quarta-feira, 31 de outubro de 2012

56 - ALEATÓRIAS HISTÓRIAS - AMIGO CACHORRO, AMIGO GATO

Reprodução, cão e gato [sítio abaixo]
Realizar do trabalho de impressão do livro "Meu amigo é um cachorro; meu amigo é um gato" está sendo dosa mais difíceis para ele em todos estes anos de difulcudades como velhos e novos autores; os velhos porque se julgam merecedores de todos os rapapés disponíveis wemais outros indisponíveis e por venderem bem - pelo menos até o último trabalho - pensam que todo mundo - leia-se a editora - deve-se ajoelhar entoando loas e agradecer por tudo; já os novos autores, com a típica arrogância, julgam que eles são a inovação, o tiro certeiro, a cartada final (os adjetivos usados aqui se referem não à idade e sim tão-somente à entrada no mercado de autores e livros editoriais).
Bem pouco tempo atrás, ele se contorcia na cadeira de raiva quando um estes tipos aparecia e mostrava toda a maravilha de seu 'ser-escritor incrível'. Hoje, mais comedido e com um gingado na cintura invejável, ele consegue até mesmo recitar em pensamento um pequeno mantra de paciência. E finaliza tudo com um sorriso também comedido de anuência e depois faz o que deve ser feito: sempre se contrapõe aos novos e velhos, homens e/ou mulheres.

A dificuldade se mostra já no título: ele não o quer. Razões existem de baciada. Uma delas é que está "gay demais" e também ao mesmo tempo - "Um paradoxo (?) mesmo", como ele pensou - machista além da medida. "O que eu posso fazer para demover o veterinário de insistir neste título nada a ver?"
Reunir-se-ão, logo mais depois do almoço, para manter mais uma discussão acerca do título, ele, o autor, um assessor do autor e sua secretária.
Antes, ainda na manhã, ele toma o terceiro café quase sem açúcar e decide sair um pouco de sua sala e descer até o térreo para espairecer um pouco. Celular no bolso verificando as últimas do mercado de ações da Bovespa porque tem algumas aplicadas em uma empresa estatal, das grandes e bem rentáveis.
Saindo pela porta giratória aquele mar de gente indo e voltando, homens e mulheres, que andam pelo calor no mesmo ritmo de todos os outros dias úteis. Atravessa a avenida calmamente e entra na casa de sucos e pde por um açaí "saído do polo sul agora mesmo".
Enquanto espera, ele vê que suas ações estão subindo quase 5%, o que nestes tempos é coisa boa, nem perce que o sorvete-suco está pronto saindo vapor de frio de tão gelado.

"O que eu vou falar para o novo autor com relação ao nome? Ele me parece ser um cara decidido, firme em suas opiniões e acho que convencê-lo a mudar não deve ser tarefa fácil não. Mas este nome? Sei não, pode ser um grande encalhe... Pode ser".

Olha o relógio, marca o gasto com o gerente porque tem conta na "Sucaria Paulista" e sai ainda com o copo nas mãos Vê uma cara, que quase dá um encontrão nele apressadamente  passeando com um grande boxer macho meio adolescente, babando de espumar pela boca.
--- Desculpa, o Duque é atrapalhado que só vendo mesmo. 
--- Sem problemas. Ele deve estar com sede.
--- Está sim, por isto que voltar para casa logo para beber água e se deitar no chão frio da lavanderia, com as pernas abertas, lugar preferido dele. Depois da cama do gato que ele nem cabe mais.
--- Você tem um gato também?
--- Tenho e eles não se largam, vivem junto um do outro, dorme juntos, comem juntos.
E começam a conversar como só donos de cachorro pachorramente fazem quando se encontram desprentesiosamente. Ele acaba dando o resto de açaí gelado para o cão que gostou muito de ideia.
Subindo pelo elevador de serviço e cheio, com o ar-condicionado no máximo, ele muda de opinião em um átimo sobre o nome do livro.

"E porque não 'Meu amigo é um cachorro; meu amigo é um gato'? É diferente, é chamativo, é inusitado. E o que é um homem se não puder mudar de ideia logo depois de dobrar uma esquina com o pensamento fechado em uma questão? Ora, este sou eu e assim vai ser o nome e vai ser um sucesso de vendas. Vou ligar já para aquele jornalista que cobre novos lançamentos de livros para ele soltar um notinha em sua coluna, no site e no jornal amanhã. Já começei a definir a estratégia de marketing, agora preciso comunicar o departamento".

Além dele, do conselheiro-mor e do príncipe herdeiro, devem existir muitos outros mais por São Paulo. Devem não, existem, como ele acabara de comprovar diante da cena anterior.
Adiará o horário de almoço para depois da reunião das 14h. Pode ser mesmo que ele, o autor veterinário e um dos revisores-assistente saiam todos para comer juntos. Devem comemorar o início de uma parceria de muito $, de muitas exemplares que serão vendidos. Ele contabilizará mais um em sua carreira. 

http://ocdeals.ocregister.com/2011/04/03/cheap-things-to-do-this-fine-sunday/91083/cat-and-dog-friends/

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