sexta-feira, 5 de agosto de 2011

08 - ALEATÓRIAS HISTÓRIAS - SONHO DE AGOSTO

O ano está passando. Chegamos em agosto, oitavo mês dos loucos, dos azarentos, das luas cheias, dos gatos pretos, dos lobisomens, das sextas-feiras 13. Logo mais já se considera fim de ano.
Via o andar dos acontecimentos envolto em pensamentos que se desencontravam parecendo que 'as ideias não correspondem aos fatos'
Vestido com grosso sobretudo, estacou em uma esquina, como tantas na cidade, e observou as pessoas sob a garoa fina é gélida.  'Corre-corre danado' para chegar logo em casa, ver seu amor, descansar, tomar banho, comer ou ainda, corre-corre para não chegar em casa. Motivos são arrumados.
Ele sempre queria e caminhar por 20 minutos no frio de agosto não lhe faria mal. Apressou-se sem temor do frio 'siberiano' que envolvia o país tropical.
Sentiu saudade de afagar seu gato, Felino, e ouvi-lo ronronar em sua barriga mexendo levemente a ponta do rabo.
Ambos dormiram em frente à televisão não deu uma hora depois de ligada. Cinzeiro cheio ao lado.
A ave de rapina voava sobre seu corpo dando voltas e rodopiando com calma e leveza em uma envergadura do tamanho de um homem. Atenção.
Vinha a jato ao longe e no meio da rota aérea, vinha devagar perto. Susto.
Pôde sentir o ar movimentando-se pelas grandes penas, todas cinzas de vários tons. As garras fincaram em seu ombro. Desnudo não sabia porque. 
Estavam em um lugar longe, no qual ele ouvia o barulho do mar, as ondas batendo em rochedos, vergastando-os sem trégua. Luta titânica.
Ficou onde estava, não gostava de lutas homéricas assim. Sentiu o aroma da maresia. 
A ave girou a cabeça, alçou voo e sumiu. A sensação, ainda etérea, das pinças em seu ombro permanecia.
Acabou assim, em um átimo. 
Sedento, bebeu 1 litro de água de uma vez. Vida.
Olhou a sacada, a porta entreaberta com a persiana a balançar em suaves formas. 
Vertigem só de pensar em caminhar até ao parapeito. Melhor o resguardo disto e aconchegar-se em sua cama. Pronto, a cota de aves, rochedos, garras, maresia ficara no sofá.

Nenhum comentário: