segunda-feira, 17 de outubro de 2011

VIAGEM IX

"Então 'tudo é dor'
Assim mesmo, na lata, na sua cara e no seu corpo o espinho?
Aquele que 'enfinca' em sua pele e o faz sangrar. São os carinhos do espinho.
Derme machucada se resolve com um curativo daqueles até chinfrim.
E mais para dentro, mais para baixo, como é que se cura o buraco que o espinho fez surgir vertendo o precioso líquido?
Boa pergunta e uma má resposta, ele diria.
'Eu não sei'.
E quem sabe nesta vida?
Muito mais do que ejaculações, eu sou feito de tudo que tem aqui neste corpo e cabeça
que de pressionada traz consequências difíceis de lidar.
Bílis na boca. Amarga, amarra e seca sua boca.
Maniatando o antes e o depois, muito além do esporro de prazer.
E eu vendo tudo isto sem se manifestar pelas cansadas falas de um latim que gastei
e por lá ficou, perdido entre tantas expressões modernas anglicistas.
Espinho na carne. 
O que fazer para evitar a infecção, uma
Septicemia pelo meu coração?
Esta não tem remédio porque quem remedeia o faz pela metade,
de maneira superficial, ali mesmo, perto de onde se começa a penetrar na carne 
como um paliativo aos que agora choram e sofrem sem parar.
Vendo assim, percebo que sangramento faz parte do que sou e
Ser assim... Traz-me alguns carinhos espinhosos. 
Será só uma questão de tempo? 
De se acostumar à dor e com o longo tempo que precisará passar para tanto?"

Nenhum comentário: