segunda-feira, 30 de novembro de 2015

VIAGEM CCLV - QUANTAS LETRAS?

Reprodução [endereço abaixo]

de quantas letras?
de quantas cores?
e as dores
que transpôs?
(disto tudo que ele é feito...)
interrogações, pontos,
interações
três?
quatro vezes?
e tudo de novo
triplicado,
ou quadruplicado?

querer, criar,
e ter os acréscimos
para cruzar pela vida
(que tem as dores, as cores e as letras)
gravar na memória
as letras das músicas
deles...

que de tanto falarem
verem,
assistirem
os amores daquele que
fora
"o par díspar"
quanta singularidade
deles para
tratarem
dramas plurais
dos outros

das letras de mão
(e das dores, das cores...)
vieram as pelo corpo]
juntas com as letras de
uma razão doce
tranquila imersa em
paz

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Latin_Alphabet.svg

domingo, 29 de novembro de 2015

VIAGEM CCLIV - VIAJAR, E SÓ VIAJAR

Reprodução [endereço abaixo]
o que ele precisa?
mudar? ir embora?

nada - viagem, atravessar.. 
jeans, 3, escuros, retos, 

camisas, N, camisetas/cuecas, N,
sapatos pares, 3,

mala, 2, de mão, 1
e ir, viajar, a sair por aí

talvez mais ao longe
avião, velocidade sônica, 

experiências que virão
de verdades outras

andanças de observação
atenção

às construções que nunca entrou
aos outros que nunca viu
(até então)

seres diferentes que terão semelhanças
ele em sensações novas e intransferíveis

querendo aprender
ver, admirar,

estátuas, mármore frio,
imaginação pelo passado

imaginação pelas tendências de futuro
passeios, cafés, calçadas

gente diversificada indo,
voltando, indo e... ele absorto de tudo isto

tomado de despreocupações
ele, tão-somente ele - feliz

http://triphours.com/page/10/

sábado, 28 de novembro de 2015

VIAGEM CCLIII - NO FIM DE TARDE, NA CHUVA

Reprodução [endereço abaixo]
uma calça jeans, velha, 

recém lavada vestiu-o à perfeição

reta e sem estilos desnecessários, 

de um índigo profundo

e ele sentiu-se tão bem 

naquele fim de tarde de 

verão em que se anunciava

uma chuva de vida a pingar pela terra

pelos reservatórios sedentos

e em todo o seu corpo, nem magro, nem gordo
(talvez com algumas protuberâncias pela idade?)

foi caminhando pela chuva com uma nesga de sol ao fundo

do lado oeste onde via os prédios arranhando o céu de São Paulo

caminhou e caminhou mais um pouco

a água ainda mais enriqueceu sua vida

àquele instante

tirou a camisa e em um estupor que causou em alguns

pela idade e estar sem camisa

sorriu à esquerda, à direita

e seguiu o caminho até chegar 

àquela casa, campainha dois toques

"já vai" e latidos foram ouvidos

à porta, foi abraçado e recebeu pulos e a alegria do cão

que ali habitava contagiou-o de forma inequívoca

pela bagunça feita
(brincou em reciprocidade com o cachorro bochechudo)

todo encharcado, recebeu uma massagem nos ombros

beijou, foi beijado com vigor

na entrada povoada de plantas altas

mãos e corpos esfregando-se, 

e algumas palavras trocadas

sussurros recônditos

foram à sala

tapete felpudo, rolaram por ele

misturaram-se entre os pelos

em apertos de saudade que os afrouxava antes

ficaram por ali aos beijos, em carícias calmas

fortes e de extensão corpórea toda

ficaram mais minutos, sem preocupações de gozos imediatos
(de imediatismos toques? não eram afeitos a estes feitos)

preferiram contar coisas, fatos, piadas,

juras verbais de eternidade amorosa

até que, embalados pela poderosa chuva, dormiram

placidamente sentindo o corrente de ar fresca a lhe baterem nos corpos

vindo da pequena fresta da sacada

ele acordou perto da virada do "hoje para o amanhã"

