quinta-feira, 31 de julho de 2014

VIAGEM CXCVIII - O VENTO DO METRÔ

Frio o vento que sopra do metrô quando um trem vem ou parte para seu destino com os homens dentro de cada um dos vagões que o formam. O vento aparece pujante, cortante, insinuante para um afeto a 2 com a quentura daquela cama que dormimos em meios a edredons pesados de uma cor só.
Sigo, sigo sem pensar no dia de trabalho atribulado que terei pela frente até tantas da noite. Penso em você, dormindo, quente, mal conseguindo balbuciar um tchau. Lembro, porém, de quando fechava a porta do quarto, você venceu o frio e a preguiça e levantou-se em um pulo e me abraçou enrolado em uma das cobertas (que o fez tropeçar) dizendo "sabe que te amo". Rimos de sua quase queda em um abraço de aperto. "Como sou feliz", penso.
Eu sei. Mas cada vez que diz, eu gosto ainda mais de ouvir e amao você mais.
Como se fosse póssível.
O metrô, cheio, barulhento e apinhocado de gente com muita roupa no inverno de São Paulo.
Absorto que estou, lembrando de você, esqueço o vagão, esqueço estarmo debaixo de metros e metro de metrô abaixo da terraA.

AINDA NÃO TERMINADO



domingo, 27 de julho de 2014

VIAGEM CXCVII - RASURA EM UM RIO

Reprodução [endereço abaixo]
Ramificar nossos corpos entrelaçados.
Remediar nossas dores do dia e do mundo todo
Restabelecer-se com resiliência um frente ao outro
(Rasuras na minha cabeça - rotas antigas que me amarravam - e, agora, com sua mão que percorre meu corpo

Refestelo-me de grande prazer, estando eu então em frenesi).
Ritual de nosso amor que em um rompante, assaltou-nos causando
Rendição irrefutável, só para rasparmos o prazer um do outro até o fim.
Rolando pelo chão frio de inverno - mirabolantes posições com 

Rumo certo, minha saliva toda em seu corpo, testando, sentindo, cheirando: uma exploração repetida, fundada, robusta. E
Rasteira, relés, rica de suores e baixas de moral: rusticidade sem violência.
Rimando nossos arfares e gemidos, rútilos sob a luz esmaecida de um dia de inverno e chuva na megacidade, respondemos incontinente ao gozo que cavouca nossas pélvis.

Remelexos frenéticos
Rudimentares em seus pelos ruços, ruivos. 
Rubescemos não de vergonha, rubescemos do esforço que retalhamos para que cada um desamarrasse o 'respeito'.
Rouco, rouco como no fim da madrugada, murmuro o amor que tenho e 

Recebo juras rasgadas junto à barba cerrada que insisto em não refazer.
Rio, você ri, em meio à nossa ríade de prazer que permite a felicidade neste átimo em 
Rostos crispados em um ricto de tesão.
Rimos juntos ainda em respiração trôpega e alterada.
Revoltamo-nos contra o dia de modorra e ainda rimos escancaradamente depois do
Rio de gozo que riscou nosso lençol azul bem claro.

http://forum.thegamecreators.com/?m=forum_view&t=166698&b=3&p=14

quarta-feira, 23 de julho de 2014

VIAGEM CXCVI - O ANDAR DE SÍMIO

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Quadrúmano, como aqueles símios emissores de grunhidos de guerra quando ao ataque se lançam para saciar a fome que insistem em querer proteína animal. 

Simiesco como aquele que dá longos passos com as quatro mãos cheirando o ar com olhar de mau, de dominante, de alfa, que quer tudo em primeiro.

Territorialista, lutando para conseguir os melhores pontos de observação, para conseguir a melhor carne, para conseguir a melhor - e única - cópula.

Espumando de raiva, desejando a luta, com seu andar quadrúmano, avançando lentamente, bufando alto, rangendo os longos caninos, beiço para trás, mostrando toda a arcada dentária.

Para que tudo isto se com muito menos eu o dominaria docemente? Sem usar a força física (quer dizer, sem brigar com você) de maneira dominante?
Você podia ter vindo, bufando, rangendo, grunhindo, que mesmo assim eu o derrotaria com minha calma aparente e verdadeira.

O campo de tanta gente que é esta São Paulo - de uma dúzia de milhão quase - assistiria, então, ao homem mais feliz e realizado se você se permitisse à emoção de ter-me ao seu lado, caminhando junto com a mesma vontade de caminhar juntos por longo, longo, tempo na vida.
É a tal estrada da vida.

Mas você ainda está mais para ataques simiescos que humanos e mesmo com 99% de compartilhamento de DNA em mim e em você, aqui dentro, aqui no coração, ultrapassei os 100% e você... 
Ainda a estar caminhando como um símio quadrúmano de querer e não conseguir.

