segunda-feira, 30 de novembro de 2009

GOL HISTÓRICO

PALMEIRAS AVANÇA
Pode ser tarde, é verdade. Pode ser que os outros ganhem.
Mas ontem vi um Palmeiras valente e aplicado jogando como há mais de mês não jogava.
Com um diferencial que fez Diego Souza o grande heroi da partida ao assinalar do círculo central um gol feito de prima após defesa do goleiro do Galo. A bola entrou no gol encobrindo todo mundo que estava no caminho.
Houve o desempate e acabamos ganhando por 3 x 1 do Atlético. Vagner Love fez o terceio e terminamos a penúltima rodada em 3º com chances reais de lutar pelo pentacampeonato. Está certo, não depende mais de nós exclusivamente.
Mas como se diz por aí: o campeonato só termina quando acaba.
Diego é foda!

domingo, 15 de novembro de 2009

A FRANÇA AMAZÔNICA

O “DEPARTAMENTO DE ULTRAMAR”: GUIANA
Reprodução, mapa da Panamazônia - linha amarela
(A guiana Francesa está loocalizada no mapa acima, quase no centro, na parte superior, à direita, vizinha ao Amapá)

A Amazônia sempre é – e foi – um fator de preocupação para nós brasileiros e para outros povos, cujos quais dividimos a imensa Floresta Equatorial de mais de 6 milhões de km² (alguns geógrafos incluem na bacia do rio Amazonas a bacia dos rios Tocantins/Araguaia, com área superior a 7 milhões km²).
Se fosse um país, seria o 7º maior, deixando Índia, Argentina, Sudão, Cazaquistão para trás comendo poeira. E pouco menor que a Austrália.
Situada na linha do Equador, a floresta se estende pelo Brasil, dono do maior naco verde com cerca de 50% do total, e pela Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e... França.
Verdade. A França possui um ecossistema, bioma, bacia hidrográfica aqui na América do Sul: a Guiana Francesa, oficialmente com o status político de “departamento de ultramar”. Sei. Para mim soa o velho colonialismo europeu mostrando os dentes aqui no Novo Mundo. Menor unidade política do continente com cerca de 90 mil quilômetros quadrados (pouco menor que Pernambuco) e escassamente povoado: os habitantes não ultrapassam os 250 mil habitantes (do tamanho de Americana, no interior de São Paulo); Caiena a capital tem 60 mil e é o principal centro político-econômico do território. O território faz fronteira com o  estado do Amapá, extremo norte do Brasil.

Voltando à questão amazônica, vemos que a floresta ainda é a que menos se desmatou quando comparamos com outras do gênero equatorial e/ou tropical. Tirante os aspectos negativos do avanço da soja, da pecuária, das extrações ilegais de madeira, da expulsão dos índios... A Amazônia permanece o grande território verde do planeta.
Portanto, tem gente de olho, não se enganem.
Desperta a cobiça de grandes grupos econômicos e, por certo sem nenhuma paranoia, de alguns países em declará-la “Área Internacional”, algo do tipo como patrimônio da humanidade.
Grande balela! Mentira deslavada.
O que querem mesmo é entrar na floresta e ganhar dinheiro com o que for possível.
Temos que lutar a qualquer custo para preservar o lema “A Amazônia é brasileira”. Claro está que devemos e precisamos contar com o apoio dos nossos vizinhos para dar maior coesão política ao problema e defender a integridade territorial da região, bem como defender a floresta dos crimes listados logo acima (para desmatar sua nacionalidade não exime ninguém de nada). Um foro múltiplo composto pelos oito países sul-americanos abrangidos pela massa verde pode ser melhor respaldado em organismos internacionais e em grupos de discussão com outras nações.

Então... A luta vai ser renhida, daquelas de ser briga de foice no escuro.
Então... Porque não contar com uma ajuda valiosa pertencente à civilização europeia e branca? Porque não contar com um apoio que pode influir,. talvez, com mais vigor na esfera dos ainda detentores do poder neste sistema capitalista?
Falo da França: a Guiana Francesa tem mais de 60% de seu pequeno território dominado pela hileia (bioma amazônico).
Em minha opinião o chamado à França tem que ser firme e fazendo crer aos franceses que não são apenas parte interessada em lucrar com a floresta, mas inclusive parte da própria floresta. E que a preservação e integridade do território francês passa por firmar uma aliança política de importância capital para o Brasil, à América do Sul e à União Europeia. Com certeza a força política e econômica será bem maior com maiores possibilidades de defesa do território amazônico.
A Amazônia é nossa sim! Para defendê-la, no entanto, carece que façamos uma só voz e que lutemos acompanhados com os países amazônicos, França incluída.
Daqui uns 10 anos, 20 anos, 30... As coisas podem estar bem feias no que toca ao abastecimento de água potável à humanidade: e a região é detentora de vasto depósito de água doce da Terra. E a água tornar-se-á um instrumento de persuasão, para dizer o mínimo. Teremos problemas seriíssimos.
Porque não fundar algo do gênero... União de Países Amazônicos? Ou Fundo de Defesa da Amazônia? Organização das Nações Amazônicas?