acariciou o grande cão que fazia companhia em silêncio

e de repente, todos acordaram e incontidos na alegria

brincaram os três como crianças brincam com seus cães

em um átimo, recordou-se que é bom viver assim

gostar assim e se alegrar, mesmo que a vida insista em se pronunciar

árida e seca - a chuva continuava a molhar noite adentro

http://www.huffingtonpost.com/2013/12/28/top-art-stories-2013_n_4476306.html

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

PIB DOS ESTADOS E DO DF - 2013

Arquivo pessoal
O IBGE divulgou, como todo ano, o PIB das 27 unidades da Federação do ano de 2013; a grande surpresa dos resultados foi o estado do Paraná ter assumido a 4ª colocação, ultrapassando assim o Rio Grande do Sul. São Paulo ainda detém quase 1/3 de toda a riqueza nacional, apresentando uma renda per capita de R$ 39,1 mil. i
Total do Brasil: R$ 5,316 trilhões.
Renda per capita: R$ 26.446.
Publicação completa no link: 

http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/contasregionais/2013/default_xls_especiais.shtm 

 pib em R$   renda %
SP 1.708.222.389.981 39.122,3 32,131
RJ 626.319.607.316 38.262,1 11,781
MG 486.954.892.067 23.646,2 9,159
PR 332.837.167.017 30.264,9 6,260
RS 331.095.182.851 29.657,3 6,228
SC 214.217.274.027 32.289,6 4,029
BA 204.265.320.775 13.577,7 3,842
DF 175.362.791.415 62.859,4 3,298
GO 151.010.220.803 23.470,5 2,840
PE 140.727.623.193 15.282,3 2,647
PA  120.948.904.590 15.176,2 2,275
ES 117.042.934.029 30.485,0 2,201
CE 108.796.325.185 12.393,4 2,046
MT 89.123.839.379 28.007,8 1,676
AM  83.293.126.833 21.873,6 1,567
MS 69.117.773.803 26.714,6 1,300
MA 67.592.890.406 9.948,5 1,271
RN 51.445.700.243 15.247,9
PB 46.325.354.580 11.834,5
AL 37.223.276.378 11.276,6
SE 35.192.684.941 16.028,3
PI 31.239.985.727 9.811,0
RO  31.091.763.956 17.990,7
TO 23.778.285.987 16.086,4
AP 12.762.337.567 17.363,8
AC 11.440.020.070 14.733,5
RR 9.027.283.522 18.495,8
BRA     5.316.454.956.641            26.445,7 

terça-feira, 24 de novembro de 2015

VIAGEM CCLII - O ALGOZ

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turvo, tão turvo pela cegueira quase completa naqueles instantes

turvado de ódio

turvado pela incompetência, pela injustiça

ele apenas teve que engolir a seco
(como sempre... E porque ele ainda não se acostumou?)

raspando em sua garganta viciada em chocolate

todo o ódio, a injustiça e a falta de 

clareza das pessoas

dos amigos

de todos

não, a injustiça não é somente para ele
tampouco dele

é de todos

mas a dor é ele quem sente

atroz

como um algoz contumaz e

perspicaz que salpica sua prepotência

querendo parecer uma bala de alcaçuz...

mas não, a dor é contumaz quando é sentida...

http://www.partique.com.au/executioner-death-grim-reaper-adult-mens-costume/

domingo, 15 de novembro de 2015

VIAGEM CCLXI - O DRAGÃO ZOK PULSANDO LOA...

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Ele queria ter o dragão dos Herculoides, que era um bicho "ser" grande e forte. Aquele que mandava raios pelos olhos aos inimigos destruindo-os , sem piedade, sem dó (verdade que também ele emitia raios pelo rabo - cauda -, mas isto ele dispensaria... E à época  achava um pouco estranho também).

No planeta Quasar, Zok e seus companheiros eram os guardiães do bem e amigos de uma família humana. Ou então, eram os bichos de estimação que detinham poderes fantásticos. 

Hoje vê com certo riso o fato de apenas desejar o dragão Zok enviando raios "oculares"; talvez, nos dias atuais, com os perigos só se fazendo aumentar e ainda mais devastadores, ter uma reserva de raios estocada na cauda não seria algo descabido...

Zok: ele respirava fogo!
Zok: ele voava com asas enormes de morcego!
Zok: ele possuía um chifre de unicórnio!

E protegia seus humanos de todas as barbáries que extraterrestres quereriam fazer contra eles e o planeta que habitavam.
Voar em suas costas com absoluta certeza da segurança e da cumplicidade.
Ver o mundo lá de cima e, pairando acima do mal, combater os inimigos, os mal-feitores.

