terça-feira, 28 de junho de 2011

INVERNO EM SÃO PAULO

Acordou eram quase 16h. Dormira desde quando chegou do trabalho logo pela manhã ainda com o sol não esquentando nada. Estava gélido, frio como mármore exposto. Seus pés doíam, orelhas que pareciam quebradas, nariz vermelho, e os grãos quase subidos. Os pesados edredons fizeram-lhe companhia e o cansaço era tanto que nem houve tempo para o 5x1.
O trabalho à noite tornara-se mais tranquilo para ele; verdade que ele se esquecera de junho, julho e agosto: o inverno em São Paulo. Havia optado pelo 3º turno naquela semana que começara marcando 5°C. 
Refazer toda sua vida, depois de 40 anos, pareceu-lhe hercúleo demais. Ademais, este não era o personagem mitológico que mais lhe aprazia. Zeus, claro, o maioral, o fodão, o que manda e desmanda e manda de novo. 
Mas hercúleo ou não, morando no Olimpo ou não, esta foi a chance depois de anos de poder reconstruir aquilo tudo que perdera logo ali atrás, em 2008. 
Fechou todas as janelas, tomou o último gole de café comprado no bar da esquina cheio de gente tomando cerveja, fazendo função e um banheiro com fila naquelas horas. Sentia o gosto amrgo do café o que trouxe um conforto que pôde então relaxar. Vestiu as meias e o gorro somente. Aninhou-se e começou a enumerar cidades com o alfabeto, às vezes enumerava marca de carros, cores... 
Adormeceu com as orelhas e os pés quentes. As costas e o restante do corpo agradeceram. Antes, ali, na beira do abismo do sono, quase sorriu porque amanhã veria $ logo cedo.
Despertou à tarde ainda meio besta do horário alternativo que 'sobrou' para trabalhar.

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