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

ESTADOS DE SP E RJ DETÊM 45% DO PIB

RÁPIDA ANÁLISE DE NÚMEROS DO PIB

Escrevi mês passado sobre estimativas de população. E havia comentado que depois sobre as estimativas de PIB do Brasil. O IBGE mais uma vez é a referência básica; e segue aqui nova crítica ao sítio do órgão: combina ferramentas de alta tecnologia com antigas tudo isto misturado na tela, tudo poluído. Para quem não está acostumado é confuso e pode-se vir a perder tempo. Um novo lay out é para ontem.

Para vocês terem certeza acerca dos números, o IBGE calculou para 2006 que em valores absolutos o PIB do Brasil alcançou a cifra de R$ 2.369.796.546 (mais de dois trilhões), com renda per capita de R$ 12.688. Interessante verificar os números com acuidade para saber que o Estado de São Paulo responde por 33,86% deste valor. São Paulo – única cidade alfa na América Latina e a real capital do Brasil (frase já citada de dois autores em “Atlas do Brasil”) – é o verdadeiro coração da economia: 11,93% de cada 100 reais ‘feitos’ provêem da capital paulista, valor superior à riqueza total produzida pelo Estado do Rio de Janeiro, o segundo; Minas logo em seguida.

Dêem uma olhada nas cifras dos Estados (vou arredondar para evitar números em demasia) expressos em bilhões de reais; entre colchetes números percentuais e renda em R$:

1) SP – 802,56 [33,86] [19.548]

2) RJ – 275,36 [11,62] [17.695]

3) MG – 214,81 [9,06] [11.028]

4) RS – 156,88 [6,62] [14.310]

5) PR – 136,68 [5,77] [13.158]

6) BA – 96,56 [4,07] [6.922]

7) SC – 93,17 [3,93] [15.638]

8) DF – 89,63 [3,78] [37.600]

9) GO – 57,09 [2,41] [9.962]

10) PE – 55,50 [2,34] [6.528]

- observações:

a) 3º colocado, Minas Gerais tem renda abaixo da média nacional, mas ainda superior a de 16 Estados.

b) SP e RJ detêm mais de 45% do total do PIB (SP e MG têm 33% do eleitorado e 31% da população, os dois maiores).

c) RR com PIB de R$ 3,66 bi e AC de R$ 4,83 bi finalizam a lista

d) PI, renda de R$ 4.213 e MA, 4.628, são os menores do Brasil; SE com 7.560 é maior do Nordeste.

Paro por aqui. Em futura postagem teremos números dos municípios.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

ESTERÓTIPOS PODEM CONTRIBUIR COM MAIS INTOLERÂNCIA

CADÊ OS OUTROS?

Então tudo é baseado no maldito estereótipo? Eu, você, a mídia, intelectuais, o capital, a massa “ignara”, o governo se pautam em burlar a grande diversidade humana que existe de Vladivostock a Punta Arenas, de Akureyri a Nukualofa, de São Miguel do Gostoso a Goa. E olha que eu estou falando em quase 7 bilhões humanos que pululam por aqui (os números mais exatos mostram 6,75 bi) e que por razões geográficas, históricas, culturais, econômicas, genéticas e, por último mas não menos importante, comportamentais diferem uns dos outros. Caetano disse que “de perto ninguém é normal”, o que me alenta. Sim, creio que sejamos todos ‘anormais’ e não diferentes... Diversificados cabe melhor em alguns aspectos.

Insistir em reforçar estereótipos apenas e sempre é minorar uma pessoa ou grupo sejam quais forem. As pessoas são mais do que estereótipos, mesmo que estes dominem ou pontuem as relações entre nós. Reduzir e marcar uma pessoa somente por ele... Não me parece inteligente tampouco melodioso.

Entretanto, o que se vê é uma tentativa de nivelar e igualar os seres segundo as ‘convenções’ ditadas ao longo dos séculos e séculos. Para que sejamos mais hermeticamente similares porque sendo assim o domínio baseado na manipulação viceja de forma mais frondosa. O poder é aterrador de inebriante para determinados espécimes humanos. Estes gostam da adicção e não arredarão pé fácil não!

Quero chegar aos estereótipos humanos. Discorrerei, ou melhor, citarei alguns apenas.

- as loiras são burras (ou abarcando mais: as mulheres gostosas também)

- todas querem ser popozudas do funk aqui em Vera Cruz (“... nem toda brasileira é bunda, meu peito não é de silicone...”)

- jogador de futebol é analfabeto de pai e mãe (e demais atletas)

- político é corrupto (nossa esta eu reconheço: é difícil não mergulhar no dito estereótipo)

- todo cdf – agora se fala ‘nerd – é magrelo, usa óculos e não gosta de esporte

- os ferreiros de academia são obtusos (incluem-se surfistas e afins)

- negro é pobre e/ou favelado (para alguns muitos, nem chegamos a 1888)

- negro dirigindo carrão é motorista (deste a gente ouve inclusive as variantes: são empregados domésticos apenas para citar mais um)

- favelado é bandido (sendo assim, há milhões de bandidos espalhados?)

- mendigo é mendigo porque quer (“ora, quem mandou não estudar” é o que se ouve)

- puta é puta porque quer (esta é machista até o último pêlo dos bagos)

- pobre é ladrão (como se pobreza determinasse carácter)

- rico é canalha, e fez patrimônio roubando os outros (como se riqueza determinasse carácter)

- gay homem é afeminado e gosta de se travestir (tão recorrente e pequeno)

- lésbica é masculinizada e bate um bolão no bilhar (tão recorrente e pequeno também)

- gordo é infeliz e come porque quer (este incutido por vezes nos próprios, o que pode causar uma ‘miséria’ sentimental absurda)

- policiais militar e civil são ‘subornáveis’ (reduz-se a um bando de fora-da-lei agindo ‘em nome’ da lei)

- barnabé é vagabundo e faz corpo mole (e como funcionam hospitais, delegacias, escolas, repartições públicas etc, etc...?)

- viciado se vicia simplesmente porque tem a cabeça fraca ou o que é pior: porque quer (“o cara tem que ser preso!” É o que se escuta)

- motoqueiro é folgado no trânsito (não respeita as respectivas leis)

- paulistanos vivem para trabalhar e São Paulo é feia apenas (pouco para definir a metrópole brasileira)

- cariocas são vagabundos e o Rio é lindo apenas (pouco também para definir a outra metrópole)

- a imprensa brasileira quer desestabilizar o governo petista (claro, para eles basta que não concordemos que já se prenuncia uma desestabilização do regime)

- brasileiro gosta da tríade: samba/carnaval/Lula (a maioria por vezes pode ser tirânica)

- brasileiro é um apaixonado nato por futebol (viva a diferença. Há muitos que detestam)

- Hollywood só faz filme “americanóides” (de uma pobreza atroz reduzir a cinematografia americana às patriotadas filmadas)

- americanos irão destruir o mundo (pois bem: e quem vai impedi-los? Os chineses? Analisando sob esta ótica eles não querem também destruir mundo?)

- comunistas comem criancinhas (acho que este está em desuso... Nem sei se ainda tem maoístas, leninistas, stalinistas e trotskistas por aí)

- orientais no Brasil não se misturam aos brasileiros (ué, mas japonês nascido no Brasil não é japonês... É brasileiro)

- os muçulmanos têm Osama como herói (o Islamismo não é uma religião que propaga a violência)

- empresários exploram e arrancam o couro do trabalhador (e com que intuito? Até deixá-lo sem nada?)

Nossa. A lista é imensa.

O que fazer com estes questões arraigadas nos neurônios dos homens. Eu sinceramente não tenho a resposta. Digo, de toda forma, que lutar dentro de cada um nós para que saibamos que os tipos de nossa espécie são tão diversos. E não é só a digital que nos personaliza.

Somos uma amálgama de genes (bons e ruins), de geografia, de educação propiciada pelos pais, depois pela vida...

Onde estão aqueles discordantes dos estereótipos?

Soa como restrição estereotipar cada vez que se analisa (aqui o termo é bem amplo) o outro. Alguns detratores podem afirmar que eles existem e saltam aos olhos. Claro, nunca neguei o fato. Creio, por outro lado, que as manifestações humanas situam-se um patamar muito mais elevado do que simplesmente os estereótipos sociais aos quais submetemo-nos e resignados, portanto, perpetuamos.

Quão grave é isto?

