quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

VIAGEM XXVI - A PRAGA DO PLANETA

Reprodução, o que seria um nascimento de um planeta
E quem vai lhe dar algo em troca neste mundo?
"Ninguém", respondia para ele sempre quando ouvia estas preocupações roucas de que existem seres por aí no planeta Terra sofrendo.
"Ora, e quem não sofre? Eu sofro e a mim não dão nada de graça. Nunca deram".
Grupos de defesa de X ou de Y atuam com ênfase em redes sociais e TV, e para ele a atuação destes grupos é nula.
A preocupação com os mais fracos inclui um grupo muito seleto de seres que realmente precisam de tal proteção no planeta Terra.
Seu sentimento de repulsa vinha de um descaso - era o que ele tinha certo em sua mente atormentada por dores de cabeça diárias - de todos pelo amor, pela compreensão, pela gratidão, pela solidariedade; certo tornara-se um rançoso sem tamanho em toda a sua vida desde... Desde que fora ludibriado pelo planeta.
Desistira de ajudar os outros; desistira de tentar algo para melhorar o planeta Terra. Nunca havia a recíproca.

Em um grande vazio, ecoam os gritos de raiva aos que detêm poder; aquele poder aliado ao $: primeiro o $ que é o grande aliado dele mesmo, depois a inteligência, depois a estética, depois a cor da pele e por fim o desejo de amar - ou como queiram os psicanalistas chamarem - os amores de um ser.
"Todas as teclas são exatamente iguais, sem tirar nem pôr a agulha do palheiro aqui no planeta Terra. Extenuei-me de bater nelas. No fundo todos se acham únicos mas se igualam na vala comum do preconceito e do descaso geral".
Não, ele não quer nada de graça ou de mão beijada, mesmo porque neste planeta aqui perdido na via Láctea ninguém dá nada de graça a ninguém. Nem gratidão, nem amor e muito menos o $
Reprodução, Terra vista do espaço

"E é uma mixórdia sem tamanho eu misturar tudo isto em um sentimento só".
Bem igual ao que a sociedade faz com alguns de seus integrantes de planeta. Os convivas da festa 'superior' pouco se lembram, são como baratas nojentas; os da festa 'inferior' são nulos na pouca capacidade de entender as tentativas de diferenciação".
Sobra mesmo o quê, ele se pergunta?
Montado no semi-novo sedã de velho, engata a primeira e sai desejando recomeçar tudo de novo, sob sua batuta, sob sua lei. Sob seu jugo. Teve um tempo em que ele mesmo acreditara nisto e o seu jugo teria sido de paz. Obrigatoriamente de paz aqui no planetinha desta galáxia leitosa lembrando porra deramada ao leú, sem ninguém para receber aquilo que um dia ele creu ser uma prova de amor.
Paz de justiça. 
Então, seu carro é seu planeta - o que havia sobrado dele - em que ele é dono absoluto sem absolutismo qualquer seja para os outros em específico: um aqui outro ali; não. Seu poder é para todos os que detêm algum poder. De A a Z, ele esmagará um a um. Crudelíssimas maneiras serão postas na topo da lista.
"Vai ser ótimo ferrar com todos eles e acabar com a praga do planeta. Depois, reconstruo o planeta, deixando-o livre para nascer".

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