sexta-feira, 26 de agosto de 2011

12 - ALEATÓRIAS HISTÓRIAS - HORA MARCADA II

Na hora marcada, caminhou por todo o parque dando voltas completas por onde muitos corriam, paqueravam e o cheiro de mato orvalhado ainda resiliente, apesar do sol há brilhar na metrópole de tantos milhões de pessoas. E que possui cores inimagináveis aos olhos marcados com uma paisagem tão-somente, daqueles ensimesmados que julgam a beleza como solução de tudo...
Solidão.
Procurou e acabou por procurar mais um pouco. 
Sede. Tomou água-de-coco sedento, seco como o Saara. 
Suor. Olho no relógio e a hora marcada se aproximava a cada 5 minutos.
À espera de uma sub-felicidade. E riu desbragadamente de si mesmo pelo sufixo "sub"; lembrou-se de "só não me chame de sub, sub, sub, sub o quê?"...
Percebeu que das pessoas que corriam ao sol das 10h faziam carrancas, mas poderia ser também que elas estivessem fazendo carrancas de suar, desintoxicar sem hora marcada. "Porque marcar, só marcar, não adianta", anuiu para sua própria consciência.
Naquela manhã de domingo, ensolarada e frio de agosto, sentiu saudade de seu lugar de sempre, do Felino.
Saíra há 1h e pouco... 
Quadrou mais uma vez o círculo central, pessoas chegavam e respingavam vertendo vida pelos poros.
Fome. Lembrou-se de sua existência por um motivo tão... Tão ancestral.
Marcou no telefone um compromisso consigo mesmo, com aviso sonoros vários. Programou assim.
Marcara para daqui alguns dias. E espera que a tal hora chegue.

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