segunda-feira, 6 de agosto de 2012

VIAGEM LXVII - VALORES EM QUALQUER LUGAR

Reprodução

Mais uma da série encontrada em algum tempo, em algum arquivo de computador, ou rabiscado à bic azul escrita grossa em caderno universitário de tantas divisões; ou mais antigo ainda: em algum manuscrito que fora escrito em algum tempo impreciso de grande intensidade pondo à prova um sentimento mais escondido.
A precisão norteou o que aqui vai escrito, daquela precisão que só mesmo aqueles das inglórias lutas diárias sem descanso sabem como fazer, ou tentam saber como fazer, mesmo com as adversidades impingidas dentro da mente/coração de cada um dos que foram, dos que estão e dos vierem. Não deve ter sido fácil.

"Movimentos de cima para baixo, da esquerda para direita, avançando e recuando, encantando ou enganando - das festas dionisíacas ao tempo que alguém pegar este aqui para ler.
Pobre, muito pobres tais seres que se levam por movimentos.
Neste tempo todo de movimentação de todo o corpo, vi por entre eles, a verdade a voar longe crendo que os valores são estes. Desvalorizados.
Quais? Aqueles de sempre: mova-se e ganhe muito, mas muito, dinheiro.
Também por aqui, por lá e por acolá.
Em Vladivostok, em São Miguel do Gostoso;
lá em Mindelo, ou ainda em Nova York.
Destes, todo o resto aparece apenas o resto daquilo que sobrou de algo que nunca foi de verdade; um condutor de verdade.
Porque as palavras bonitas que acompanham o movimento (só para dissimular) são palavras melífluas e que quase ninguém valoriza como querem que pensemos que devemos valorizam.

Pode ser em Maribor também, em Suva, em El-Aaiun.
E é tudo igual, sem ao menos um vislumbre de originalidade.
Não, não me venham com palavras 'firmes' (sempre as palavras) bonitas, não as quero e penso que nem você deverá querer.
Quero as atitudes e os gestos e os toques e os ouvidos. E quero isto em Rodes, em Alexandria, em Martinica, em nós todos de todos os lugares.Em centenas de milhões, nos bilhões das planícies, dos planaltos, litorais e ilhas. Do topo à depressão beira-mar. Nos encarapitados em São Paulo, em Casablanca, em São Petersburgo, em Osaca...
Porque não pode ser ao mesmo tempo?
Porque os que governam nossas vidas, porque o papel creditado às explorações, às descobertas, às guerras, aos desmandos ramificam-se feito planta que se espalhas pelo chão tomando conta. 

Agora são os movimentos de grupos que tentaram - não em vão no total -, mas ingloriamente dissolver este poder calculado e mantido e que nos dá alguma migalha para que nos satisfaçamos e assim nos conformemos.
Sabem, esta é a grande lâmina da guilhotina desde a Revolução Francesa que nos poda e traz uma benesse capital apenas àqueles poderosos que tentamos apear do grande poder estabelecido. No amor, ele é fincado como uma estaca para matar um vampira-conde da Transilvânia e dissolvê-lo; e nos dissolvem. E eles matam, ganham na grande maioria das vezes porque nos desvanecemos e nos rendemos às sereias malignas.
Vem sendo assim desde a Grécia Antiga.
Quais são os valores de sua pessoa, de seu amor? Variáveis ao sabor do vento? Inflexíveis como um vergalhão?
Resta uma alternativa? De saber que tudo o que está aí dentro de você pode 'singrar' por todo o seu corpo e perpeturtando mudanças - as bem-vindas e necessárias -, trazer-lhe para mais perto de si. Mesmo que todo o conceito citado logo acima recorra a deslealdades de praxe e concorra como soberana e única perante todos os outros.
Cada um e seus valores. Vale mais, ajuda mais; deixem-se levar pelas ondas de mudança para que o que na carne crua o espinho sangra e finca torne-se menos purulento".

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