domingo, 8 de novembro de 2015

VIAGEM CCLX - O AQUAMAN NADANDO NA PISCINA

Reprodução [endereço abaixo]
Do que se lembra, da infância... Primeiro desejou ser um bombeiro e ter o caminhãozinho de rodar/bater/frente/atrás vermelho com sirenes gritantes e luzes piscantes o dominou por completo. Seria o motorista que encararia o trânsito, faria manobras arriscadas, andando na velocidade máxima, alertas sonoros ligados, conversões não permitidas estariam permitidas.

Mas pensava nisto tudo? Sim, sem dúvida, pois o desejo de se sentar no banco do motorista do grande caminhão de bombeiros lhe acompanhou na primeira infância durante quase o tempo todo. 

Vieram então os desenhos na TV e a compreensão inteligível em boa parte deles. Sem abandonar o bombeiro, ele dividiu a profissão do futuro com o exemplos de super-heróis. Aquele que nadava e respirava debaixo d'água, emitia ondas de sonar, foi seu primeiro; e o mais marcante de todos os tempos para ele. Identificara-se porque o personagem era um herói que protegia todos os bichos do mar e também o próprio mar. Quis muito ter estes poderes e até hoje se recorda de vários episódios.

Aquaman coabitava  com o príncipe submarino Namor (achava que ambos eram amigos... Descobriu que não) que "cavalgava" em um cavalo-marinho - outro "ser" que quis muito ter para ajudar os fracos e indefesos que aparecessem em seu caminho. Do homem de aço... Não lhe apetecia muito e apenas com outros olhos no futuro é que prestou certa atenção no homem mais forte do mundo.

Ele cresceu, demoradamente, mas cresceu.
Passou a fase dos desenhos animados na querência de ser alguém poderoso e que ajudasse sempre quem estivesse precisando.

Mudou para veterinário. Estava então na pré-adolescência. Tratar dos bichos e protegê-los misturava ideias de adulto com os ainda presentes ideais da infância. Especial atenção dirigia-se aos cachorros e cavalos. Aos 12, revoltava-se com os condutores de carroças/charretes que chicoteavam seus animais que já estando no cabresto, ainda sofriam mais.
Tinha raiva destes e da lenda da carrocinha que pegava cães sem dono (e aqueles que por ventura estivessem apenas passeando pelos arredores de suas casas) para que virassem sabão.

Até os 16 quis ser veterinário. Mudou de ideia quando tomou ciência que um veterinário é também um médico e que, portanto, tem em suas obrigações operar, abrir corpos e relatar eventuais mortes. Sim, ele sabia desde antes que estes profissionais faziam isto, mas é que o fantasioso encantamento de proteger os animais não permitiu que ele se atentasse a este detalhe minuciosamente cirúrgico.

Findado o ensino médio ( antigo 2º grau), ele optara pela área de exatas sem ter a exatidão do que isto significava. cursou engenharia civil, mas desistiu após dois semestres.
Mais uma faculdade, desta vez de educação física com ênfase em esportes aquáticos (no mestrado que por ventura cursaria) em uma vaga lembrança de sua primeira profissão, o herói que respirava debaixo d'água.
Não terminou nenhum destes cursos.

Ensimesmou-se quase um ano e já perto dos 30 decidiu ser comunicador. Empreitada que levou a sério, tornando-se um diretor de curtas que tratavam da defesa dos animais/meio ambiente e de seus respectivos protetores de quaisquer áreas. O curta-metragem que versava sobre o resgate dos animais silvestres que haviam invadido em sítio a menos de 100 quilômetros de Brasília, fugindo de um destruidor incêndio florestal, ganhou prêmios. A tomada feita à superfície da água de uma família desesperada de tatus que mergulha na piscina fugindo da fumaça e das chamas fora especialmente elogiada pela crítica nacional e internacional.

Àquele momento capturado ele, em uma centelha de infância, imaginou ser o Aquaman - só para salvar a mãe e suas crias. Logrou êxito estando a mais de 1000 km longe do mar.

http://www.engadget.com/2013/02/13/aquaman-joins-injustice-gods-among-us/

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