quinta-feira, 8 de setembro de 2011

VIAGEM VI

"Será que foi só um conto? Uma crônica de página 2 de jornal de grande circulação, bem curta... 3 ou 4 parágrafos e acabou feito mel escorrendo da colmeia depois de um assalto de hordas de vespas.
Não foi um livro, ah, isto não foi.
Quantas páginas?
Umas... Bem poucas.
Poucas?
Quase nenhuma... Sem notas de rodapé nem os ¹²³ costumeiros.
Precisamos de uma lupa. Letras miúdas, quase ilegíveis.
Como nossa inteligência que fazia coisas ininteligíveis
Pela nossa vida afora e
Adentro.
Sem diferença de isto ou aquilo, é a última página, o último ponto final.
Conto que foi um conto porque mesmo cantando ou mudo, nada mudou...
Tudo em branco... Alguns pingos de sangue para quebrar a brancura modorrenta.
Apesar que nos pingos de sangue, a ele misturar-nos-íamos com suor, sêmen e tudo mais e gostávamos destes momentos; foi secando todos estes...
O conto já acabou, leitura quase dinâmica. Rápida como foi tudo o que foi vivido por nós.
Lá trás tudo isto ficou. O livro escancarado teve páginas arrancadas pelo alto para não haver dúvidas.
Acabou que eu não sobrei por nenhum lugar
E daí? Vai se importar?"

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