sábado, 1 de outubro de 2011

LATIM, A LÍNGUA VIVA

RAMIFICAÇÃO

reprodução
Vamos lá então. É comum ouvir por aí que o latim é uma língua morta. Eu não penso assim, em uma acepção mais abrangente, porque do centro da Itália, região do Lácio (em it. 'Lazio', em lat. 'Latium'), onde fica Roma, a língua se espraiou pelo Mediterrâneo e chegou ao Atlântico, além de também dar origem a um transdanubiano, digamos, ramo.
Línguas românicas ou neo-românicas é o termo que mais encontrei para definir toda a linhagem linguística que o povo às margens do Tibre criou e nos fez falar como falamos agora. Contribuíram etruscos, italiotas e os habitantes do Monte Palatino, os romanos. Todos na península italiana. Verdade que os gregos fundaram Nápoles (Neapolis), Taranto e colônias na Sicília, e que o latim absorveu elementos do grego. Sim, tudo verdade. Com um detalhe entretanto, o latim não é derivado do grego (claro que ambas são do ramo indo-europeu)  e exerceu um papel de predominância que vigora até hoje com relação este em quase todos os aspectos que possam ser analisados.
Um mapa para situarmo-nos melhor (meus números não correspondem aos do mapa, lembrando).

São estas as derivadas:
01. português ("a última flor do Lácio")
02. italiano
03. francês
04. espanhol
05. romeno (inclui o moldavo)
06. catalão
07. provençal
08. aromane (língua romena; pequenas comunidades na Grécia, Albânia, Macedônia, Sérvia, Croácia, Hungria, Bulgária e Ucrânia; são denominados - povo - vlachs ou valáquios - da Valáquia)
09. galego (no norte de Portugal e na Galícia em Espanha)
10. romanche (o antigo rético; falado no sul da suíça e no Tirol italiano)
11. valão (sul da Bélgica e pequena área no norte da França, região próxima de Lille)
Bom sempre ressaltar que existem muitos dialetos nos países citados acima. Portugal é, talvez, a única exceção na questão da uniformidade nacional da língua, do Minho ao Algarve. O galego é o idioma românico mais próximo do nosso, ali na fronteira norte lusitana com a Espanha.

O importante, conquanto tenha abarcado boa parte da Europa, mesmo é a expansão que os povos latinos - de língua românicas - fizeram por todos os continentes. Sem exceção. Outro mapa:
Reprodução
espanhol - verde
português - laranja
francês - azul
italiano - amarelo
romeno - vermelho
(os tons mais claros indicam uso comum da língua)
Espanhóis, portugueses e franceses; mais tardiamente, italianos, conquistaram e colonizaram por décadas, séculos grandes territórios desembarcando a língua materna. Na América portugueses, espanhóis e franceses, e na África, estes mais os italianos. Na Europa além dos citados, regiões da Ucrânia, Macedônia e Grécia falam um romeno diferenciado. Na Ásia, existem regiões de alguns países (Índia, Malásia, Filipinas e China) que falam um ramo derivado do port, fr. e esp.; com exceção de Timor-Leste, que tem o português como língua nacional (porém não oficial) e é fator de identidade da nação.
Por fim na Oceania, franceses ainda mantêm colônias por lá, como a Nova Caledônia e a Polinésia Francesa.

E claro que o inglês (e o alemão), do ramo germânico, conta com um léxico grande derivado do latim em todas as categorias gramaticais. Mesmo o eslavo - russo incluso - também foi influenciado pelo idioma; o albanês, o turco - ambos usam o alfabeto latino -, o japonês, o holandês, o alemão em < ou > grau também apresentam influência latina.
O mundo é em boa parte latino. Eu estou no meio dele. Faço parte dele e falo a língua mais bonita de todas.

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