sábado, 13 de agosto de 2011

10 - ALEATÓRIAS HISTÓRIAS - CORREDORES

Pó, poeira e e teias de aranha; um quadro esquecido ali em cima
Daqueles pendurados como na década de 20, formando atrás deles um 'ecossistema'. Abundância.
Faixa preta em paciência.
Os outros caminhando pelo castelo sem arrastar correntes irremovíveis. Não ele.
Aprendera a conviver com seu amigo de décadas. Em todo lugar.
Às vezes o amigo quedava-se quieto. Calmaria de oceano sem-fim.
Às vezes o amigo em total ebulição quedava-se. Tormentas monçônicas.
Mas ali, no castelo etéreo criado pelo inconsciente... Nada o incomodava quando caminhava pelos largos cômodos sentindo o cheiro de velharia em cada um deles. Umidade. Mofo.
Caminhava descalço entre os corredores de fim certo. Frio nas pernas. Abismo.
Será mesmo toda esta velharia o destino reservado a ele? Improvável, mas possível.
Não queria ter que andar por charnecas escocesas onde os jutos e pictos iniciaram a civilização nesta terra. Nova Caledônia, antes chamada assim pelos romanos.
Velhas armaduras revistadas com esmero metalizado. Inexpugnável.
Na pequena fresta de sol no imenso castelo perdido nas Terras Altas. Um alento.
Pôde mesmo sentir o sol em seu rosto anguloso. Despertar.
A nesga de sol vinha já pela manhã. No lugar de sempre onde dormira. 
Felino preguiçosamente espreguiçando-se. Bom dia em um miado.
Ronronando sob seu peito. Ele sorriu para o gato que recuperado da queda, voltara a brincar. Seis vidas agora.
Aragem da manhã com perfume de laranja. Dias sem agonia.

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