Bem, basta ver a carga explosiva de preconceito e intolerância que de modo geral carregamos. Um mofo que vai se alastrando tomando conta de nossa lucidez.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

À CANALHICE O SPRAY

VAIDADE SOBRE A PELE

Ouvia um clássico americano (sim, eles têm coisas incríveis por lá) de Cole Porter na voz de Frank Sinatra, no qual um verso em inglês demonstra: “I’ve got under my skin”. Em uma tradição livre de preconceito e de policiamento poderia assim ser traduzido: eu estou “impregnado” de você. Claro que a mais próxima da realidade em português para a expressão no idioma de Edgar Allan Poe é: Eu te tenho sob a pele. Na canção está explícito o sentimento de total ocupação do corpo por este amor que se entranha sob a pele. Pele. Relegada a um segundo plano por vezes, maltratada pelo excesso de sol, por exemplo.

Pele. O maior tecido humano, medido em centímetros quadrados vários.

Tecido responsável pela comunicação com o mundo exterior o que faz dela o nosso maior órgão sensorial: é a possibilidade de sentir o outro. O toque sobre a pele traz efeitos variados como aquele frêmito a percorrer o corpo quando do toque do seu amor. O esfregar, o roçar de uma sobre a outra... Ah, coisa boa! E é responsável também pela transpiração, fator fundamental para mantermos a temperatura corporal.

Ponhamos a nos imaginar o que seria se arrancassem nosso couro, dos pés à cabeça...

Dor é o que vem primeiro em minhas ligações nervosas. Uma dor excruciante.

Mas não é só dor, daquelas físicas.

Tem a ver com beleza, poder e status. Tudo permeado claro por aquele que “está em casa contando o vil metal”.Porque humanos sentem dor e é inimaginável alguém realizar tal “façanha” com outro semelhante, um da mesma espécie da nossa... Já o que se refere aos animais, fazemos verdadeiras operações de guerra para lhes conseguir o couro, que desafortunadamente, aos olhos dos homo sapiens são dotados de qualidades que abarcam beleza extrema à ‘ergonomia’ (porque a pele dos bichos tem também outras funções). O mimetismo dos camaleões mostra do que o réptil é capaz de fazer.Estética. E por ela, arranca-se o couro de jacarés, arminhos, chinchilas, rãs (os anfíbios são os vertebrados mais ameaçados pela extinção), arminhos, pirarucus, cobras, raposas, leopardos, martas e muitos mais. Sem esquecer as penas usadas em fantasias e em desfiles no Anhembi e no Brasil todo.

Para estes, as avestruzes, estão aqui para deixar mulatas, passistas e destaques mais belos.

Fico me perguntando a razão. Quanto mais eu analiso mas me dou conto que me é incompreensível.Aqui, eu faço um adendo. Esta questão envolve o que o ser humano tem de pior: a vaidade pela estética neste sistema inventado por nós e que é, verdade, de difícil conserto – como sou otimista não quero pensar que estamos todos caminhando mesmo para o abismo. Acho que ainda dá jeito de dar um jeito nas coisas aqui.

Pela beleza e tortos caprichos sabemos que muitas espécies foram extintas apenas para cobrir corpos humanos vivos. Humanos que já haviam chegado aos tempos modernos – o dos tecidos sintéticos – e que, por este motivo, não tem razão embasada na necessidade daquela existida séculos e séculos atrás: de se cobrir para proteção de inimigos naturais e do frio

Vale é a vaidade humana que faz pensar que porque os bichos são lindos e que sendo assim devem nos embelezar já que estão aqui para nos servir como “raça superior” que somos e dominadora de todos.

E os bichos que morram não importando, inclusive, o modo como se faz para escalpelar os nossos companheiros de existência neste pedaço mínimo do sistema Solar. Lembro-me bem de um filme-documentário que vi na TV quando tinha meus 20 anos (é, faz tempo...) cujas cenas mostravam uma matança de bebês focas feita a pauladas em um lugar remoto do Canadá. É isto: separava-se a mãe do filhote e logrado o intento este era assassinado com pancadas na cabeça para não deixar marcas pelo corpo. Reparem que, além da crueldade, há a preocupação – mais uma vez – com a estética... Da matança que nada mais significa que lucro. O dinheiro prevalece.

