segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

CARROS DO BRASIL - ANOS 50/60 Nº 1

reprodução, Aero Willys 1960
A lista é grande. Tem haver até com fatores emocionais, na suave medida.
reprodução, Aero 1962
Aqui, concentrei-me em listar carros que foram importantes no desenvolvimento da indústria automobilística no Brasil. Desenvolvimento este traduzido em tecnológio e também no aumento impressionante nas vendas. O que se vendeu no mês de novembro último equivale ao total vendido em todos anos até 1969. Ou seja, se no mês passado foram vendidas ~310 mil unidades entre nacionais e importados (segundo a FENABRAVE), em 1969 este número ascendeu a ~355 mil.
Para escrever esta postagem urbi estive pensando em como fixar critérios para relatar sobre os automóveis que marcaram as décadas de 1950/60/70? Podem existir critérios variados para qualquer um de nós; como disse na primeira linha, mesmo os de carácter emocional não devem ser desprezados. Sendo assim, resolvi que para que eu não me perdesse, o fiz por décadas.
Ressalvando que eu não comecei pelo Fusca; variação é legal.

DÉCADA DE 1950/60

Esta primeira fase da indústria automobilística iniciada com a formação do GEIA (Grupo Executivo da Indústria Automobilística) em fins de 1955 - que possibilitou estabelecer diretrizes para o desenvolvimento do setor já no começo do governo JK - até aproximadamente 1968, com o advento da entrada das grandes norte-americanas no mercado de automóveis e peruas: lançamento do Galaxie em 1967 e do Corcel em 1968, ambos da Ford, e do Opala no mesmo ano.
Há controvérsias sobre qual fo o primeiro veículo fabricado no Brasil com alto índice de nacionalização. A questão, depois de pesquisada, parece favorecer a perua Vemaguet: em setembro de 1956 saia da fábrica do bairro do Ipiranga, zona sul de São Paulo. Outros afirmam ser a Rural Willys, em 1957.
Willys Overland, VW, Simca e Vemag fabricavam carros, peruas e picapes. A Willys produzia ainda o Jeep, que de 1957 a 1960 foi o véiculo de maior aceitação no mercado.
GM e Ford concentravam a produção até então em caminhões e picapes - as camionetas.A Chrysler chegou em 1966 no segmento de automóveis e em 1969 no das picapes.

Simca
Chambord (1959-1967) e família
A fábrica francesa iniciou as operações em São Paulo em fins de 1957; dois anos depois lança aquele que seria o seu grande e possilvemente úinico sucesso de vendas: o Simca Chambord. Fabricado até 1967, deu origem a primeira "car family" no Brasil com o lançamento do modelo Rallye mais esportivo, o Presidènce, de alto luxo para os padrões e finalmente com a perua Jangada em 1963. Teve ainda o Simca Alvorada, modelo despojado do Chambord, um "popular" da época.
reprodução, Simca Rallye 1963
à esq:
O modelo esportivo lançado em 1961, o Simca Rallye, prometia maior desempenho em uma época muito anterior ao primeiro choque do petróleo; foram fabricados ~4 mil unidades até 1966; notem as entradas de ar na frente do capô; por dentro o estofamento podia ser na cor vermelha. Foi o primeiro modelo esportivo derivado de um carro de produção em série


reprodução, Simca Presidènce 1965
à dir:
Simca Presidènce, destinado ao mercado de luxo; até a chegada do Itamaraty era, ao lado do JK 2000 da FNM, o carro mais caro do Brasil; fabricação total: 848 unidades. Notem o estepe coberto para fora do porta-mala.

abaixo:
E o Chambord, que vendeu ~43 mil unidades em seus oito anos de fabricação incorporou grandes avanções tecnológicos na motorização. Em 1964 lançam a série "Tufão" (modelo azul); e dois anos mais tarde, vem o motor Emi-Sul  (modelo vermelho), o mais potente da hemisfério sul à època como apregoava a campanha da fábrica. Tinha a fama de beberrão. Também foi um ícone desta primeira fase da indústria automobilística no Brasil

reprodução, Chambord Emi Sul 1966

reprodução, Jangada 1962
 A perua Jangada que alguns consideram o primeiro station-wagon do Brasil, nasceu em 1962; vinha com suporte na capota e porta traseira abria-se em 2 com boa capacidade de carga; fabricação: ~2.700 unidades até 1966 quando deixou de ser produzida em razão do lançamento do Esplanada. A motorização seguia a do irmão Chambord.

VW
Fusca (1959-1986 e 1993-1996)
Perpassou ao longo de no mínimo 4 gerações, o carrinho da VW tornou-se um ícone nacional. Chegou a representar, só ele, quase 50% do total de vendas de automóveis em alguns anos. Foi o mais vendido do início de sua produção em 1959 até 1982 em suas diversas motorizações: 1200 cc, 1300 cc, 1500cc (o "Fuscão) e 1600cc. Vendeu mais de 2,5 milhões unidades.
reprodução, Fusca 1200 1961
à esq:
Antiga propaganda na revista Quatro Rodas, de 1961. Eram comuns anúcuis desenhados como este. A Willys e a Vemag também utilizaram tal recurso. O Fusca, denominação genuinamente brasileira, se mescla à história recente do país.

 emb: 
propaganda em revista do Fusca 1500, 1971; ficou conhecido como Fuscão. Foi fabricado de 1970 a 1975.

reprodução, Fuscão 1500 197
Nesta primeira fase, a VW teve uma adversária ao longo de quase uma década: a Willys Overland do Brasil a "Fabricante de veículos de alta qualidade" como afirmava o slogan da empresa à época.
Embora a VW tenha sido sempre a primeira, a Willys consegui o feito em 1962, fato que só seria repetido em fins da década de 1980, quando a empresa alemã perdeu a primazia para GM e depois, em definitivo, para a Fiat.
A VW fabricava só o Fusca e a Kombi (1200cc e depois 1300 cc.) Em 1962, agregou a primeira versão do Karmann Ghia (1500cc).

Kombi  (1959-2013¹)
Antes na categoria de perua, agora mais modernamente é qualificada como monovolume.
¹fim da produção tem esta data em razão da nova legislação pois o projeto da Kombi não permite os requeridos avanços tecnólogicos na questão ambientam em todo o seu aspecto.
reprodução, Kombi 1961
à dir:
anúncio em revistas; eram comuns deste tipo o qual apresentavam-se as utilidades do veículo, tanto em uso urbano ou rural, familiar ou comercial; o modelo da foto tinha o antigo motor VW 1200cc.
O monovolume sempre teve um forte apelo de vendas em razão de seu espaçoso compartimento interno. A motorização seguia a do sedã: 1200, 1300, 1500, 1600, todos refrigerados a ar como mandava o figurino da empresa alemã. 
A Kombi já ultrapassou a casa do milhão em vendas: ainda hoje está na lista dos 35 mais comercializados.

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