a capital paulista, então uma pequena cidade de 32 mil habitantes. Registrou-se também a população escrava. No recenseamento realizado sob a ditadura Vargas, em 1940, SP ultrapassou MG e se mantém hoje com o maios populoso ente federativo do Brasil.

1940
SP registrou 7,18 mi; MG, 6,73 mi; e a BA com 3,92 mi foi o 3º. Nesta década, o Brasil iniciou sua "segunda fase" de industrialização que se completaria até os anos de 1950 concomitante com a crescimento da população urbana. Esta veio superar a população rural somente em 1970. Registra-se que foi nestes anos de 1940 que os nordestinos começaram a se dirigir maciçamente ao "Sul Maravilha" para trabalhar no florescente parque industrial de SP principalmente e do RJ.

No último censo realizado pelo IBGE em 2010, SP, MG, RJ, BA e RS são as cinco UFs mais populosas. As mais densamente povoadas são o DF, com 443 hab/km²; RJ, SP, AL, todos com mais de 100 hab/km² e SE que quase atinge esta marca.

Aqui os números finais.
2010
UF                                 população       área              hab/km²
São Paulo 41.262.199 248.209,4 166,25
Minas Gerais 19.597.330 586.528,3 33,41
Rio de Janeiro 15.989.929 43.696,1 365,94
Bahia 14.016.906 564.692,7 24,82
Rio Grande do Sul 10.693.929 281.748,5 37,95
Paraná 10.444.526 199.314,8 52,40
Pernambuco 8.796.448 98.311,6 89,48
Ceará 8.452.381 148.825,6 56,79
Pará 7.581.051 1.247.689,5 6,08
Maranhão 6.574.789 331.983,3 19,80
Santa Catarina 6.248.436 95.346,0 65,53
Goiás 6.003.788 340.086,7 17,65
Paraíba 3.766.528 56.439,8 66,74
Espírito Santo 3.514.952 46.077,5 76,28
Amazonas 3.483.985  1.570.745,7 2,22
R. Gde. do Norte 3.168.027 52.796,8 60,01
Alagoas 3.120.494 27.767,7 112,38
Piauí 3.118.360 251.529,2 12,40
Mato Grosso 3.035.122 903.357,9 3,36
Distrito Federal 2.570.160 5.801,9 442,98
Mato Gr. do Sul 2.449.024 357.125,0 6,86
Sergipe 2.068.017 21.910,3 94,39
Rondônia 1.562.409 237.576,2 6,58
Tocantins 1.383.445 277.620,9 4,98
Acre 733.559 152.581,4 4,81
Amapá 669.526 142.814,6 4,69
Roraima 450.479 224.299,0 2,01

Ao longo de cerca de 400 km interior adentro partindo da faixa litorânea (inclusive) concentra-se grande parte da população deste País-continente: ali estão as maiores cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Fortaleza e Belo Horizonte, entre outras, além do interior de SP em grande parte. Neste trecho também estão compreendidas as principais atividades econômicas, seja na indústria, nos serviços e, em menor grau, na agricultura.
Há imensos vazios populacionais como a Amazônia e a Região Centro Oeste - nestas, há ilhas de forte adensamento, como Manaus (AM), Zona Bragantina/Belém (PA), centro sul de Goiás e Brasília, como principais. A Região Norte tem 4,1 hab/km² e a Região Centro Oeste aparece com 8,7; ambas inferiores à média nacional. Esta última é a nova fronteira agrícola do país e a população vem crescendo a taxas mais altas que a verificada para o total do Brasil.