Quanto tempo irei esperar?
Certeza do tempo eu não tenho nem almejo ter. O que sei é que estando sobre meus dois pés já não sou um arremedo de humano...
Ereto como sempre.

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ELEITORES 2014

Eleitores por unidade da Federação; o total das 27 UsF soma 142.349.867 aptos a votarem. 
               %            milhões
SP
22,48
31,998
MG
10,71
15,249
RJ
8,44
12,014
BA
7,11
10,126
RS
5,84
8,312
PR
5,43
7,731
PE
4,60
6,546
CE
4,39
6,243
PA
3,60
5,121
SC
3,35
4,767
MA
3,19
4,546
GO
3,04
4,326
PB
2,01
2,853
ES
1,84
2,622
PI
1,66
2,367
RN
1,65
2,352
AM
1,54
2,196
MT
1,53
2,183
DF
1,39
1,977
AL
1,36
1,937
MS
1,25
1,781
SE
0,99
1,417
RO
0,77
1,098
TO
0,70
0,998
AC
0,36
0,510
AP
0,33
0,476
RR
0,22
0,307
Ext
0,22
0,296




142,350





SE
43,47
61,884
NE
26,96
38,388
S 
14,62
20,810
N 
7,52
10,704
CO
7,21
10,267

domingo, 13 de julho de 2014

VIAGEM CXCV - SERVIR AO REI

Reprodução [endereço]
Feito um rei, aquele rei lagarto incendiário de meados dos 1960 até o começo dos 1970, que de tudo faria para ter em seus súditos a admiração para continuar a ocupar o grande trono do grande país, formado por tantas misturas; vermelhos, negros, brancos e amarelos.
Os mais de 200 milhões. E imperar à vontade entre eles e poder dispor quando quisesse do que fosse e de quem quer que viesse e fosse.

Sim, com aquela aprazível vontade de servir a um bom rei - um bom imperador - que ajuda, acalenta e protege - que é "pontifex maximus" e que de tanto o quererem existe até mesmo um seleção.
Dos bons!
Dos quentes!
Dos felizes!
Passarem dias e dias em fogo que ardente que é, queimará todas as percepções equivocadas e então, o serviriam com extrema fidelidade. Sem anularem-se porque isto é para os imbecis fanáticos.

Conquistas de corpo todo, de amigos, de inimigos, de pobres, de ricos, de feios, de bonitos seres entre os que aqui habitam encarapitados uns em cima dos outros nas grandes urbes - do Oiapoque ao Chuí - e das pequenas cidades e dos rincões espalhados. Todos em frêmito em servir ao rei máximo que dispensa a coroa quase sempre e que quase nunca dispensa os louros da vitória. Sem esquecer as sempre esquecidas: as médias cidades (o rei nem poderia, mesmo que quisesse - em uma destas encontrou seu par de fala arrastada e de "R" retroflexo)

Debruçar-se-iam a novas terras espalhadas pelo Atlântico Sul, chegando então aos confins do continente para abarcarem de quentura no imenso continente gelado.
Lá o rei - feito o rei lagarto e sua barba espessa e cerrada de fios quase ruivos - levaria contingentes do continente já pertencente para ali iniciar nova colonização -  baseada no fervor em querer que o rei tenha prazeres, alegrias e dedicação. 

Seguirão então para o lado de lá do oceano, abarcando terras africanas, dominando com segurança, severidade para os fortes e justiça para todos - porque ele é um bom imperador. 
A próxima conquista serão as ilhas logo ao norte e a península que quase encosta na maior delas. Um mar de ilhotas com ganas de serem dominadas (o que tornará um verdadeiro passeio de felicidade e prazeres)

Porque ele é um bom imperador.

http://en.wikipedia.org/wiki/Laurel_wreath#mediaviewer/File:Lorbeerkranz_Zypern_rem.jpg

sexta-feira, 11 de julho de 2014

VIAGEM CXCIV - REFESTELAR-SE

Um depois do outro, seguidamente, em um total de... De... Acho que ele perdeu a conta depois do número 5, que ainda vieram mais em uma sucessão que lhe trazia poder, vontade feita, obediência e claro, uma sensação de ser desejado em absoluto e que os outros não se controlam para ter, mais forte que qualquer princípio de autocontrole.

Refestelava-se nestas noites que poderiam ser noites de segunda-feira, terça-feira, quarta-feira... Domingo. Começara a levar parte de sua vida assim já há alguns anos e cada ano que passava, havia um aprimoramento no rol do teatro da dominação. Refestelava-se, talvez como os imperadores das dinastias de Roma - tinha sonhos recorrentes nos quais era o chefe da guarda pretoriana.

"Ganhava" assim sua vida - algumas horas, seja dito. Não, ele não vendia o corpo ali pela praça da República, rua do Arouche, Parque Trianon, ou em clubes fechados. Nada disto. Nem cobrava seja quem fosse. Gostava de estar neste controle, de empurrar mais, de fazer chorar e de ser atendido. Depois pegava seu velho GT anos 80 - que fumava óleo quase todo dia - e saia ainda melado das salivas em profusão por sobre seu corpo.

Não era bom, tampouco ruim; porque um homem não pode ser medido no carácter exclusivamente pelo poder que tem e que recai sobre outros. Mantinha apenas a vontade de ter-se como príncipe, ou ainda, como rei, o qual "súditos" de todos as espécies pudessem ter acesso desde que demonstrassem o desejo e ânsia. E que lhe dessem prazer sofregamente - que se esforçassem, que precisassem.

Resultava em um modo de dominação que lhe posiciona como um homem alfa. 

domingo, 6 de julho de 2014

VIAGEM CXCIII - UM CELENTERADO

Reprodução [endereço abaixo]
A vagar pelas águas azuis ou verdes dos imensos mares - de oceanos - das regiões tropicais e subtropicais do redondo planeta (que dizem ter, por aí, quatro cantos), subindo e descendo tudo na vertical, adquirindo um formato interplanetário, quiçá mesmo de outra galáxia a milhões de anos-luz.

Milhões? Anos-luz? Só mesmo se fôssemos, todos, habitar algum planeta em Andrômeda, porque este parece não estar dando conta de tantos seres a disputar o mesmo pequeno espaço, na terra, no ar e na água.
Moleza? Urticante? Sem cérebro aparente?
E a boca? Por onde entra tanto zoo-plâncton?
Vagando por águas mais quentes, como um jato morno de mar perto do Equador e ao norte e ao sul deste. Jatos e mais jatos.

Um celenterado célere, supersônico pelas águas do Atlântico que é o mais importante dentre todos os oceanos que dominam a Terra; celebração do azul-celeste de tantos moles seres, como aquele imenso celenterado que de tão descabeçado - como lhes disse, não há um cérebro celenterado - chega à superfície sem saber que milhões desejam, podem e vão comê-los.

Com a medusa - não aquela das terríveis cobras peçonhentas no couro cabeludo, aquela do olhar penetrante e pétreo -, caravelas-do-mar, hidras, águas-vivas e todos do tal ramo cnidário de tão antigos, simplesmente vivem até agora; sem nada de tão inventivo ao longo de sua evolução: permanecem os mesmo desde antes dos lagartões jurássicos tão dominadores que acabaram-se findando. 

De tentáculos desmazelados venenosos adquirem o sustento no mais absoluto silêncio; eu queria ser um destes que em silêncio, causam ardor, febre, queimadura mesmo ninguém dando nada por mim. Só para comprovar o que eles não sabem que, de tão pacífico, eu posso matar quem eu quiser (porque cérebro anda contando pouco e porque... Precisa mesmo de cérebro nestes tempos...?).
Celenterado não se sela sem cérebro, no celeste mar, celeremente como um celerado nada solene.

http://www.laserdermatologia.net/dermatologia-generale/dermatite-meduse_en.aspx

sexta-feira, 4 de julho de 2014

RENDA DAS CAPITAIS

Renda per capita das capitais.

01  Vitória 85.794
02  Brasília 63.020
03  São Paulo 42.153
04  Rio de Janeiro 32.940
05  Curitiba 32.916
06  Porto Alegre 32.203
07  Manaus 27.846
08  Florianópolis 26.749
09  Belo Horizonte 23.053
10  Cuiabá 22.302
11  Porto Velho 21.785
12  Recife 21.435
13  Goiânia 20.990
14  São Luís 20.243
15 Campo Grande 19.745
16  Boa Vista 17.553
17 Fortaleza 16.963
 18 Aracaju 15.913
19  Palmas 15.879
20  Natal 15.129
21  Maceió 14.572
22  Salvador 14.412
23  Belém 14.027
24  Teresina 13.867
25  Macapá 13.822
26  João Pessoa 13.786
27  Rio Branco 13.120

VIAGEM CXCII - APRENDIZADO

De tudo, toda atenção, do mundo redondo
dos 4 cantos, dos gelados aos quentes
dos úmidos aos secos
e daqueles do centro de tudo, e de todos
Eu e você
mais eu que você para você
mais você do que eu para mim
Passando pelos lugares de sempre
de nunca
de talvez
Só sei que é meu amor que move junto
tudo o que eu faço
em meio ao trabalho
tanta gente, tanta gente,
telefones, gravações, emails, sapos
discussões e mais sapos, 
resoluções finalmente, eu tenho este
movimento até você
porque eu sou assim - simples
Aprendeu, mas demorou. Mas aprendeu
que a vida é mais e é muito mais
daquilo que se deitar e
acordar para trabalhar.
Sou em sua vida e você já se permitiu.