domingo, 13 de novembro de 2011

ÁFRICA

Religião no continente africano
reprodução, mapa de 2005

A partir da Era dos Descobrimentos (em fins do século XV) iniciada por Portugal e logo depois por Espanha, a África foi objeto de cobiça de outras potências coloniais. Entretanto, o butim pantagruélico em que os vulturinos lá resolveram fincar suas garras e bicos recrudesceu no século XIX, mais propriamente na segunda metade. 
Inglaterra, França, Alemanha, Bélgica, Itália, Portugal e Espanha acordaram a "Partilha da África" logo depois de encerrado o Congresso de Berlim em 1878. O Império Turco-Otomano, muçulmano, já decadente viu suas possessões no norte do continente ameaçadas, na franja sul do Mediterrâneo.
Todos outros europeus, brancos, ocidentais e cristãos.
Estava sendo preparado o caldeirão religioso em que se encontra a terra do lado de lá do Atlântico (que em tempos de centenas de milhões de anos atrás formava junto ao nosso grande massa continental).
Os árabes já haviam chegado até o Atlântico, e na África Ocidental, na costa leste e penetraram quilômetros Saara adentro difundindo o Islã, do século VIII em diante. Depois, em > grau, os turcos mantiveram esta predominância da religião de Maomé.
Grosso modo, ressalvando o que foi supracitado, toda população do Sul e boa parte do centro era animista, de cunho politeísta.
Os cristãos só foram chegar em missões de catequese e evangélica somente no final do século XVII.
O mapa abaixo mostra o mapa da religião no continente. 
reprodução
Mapa das religiões africanas - 1913
Vive-se o período em que todo a massa de terra havia sido dividida entre as potências. As exceções eram a Libéria e a Etiópia.
Percebe-se que o islã predominava do leste - mar Vermelho -,  até o oeste, no Atlântico abarcando todo o norte e boa parte da África Ocidental, verde-claro. Também no Chifre da África. Vale ressaltar que eles também faziam comércio de escravos negros.
Em verde-escuro, religiões animista, pintando uma área do mapa similar à ocupada por densas florestas equatoriais.
Finalmente, em rosa claro e vermelho, os cristãos, e os pontos que marcavam as missões; além dos etíopes, povo com considerável população cristã-copta.
São areas concentradas na África do Sul (a maior), litoral da Libéria, foz do rio Congo, litoral da Nigéria, de Angola e de Moçambique, ilhas de Cabo Verde e Canárias, pequeno trecho de Madagascar.  Ao norte, no Magreb. As missões, por outro lado, tiveram um papel importante, o que viria ser comprovado décadas depois, na expansão do cirstianismo.
Comparando com o mapa abaixo, vê-se que o Cristinismo (católico e protestante) e o Islã ganharam terreno em detrimento das práticas animaistas em quase toda a África. 
reprodução
Mapa das religiões africanas - 2005
Animistas concentrados na faixa central-ocidental: Costa do Marfim, Gana, Togo, Benin Camarões, República Centro-Africa, sul do Chade, Sudão do Sul e na ilha de Madagáscar; onde não são maioria, como em nenhum outro país do continente. 
Nigéria, Egito, Etiópia, República Democrática do Congo, e África do Sul são os mais populosos, todos com mais de 50 milhões de habitantes e de maioria cristã ou muçulmana. Além do Quênia, Tanzãnia, Argélia e Marrocos
Conquistadores fizeram o trabalho corretamente.
E traçaram, concomitantemente, divisões territoriais ao bel-prazer de suas necessidades, ocasionando assim conflitos étnicos e religiosos. Separaram povos em países distintos e juntaram povos distintos dentro de um mesmo país. 
reprodução
Para acabar, um mapa de conflitos religiosos. 
A Nigéria, com cerca de 150 milhões de habitantes e com quase o mesmo número de seguidores tanto do islã (pequena vantagem deste) como do cristianismo sofre há décadas com as tensões religiosas e étnicas.  Em Estados do norte, a sharia é a lei que vale, em oposição ao litoral e sul, regiões nas quais os cristãos compõem a maioria da população.
Sudão (o mapa não mostra o Sudão do Sul, cristão), Mali, Burkina Faso, Camarões, Costa do Marfim e Guiné também padecem da "guerra de religiões". 
Ambas religiões são maioria entre os quase 1 bilhão de habitantes que povoam este continente tão singular de raízes histórias quase inverossímeis.
O Brasil tem uma relação e uma dívida histórica com África. É bom que não lhe demos as costas.

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