¹O trecho disputado ficou dividido em 2/5 para o Brasil e 3/5 para o Reino Unido; foi chamada de Questão do Pirara

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

VIAGEM XXXIII - DANTE E DELEITES

Reprodução
Divisões,
dobraduras e desencanto.
Desancar, de repente, o febril
dramalhão deseperado de todos nós.
(dá-se jeito para tanto?)
dúvida? Deixe para depois
porque não há tempo.
demência? Deixe para a hora, bem devagar
dano? aos montes são deixados
doce? só no tempo de criança
deleites? são para os outros
dilema? palavra dos antigos gregos que,
diletantemente, inventaram com prazer dionisíaco e 
duradouro até o fim disto tudo. 
Este dirigível de ideias 
parece estar à deriva em
domínios muito distantes daqui (minhas conexões cerebrais)

Devaneios ditam as regras dos dementes
que de tão doentes, dividem-se em muitos;
domar os seres deste oceano de neurônios, fazer um mar interno igual dentro de mim,
desmanchando dogmas e paradigmas.
Um mar interno bem ao gosto dos
duúnviros que comandam você e a mim; aos outros comandam também,
mas não me importa;
dois dentro de cada mente estabelecendo os
dutos de meu sentimentos que não são apenas os dos epidídimos.
Dante bem escreveu sobre o inferno, ele pode ser o daqui 
de dentro de mim; no 
dorso as marcas dantescas deixadas por tudo o passou.
Disseram: drene toda dor para algo que traga delícias.
delícias? só para os tempos de menino; os 
dígitos de agora são de adulto e 
dão trabalho para uns e para outros, não para todos.
Nudez castigada diante daquilo tudo que vi: repreendi a vocês todos e recordo 
de pedir, querer, rogar, outras palavras mais doces.
doces? só para os tempos da infância.
disfarces? para todos os tempos desde que Dante desenhou em sua mente o 'divino' mundo sem riso (desde antes, muito antes...).

domingo, 5 de fevereiro de 2012

VIAGEM XXXII - ESPARADRAPO

Reprodução, murmúrios feitos de esparadrapos
Parece coisa de quem não consegue fechar e então coloca "de qualquer jeito mesmo" um esparadrapo para fechar um ferimento para que este pare de sangrar. Remendo porcamente feito.
E sangra porque?
Ele bem que tenta toda vez descobrir tal resposta, mas nada de lúcido vem à cabeça dele; ele próprio o mais consciente de seus deveres, mais de que qualquer outro humanos esquálido que se apresenta aos mundo todo dia.
Gaze, algodão: isto tudo deve ser mesmo em último socorro porque nada tem que chegar a penetrar feito lâmina a cortar a pele, tecidos ou órgãos.
--- Órgãos? Como se eles se importasseoim com isto. É pura história da carochinha, feita aquelas que contavam para gente quando íamos dormir. Quer dizer, para mim ninguém contou nada. tinha que dormir sozinho mesmo, com a luz apagada e sem reclamar de nada que fosse.

O cheiro de éter exalando pelo grande corredor de espera do maior hospital da São Paulo de Mário de Andrade e Rita Lee enchia--lhe as narinas grudando no céu da boca.
Desta vez, para não haver remendos de esparadrapo, ele dirigiu-se a um hospital. 
Tem em mente que aqui, apesar que da comiseração (?) humana pelos doentes, dos médicos compadecidos (?), das enfermeiras atentas (?) e de familiares do classe dos hienídeos, deve ser mamão com açúcar recorrer ao velho método para estancar os humanos de sua sina de algozes uns dos outros. Alguns murmuram doces palavras no leito, bem perto dos ouvidos.
--- As pessoas ficam doentes e de repente, assim do nada, os outros saudáveis se compadecem e os tratam como verdadeiros humanos que não são, que nunca serão. Pelo menos não na tolerância com o diferente, com o oprimido, com o desvalido, com o desempregado, com infelizes pobres ou ricos; e principalmnete com os solitários. Mas quem se importa? Somente se importam com a doença, não com o doente.
Um perqueno esparadrapo na junção do braço e antebraço direito (é canhoto, preferiu do outro lado) após a picada para tirar sangue - do tipo AB -, raro e portanto necessitado sobremaneira.
"Doar sangue foi uma boa ideia. Como eu ainda não havia pensado em 'trabalhar' em um hospital?"
Esquadrinha toda a ante-sala dos horrores antes da sala cirúrgica. O esparadrapo lhe deu passe livre para caminhar pelos corredores. Ninguem pergunta nada a ele.
Pretende demorar ali mais do que o costume... Enquanto nele estivesse grudado o pequeno pedaço. Remendado que fosse, é o suficiente.
Madrugada de intenso trabalho hercúleo.