Em frente à tela eu quedei-me paralisado sem entender porque faziam aquilo com os bebês. Esvaí-me em dó e tive ódio mortal dos caras que batiam neles. Mais tarde fui aprender que estes homens apenas fazem parte de toda uma cadeia produtiva. Eles não matam por eles, matam por outros. Claro que em um sistema capitalista para uma parcela privilegiada alguém tem que fazer o trabalho sujo e com certeza as ricas damas da sociedade, as lindas modelos é que não sujariam as delicadas mãos. Elas querem vestir o produto do morticínio.Evocando aquilo escrito no começo – a música de Cole Porter – soa que o amor que um ser humano nutre por outro em especial (seja lá quem for) pode se traduzir como algo que nos torna mais vivos, mais próximos daquilo Cristo julgou que pudéssemos ser. Ter alguém sob a pele (ou “ser o sangue que corre nas veias”) é de uma imensidão de amor que quase nos afogamos.

Entretanto... Os animais sofrem quando o homem vai lá em seu ambiente, chega, destrói tudo, constrói o que ele quer e mata. Como é possível que a vaidade/status se sobreponham à vida de outros seres que povoam exatamente o mesmíssimo lugar? Mais do que uma sobreposição ela é tornada uma interdição à vida.

Por vaidade? Para mim é de uma mesquinharia suja localizada no limbo da alma humana. Os bichos não vivem para nos servir com exclusividade. E não deveriam/poderiam ser mortos porque são desta cor, têm tais listas, o pelo sedoso, curto, farto ou coisa que o valha...

Outro ponto: ser belo pode custar vida e todo o código genético de uma espécie.

É previsível os homens e as mulheres fazerem isto com os bichos. Sabem por quê? Ora, se nós humanos arrastamos outros humanos pelas ruas no asfalto quente e os deixamos pendurados por um cinto de segurança... Com os bichos prefiro mesmo não relatar atrocidades que vi e ouvi por aí. Não porque me enoje, mas por sensação de extremada impotência pensando no que podemos fazer para parar este comércio podre e carcomido.

Para os bichos assassinados que 'saem' às ruas: spray nos casacos de pele agora.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

CALOR

TUDO VOLTOU À ‘NORMALIDADE’
Agora é verdade. Finalmente o calor chegou aqui em São Paulo. Estava sendo uma primavera – que mais parecia outono – torrencialmente chuvosa. Desde ontem os termômetros subiram e devem seguir assim até as noites de março e os dias de abril.
Reitero: já não era sem tempo!
A sensação de frio incomoda e torna alguns lugares frios. Por exemplo, onde moro durante estes longos meses de inverno ‘siberiano’, a área comum do prédio é um frízer natural. E dentro de casa o ar gelado alcança todos os cômodos.
Sendo verdade que o calor em São Paulo judia em seus dias de pico também é verossímil afirmar que a capital é mesmo a terceira mais fria do Brasil. Curitiba a primeira, claro. Situada a mais de 900 metros de altitude ali perto da Serra Geral e do Mar apresenta temperaturas que no inverno chegam a menos de 0°C. Porto Alegre, a segunda, se encontra já em terras que são consideradas de clima subtropical. Alguns geógrafos dizem temperado também por estar localizada no paralelo 30° O.
Chegamos então a São Paulo onde as noites de abril prenunciam o inverno que virá e onde o verão bate alto de janeiro a março.
Verdade que o calor aqui pode judiar e ouço direto de meus amigos paulistanos dizerem que a metrópole combina mais com o inverno. Quanta à judiação impingida aos 11 milhões digo que eu (e outros milhões talvez) considero certo exagero. Vejam bem: escrevi o advérbio certo porque pela pouca cobertura vegetal que a cidade tem, o asfalto e o concreto parecem sufocar. Quanto ao substantivo exagero: para quem foi criado no interior – grande parte em Piracicaba – considero o calor daqui ‘menos’.
Para quem cresceu no verão piracicabano em que dias seguidos marcando mais de 35° C são tidos como absolutamente previsíveis, o calor paulistano é mesmo um alento.
Há um senso comum lá em Pira para dizer se a noite foi de intenso calor quando se fala que “ontem eu vi as árvores. Todas as folhas quietinhas. Imóveis. Nenhum vento”
Fui forjado no calor. Houve uma mudança, tenho quer confessar. Antes eu não gostava do verão e preferia toda vida o inverno. Chegava maio... Eu e gostava.
Hoje o frio chega a me irritar tamanho desconforto que causa às terminações nervosas pelo corpo todo. Tem também aquele monte de roupa obrigatório. Acordar cedo. Entrar no banho. Sair do banho. Dormir de meia (esta é a pior).
E se chove junto? Foi o que aconteceu neste inverno. Desde 2000 os índices pluviométricos aqui na Grande São Paulo não batiam recordes. Uma das razões para que o frio tenha persistido até o fim de outubro.
Sinto frio. E não gosto.
São Paulo combina com todas as estações. No verão combina mais ainda.
Passa frio!
Voltamos à ‘normalidade’.