terça-feira, 14 de junho de 2011

047 - CONTINUA A PREPARAÇÃO

Nada pelo caminho indicava que assistiriam o que eles nunca presenciaram; o trânsito não estava ruim para aquela noite a não ser por um acidente com um cavalo na pista havendo uma interdição até que bem feita. Estava lá o equino, no acostamento, arrebentado com as pernas dianteiras em uma posição nada normal se vivo permanecesse com o carro do resgate e paramédicos executando uma massagem cardíaca no motorista que parecia se movimentar para quem estava sendo entubado. Seu carro fora parar no acostamento desmantelando uma cerca do canavial próximo deixando pedaços do mesmo pelo chão. 
Simão passou com o carro bem devagar e ambos, de vidros abertos pouderam sentir o cheiro de álcool, de bebida, que vinha do porta-mala aberto do sedã. Bem, ela escorria dava para ver pelas luzes e sirenes.
"--- Se o cara estava bêbado Duílio, e acho que estava... Também sentiu o cheiro né?
--- Devia estar. E agora matou o cavalo.
--- É. Mas é assim que acontece Duílio: o homem acaba impondo sua vontade sobre os outros seres. Bichos, árvores, rios, os oceanos, a natureza. Aí uma prova.
--- Foi um acidente. Verdade, tenho dó do cavalo também, mas o cara não quis mesmo fazer isto. Ele comete um erro enorme. Um puta erro.
--- É. Ele pode viver ainda... Pelo menos estavam lá tentando... Choque, massagem. O cacete!
--- Sei o que vai falar Simão... É... assim... 'E o bicho se ferrou mesmo. Coitado!'.
--- Mais ou menos isto".
Seguiram e na próxima curva o embate entre o bicho e o humano motorizado ficou para trás. Esfriava um pouco porque havia uma quantidade grande árvores; o canavial de açúcar e álcool também ficara para trás.
Quase se perderam e por pouco não passaram direto pela placa. Estrada de terra por mais 15 quilômetros. Na metade deeste caminho, o telefone de Simão tocou. Do outro, o organizador do evento.

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