Hoje sabe que nada disto é possível.
E mesmo assim, lá em algum ponto remoto de seu cérebro, ele desejaria não se perder deste vínculo de menino que julga que pode resolver os problemas (próprios e do mundo) com um dragão voador, bonzinho, seu amigo, destruidor de vilões...
Nada disto é possível. E ele, escondido de todos e às vezes dele mesmo, se lamenta baixinho por não poder ter um "Zok" em sua vida.
Só se fosse... Talvez em quasar pulsando loa...

http://toonami.wikia.com/wiki/The_Herculoids

domingo, 8 de novembro de 2015

VIAGEM CCLX - O AQUAMAN NADANDO NA PISCINA

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Do que se lembra, da infância... Primeiro desejou ser um bombeiro e ter o caminhãozinho de rodar/bater/frente/atrás vermelho com sirenes gritantes e luzes piscantes o dominou por completo. Seria o motorista que encararia o trânsito, faria manobras arriscadas, andando na velocidade máxima, alertas sonoros ligados, conversões não permitidas estariam permitidas.

Mas pensava nisto tudo? Sim, sem dúvida, pois o desejo de se sentar no banco do motorista do grande caminhão de bombeiros lhe acompanhou na primeira infância durante quase o tempo todo. 

Vieram então os desenhos na TV e a compreensão inteligível em boa parte deles. Sem abandonar o bombeiro, ele dividiu a profissão do futuro com o exemplos de super-heróis. Aquele que nadava e respirava debaixo d'água, emitia ondas de sonar, foi seu primeiro; e o mais marcante de todos os tempos para ele. Identificara-se porque o personagem era um herói que protegia todos os bichos do mar e também o próprio mar. Quis muito ter estes poderes e até hoje se recorda de vários episódios.

Aquaman coabitava  com o príncipe submarino Namor (achava que ambos eram amigos... Descobriu que não) que "cavalgava" em um cavalo-marinho - outro "ser" que quis muito ter para ajudar os fracos e indefesos que aparecessem em seu caminho. Do homem de aço... Não lhe apetecia muito e apenas com outros olhos no futuro é que prestou certa atenção no homem mais forte do mundo.

Ele cresceu, demoradamente, mas cresceu.
Passou a fase dos desenhos animados na querência de ser alguém poderoso e que ajudasse sempre quem estivesse precisando.

Mudou para veterinário. Estava então na pré-adolescência. Tratar dos bichos e protegê-los misturava ideias de adulto com os ainda presentes ideais da infância. Especial atenção dirigia-se aos cachorros e cavalos. Aos 12, revoltava-se com os condutores de carroças/charretes que chicoteavam seus animais que já estando no cabresto, ainda sofriam mais.
Tinha raiva destes e da lenda da carrocinha que pegava cães sem dono (e aqueles que por ventura estivessem apenas passeando pelos arredores de suas casas) para que virassem sabão.

Até os 16 quis ser veterinário. Mudou de ideia quando tomou ciência que um veterinário é também um médico e que, portanto, tem em suas obrigações operar, abrir corpos e relatar eventuais mortes. Sim, ele sabia desde antes que estes profissionais faziam isto, mas é que o fantasioso encantamento de proteger os animais não permitiu que ele se atentasse a este detalhe minuciosamente cirúrgico.

Findado o ensino médio ( antigo 2º grau), ele optara pela área de exatas sem ter a exatidão do que isto significava. cursou engenharia civil, mas desistiu após dois semestres.
Mais uma faculdade, desta vez de educação física com ênfase em esportes aquáticos (no mestrado que por ventura cursaria) em uma vaga lembrança de sua primeira profissão, o herói que respirava debaixo d'água.
Não terminou nenhum destes cursos.

Ensimesmou-se quase um ano e já perto dos 30 decidiu ser comunicador. Empreitada que levou a sério, tornando-se um diretor de curtas que tratavam da defesa dos animais/meio ambiente e de seus respectivos protetores de quaisquer áreas. O curta-metragem que versava sobre o resgate dos animais silvestres que haviam invadido em sítio a menos de 100 quilômetros de Brasília, fugindo de um destruidor incêndio florestal, ganhou prêmios. A tomada feita à superfície da água de uma família desesperada de tatus que mergulha na piscina fugindo da fumaça e das chamas fora especialmente elogiada pela crítica nacional e internacional.

Àquele momento capturado ele, em uma centelha de infância, imaginou ser o Aquaman - só para salvar a mãe e suas crias. Logrou êxito estando a mais de 1000 km longe do mar.

http://www.engadget.com/2013/02/13/aquaman-joins-injustice-gods-among-us/