quarta-feira, 31 de agosto de 2011

13 - ALEATÓRIAS HISTÓRIAS - TROVAS NAS TERRAS ALTAS

Voltara ao castelo em mais um dia nublado e de frio intenso; passeava pelos corredores descalços podendo experimentar um chão gelado, liso e refletindo todo o seu corpo de baixo para cima. Vira coisas que já pusera os olhos da outra vez... Mas estava descalço naquele frio escocês. No jardim de inverno do castelo, havia cadeiras de ferro, na cor de ferro, e pesadas. Uma fina rede fazia as vezes de teto. 
Plantas em vários tons de verde. O espaço era pequeno se comparando ao tamanho do castelo que fora construído em vários pavimentos.
Andou mais um pouco e pensou na tortre mais alta onde deveria ir salvar a princesa presa.
Que princesa? Dos sonhos de criança?
Passara da fase faz tempo.
Subiu as escadas em enorme caracol em mármore gelado nada poeirento, de corrimão iluminado fracamente,  até o último andar; não havia ido lá ainda da outra vez.
Subiu. Entrou em um quarto limpo de muitos móveis onde habitara segredos, gemidos, traições e escândalos.
"E daí? Não é porque minha vida é chatinha e sem-graça que toda vida deve ser assim". 
Saiu à sacada e de novo sentiu o cheiro do mar vindo a quilômetros. Olhou para baixo. "Deve ter uns 12/12 metros. Dá para se matar".
A águia grita, gira em cima dele. Pousa em seu ombro. A dor das garras o fez desconcentrar-se de alturas. 
Ouviu trovões perto dali. E perguntou-se qual a relação com a literatura de Portugal antes mesmo da total Reconquista da península Ibérica - Trovadorismo - com o outro fenômeno natural, o climático.
Nas velhas canções de amigo, trovas eram feitas pelas ruelas de Lisboa, Porto e Coimbra; um tratamento digno das alturas de uma amizade que ficará na época... Atrás.

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