quarta-feira, 28 de setembro de 2011

URBANIZAÇÃO CONCENTRADA E DESCENTRALIZADA - II

EM TERMOS REGIONAIS
Aqui em 'Terra Brasilis', ao longo do processo de urbanização - iniciado em 1532 com a fundação de São Vicente (SP) -, não se verifica hoje a MU em nível nacional nem sob o viés populacional/demográfico nem sob o viés econômico. Ocorre que em algumas regiões detecta-se ambas concentrações e outras apenas uma delas (na verdade são complementares), portanto, eu, não as encaixo no fenômeno típico ao qual discorro com razoável modéstia. Lembrando que me referi à postagem anterior sobre MU em nível nacional.

Pode-se pensar que a região da Grande São Paulo fizesse a MU ser detectada aqui no Brasil; isto não procede, nem em aspectos populacionais, tampouco em econômicos.
(financeiramente não conta né? porque a cidade de SP é disparado em primeiro lugar!) 
A RM de SP tem, segundo o censo, mais de 19,5 milhões de habitantes, pouco mais de 10% do total de brasileiros; mesmo se agregarmos a este número a RM do Rio de Janeiro, com mais de 11 mi, chega-se a um número < que 20%. Lembrando que, segundo o censo 2010 do IBGE, a proporção de paulistanos sobre o total de São Paulo diminui ~1%, de 28,2 para 27,3; pode parecer pouco, mas é uma tendência que vem acentuando-se desde 1980, quando atingiu seu pico: 33,8%. Então, em 30 anos menos 6%. O que só pode ser bom.
Também no aspecto econômico - em números do PIB - a MU aqui não encontra suporte. Verdade que o Estado de São Paulo produz 33% do total do Brasil e a RM da GSP cerca de 17%, mas são números distantes dos exemplos citados na postagem anterior (no Estado de São Paulo, a capital faz cerca de 36% do PIB). 
E, culturalmente, em que pesem a favor fatores para São Paulo e Rio de Janeiro, temos Salvador, Recife, Porto Alegre, Manaus, Belém, Belo Horizonte e Curitiba dentre outras cidades e/ou capitais. Vale lembrar também que Brasília e São Luís são inclusas. Todas estas dispõem de uma rica variedade cultural em vários aspectos, bem como vastas áreas do grande interior do País-continente.

Entretanto, quando se fala em termos regionais - entenda-se estadual - a MU é constatada em determinados Estados, nos quais, em geral, há uma clara predominância de uma cidade (em geral da capital) no que se refere à concentração econômica e demográfica/populacional. Por exemplo: 
a. Amazonas. Manaus, 52% (1,8 mi) da população - a 2ª > cidade, Parintins, não chega aos 115 mil; mas,  produz exorbitantes 81% do PIB estadual.  É um caso clássico nos 2 aspectos. Acresce-se o fato de que o Amazonas tem grandes áreas despovoadas e Manaus é a - única - referência no Estado. Tem o 6º > PIB municipal da República Federativa do Brasil.
(O Estado é a < UF, com quase 1,6 milhão de km²; > que a soma da Região Sudeste com a Região Sul e/ou > que toda a Região Nordeste)
b. Amapá. 59% vivem na capital Macapá, que produz 63% do PIB; se agregarmos o vizinho município de Santana, teremos um concentação populacional de 75%.
c. Piauí. A MU se expressa mais claramente em termos econômicos porque somente o município da capital, Teresina, responde por 45% do que o Estado produziu em 2008. Ainda que tenha 815 mil habitantes e o 2º > - Parnaíba - tem 145 mil, este "valor" chega a 26% e não é suficiente no Estado para que a MU se apresente de fato neste fator; e olha que o sul piauiense apresenta uma das menores taxas de habitantes por km² de todo o Brasil.
Reparei que quanto melhores forem os indicadores sociais e econômicos as chances de o processo de macrocefalia urbana fazer-se presente diminuem, quiçá na mesma proporção.

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