terça-feira, 7 de junho de 2011

045 - DINHEIRO, SEMPRE SE PODE TER MAIS

Sempre que Simão podia chegava mais cedo ao trabalho, coisa de 10/15 minutos; não era todo dia, duas vezes na semana. Dependia muito dos ganhos que poderia ter ao longo do dia, pensando também na noite, que com certeza advirá. Trabalhar com o dinheiro dos outros e ser bem pago para isto tornara-se uma diversão sem tamanho para ele, impondo limites claro aos dias mais estressantes: quedas em bolsas de Tóquio ou outra qualquer. Estes eram difícies ao ao final deles, o telefonema para o amigo Duílio acontecia sempre. 
Vivia pelo caminho de sua casa todo dia a pensar que "um dia eu vou ganhar muito $. E minha vida vai mudar". 
Estudara para tanto. Achava que merecia; e fazia por merecer. Usava de métodos que não se diferenciavam da maioria, como manda o figurino... No caso, o mercado é que manda. 
Os ternos sempre alinhados para trabalhar, passados à perfeição, barba feita, colírio nos olhos, tudo isto depois do banho, e de ligar a tv, o computador e alguma luz se precisasse. Os complexos, o leite, torrada e o café coado na hora.
"Outro dia mesmo estava pensando o que fazer quando o meu dia de ganhar muito dinheiro chegar. Porque ele vai chegar. Nem adianta eu achar que vou parar de trabalhar, acho que isto eu não farei nunca, porque eu gosto de fazer o que faço. Aprendi a gostar. É pragmatismo 'Simão'! E se eu faço bem porque não continuar a fazer depois do dia D... Aliás, estava pensado como vou chamar este dia, porque com certeza não vou desembarcar na Normandia. Quanto 'dia'. Claro que eu vou trabalhar como eu quiser ditando o meu ritmo. Mas que antes vou torrar um pouco. Pouco? Um pouco mais então porque não vai fazer diferença pelo tanto que eu vou pôr na minhas contas bancárias".
Fora custoso convencer o Duílio de acompanhá-lo ao evento. Custoso não pelo que foi em reais porque isto nem entrou na contabilidade, "$ não é problema". Ele não teve muito tempo para enredar o amigo, mas o fez. Não iria sozinho por mais que quisesse ir. Duílio terá que ir.

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