sábado, 24 de outubro de 2009

NO INTERIOR URBANO DO CONTINENTE BRASIL


81 MUNICÍPIOS COM MAIS DE 300 MIL
Acho que em todo lugar do mundo as capitais de suas respectivas unidade político-administrativas sejam quais forem “cooptam” a mídia e atenção tensa dos habitantes destes seus lugares e de outras plagas (esta é meio antiga...). É assim na maioria dos lugares: seja na China, do Tibete a Xangai; na Austrália do deserto ao ‘satélite’ Tasmânia; na África do Sul do Cabo ao Limpopo; em Omã de território arenoso; do ‘inabitado’ Épiro ao Colosso de Rodes na Grécia; do retângulo português do Minho ao Algarve; do enclave báltico Kalinigrado ao extremo leste lá Vladivostok na imensa Rússia esparramada. Podemos citar ainda a Argentina, o Gabão, a Espanha, a Itália, o Japão e tantos outros: México, Sérvia, Marrocos, Romênia, Fiji e, evidente, a populosa Índia.
E aqui na RFB (República Federativa do Brasil) não poderia ser diferente. O grande exemplo que foge à regra (não 100%) é os Estados Unidos e em menor escala o seu enorme vizinho, o Canadá. Verdade, senão vamos dar uma olhada nos EUA. Nova York não é capital do estado de mesmo nome; Los Angeles não é capital do ‘país’ Califórnia, Chicago não é a capital de Illinois e, catatônicos todos vós fiquem, Miami não é a capital da Flórida (pela ordem: Albany, Sacramento, Springfield e Tallahassee).
Retomando sobre a RFB. Nos 26 Estados do Brasil, apenas em dois a capital política não é o maior centro urbano/comercial/industrial: Santa Catarina onde Joinville supera a capital Florianópolis e no Espírito Santo onde Vitória é o 4º maior município depois de Vila Velha, Serra e Cariacica. Excetuei o Distrito Federal por razões conhecidas.
Mas nos outros 24 a padrão é seguido à risca.
E como escrevi no começo, estas capitais recebem – para o bem e para o mal e merecedoras ou não – as luzes de modo geral da mídia, do empresariado e do Governo.
E o imenso interior do país-continente? Cidades pequenas apresentado atraso tecnológico, bastiões do conservadorismo, despreparadas e atrasadas culturalmente?
Que nada! Estes fatores estão se distanciando.
Mais uma vez, recorro ao site IBGE (um pouco confuso) para relatar alguns dados de estimativa de população e os números dos PIBs municipais.
Como já escrevi, o Brasil tem, segundo as estimativas de 2009, 81 municípios com mais de 300 mil habitantes. Uma cifra bastante razoável, porém mal distribuída, como também veremos. Então para arrematar o artigo anterior, vamos destrinchar (não à exaustão, claro), dentre estes 81, os 28 que se situam no interior do país. É... Aquelas que para muitos das capitais não passam de lugares povoados de caipiras.
Campinas, por exemplo, a “capital” do Interior do Brasil tem mais de 1 milhão de habitantes o que a torna maior que nada menos 14 capitais estaduais (São Luís e Campo Grande, só para citar duas), sendo a terceira do Estado de São Paulo.
Pela ordem, os 15 maiores:
01- Campinas (SP) 1.064.669
02- Uberlândia (MG) 634.345
03- S. José dos Campos (SP) 615.871
04- Feira de Santana (BA) 591.707
05- Sorocaba (SP) 584.313
06- Ribeirão Preto (SP) 563.107
07- Juiz de Fora (MG) 526.706
08- Londrina (PR) 510.707
09- Joinville (SC) 497.331
10- Campos (RJ) 434.008
11- S. José do Rio Preto (SP) 419.632
12- Santos (SP) 417.098
13- Caxias do Sul (RS) 410.166
14- Campina Grande (PB) 383.764
15- Piracicaba (SP) 368.843
A distribuição pelo país destas cidades segue consoante muitos outros aspectos, a liderança de São Paulo, encabeçando a lista com 12 delas em seu território (mais Bauru, Jundiaí, São Vicente, Franca e Guarujá). O Paraná, vice, com quatro (mais Maringá, Foz do Iguaçu e Ponta Grossa) é o único Estado em que as quatro posições logo após a capital se encontram no Interior; Minas Gerais emplaca três (mais Montes Claros). Bahia (mais Vitória da Conquista), Rio de Janeiro (mais Petrópolis) e Rio Grande do Sul (mais Pelotas) com dois cada um. Fecham a lista Santa Catarina, Paraíba (a ‘estrela é Campina Grande, capital do Sertão Nordestino) e Goiás (Anápolis).
Um rápido olhar permite que constatemos que os Estados menos populosos e/ou que apresentem macrocefalia (situação em que a capital política supera em muito qualquer outro município do Estado) estão fora da lista. É o caso do Amazonas onde Manaus, com mais de 1,7 milhão, detém quase 50% da população total e Parintins, a segunda colocada não chega a 120 mil; assim também o ocorre como Ceará, Mato Grosso do Sul, Roraima e Piauí dentre outros. Para se ter uma idéia, no caso do Piauí, a segunda maior cidade do Estado, Parnaíba, tem 146 mil habitantes e Teresina, a capital, 805 mil. Na terra de Ceci e Peri o exemplo fica mais gritante. Fortaleza, com mais de 2,5 milhões não tem rivais: Juazeiro do Norte, a maior do Interior, 250 mil.
Estes adensamentos de gente homo sapiens pelo Brasil promovem uma descentralização suave da dinâmica industrial – em específico – e da agricultura brasileiras. E podemos afirmar que muitos destes do rol também mostram um desenvolvimento tecnológico acelerado e acresça-se que alguns até formaram pólos dinamizadores espalhando sua influência por municípios vizinhos. Rememorando que Campinas é o melhor exemplo, porém não único claro: Anápolis, Londrina, Campina Grande, Feira de Santana, São José dos Campos podem ser citados.
No próximo vou escrever sobre os PIBs destes municípios “caipiras”.
(a foto está no sítio, endereço logo abaixo é do fotógrafo Sidnei)

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