terça-feira, 12 de julho de 2011

02- ALEATÓRIAS HISTÓRIAS - CRIANDO OUTRO PERSONAGEM

(Porque ocorreu-me continuar a elaboração de outra história, outro personagem... Agora nesta trégua que o Pólo Sul nos deu.Está ainda sem nome, ainda sem características físicas, mas algumas emocionais estão a seguir)
Tudo caminha para o mais breve abismo, daqueles abissais ali perto das Ilhas Marianas, no oceano Pacífico. E porque ele está aqui, estacado, diante do tal abismo que só de olhar para baixo lhe causa uma vertigem de Hitchcock, sem ao menos nenhuma das loiras preferidas do diretor. Uma ave de rapina acaba de sobrevoar aquilo em que ele deve cair. Garras curvas para dentro podem esmagar a espinha de algum roedor (e ratos temos aos montes), de alguma cobra (e serpentes peçonhentas também temos saindo pelo ladrão) e assim saciar sua fome.
Ele, um dia insaciável, cansou de saciar-se por aqui e em outras plagas nem tão distantes do precipício abissal; antes tudo era prazer e agora (como disse Renato Russo) tudo é dor - crônica, sem cura.
Agora a águia de olhos perscrutadores dá 3 voltas um tanto perto dele; próximo que pôde sentir o flanar de suas longas asas. E de repente ela pousa em seu ombro causando espécie em nosso 'enforcado' por ele mesmo. Ali ela fica, se ajeita sobre seu ombro e se aquieta.
Porque tal bicho teria feito isto? Apropriar-se de um 'poleiro' que ainda vivo não lhe pertencia até então. Ficou satisfeito em saber que ainda podia ser necessário para um ser que vive e pulsa neste mundo; e de insatisfação ele estava pelas tampas.
Acariciou-lhe a cabeça e ela tal um papagaio manso abaixou a cabeça e deliciou-se com o cafuné.
Jogar-se pelo abismo... Ele adiou para amanhã.

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