quinta-feira, 31 de julho de 2014

VIAGEM CXCVIII - O VENTO DO METRÔ

Frio o vento que sopra do metrô quando um trem vem ou parte para seu destino com os homens dentro de cada um dos vagões que o formam. O vento aparece pujante, cortante, insinuante para um afeto a 2 com a quentura daquela cama que dormimos em meios a edredons pesados de uma cor só.
Sigo, sigo sem pensar no dia de trabalho atribulado que terei pela frente até tantas da noite. Penso em você, dormindo, quente, mal conseguindo balbuciar um tchau. Lembro, porém, de quando fechava a porta do quarto, você venceu o frio e a preguiça e levantou-se em um pulo e me abraçou enrolado em uma das cobertas (que o fez tropeçar) dizendo "sabe que te amo". Rimos de sua quase queda em um abraço de aperto. "Como sou feliz", penso.
Eu sei. Mas cada vez que diz, eu gosto ainda mais de ouvir e amao você mais.
Como se fosse póssível.
O metrô, cheio, barulhento e apinhocado de gente com muita roupa no inverno de São Paulo.
Absorto que estou, lembrando de você, esqueço o vagão, esqueço estarmo debaixo de metros e metro de metrô abaixo da terraA.

AINDA NÃO TERMINADO



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