quarta-feira, 6 de junho de 2012

VIAGEM LV - O RISO

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Verdades que são capitalistas. 
(longe de psicodélicas)
Verdades que não têm amor.
(perto do materialismo)
Mas ele tem amor pelo corpo todo sem precisar de mais nada para andar.
(claro, não vive de luz, não faz fotossíntese, tampouco faz meditação, ioga, nem entra em estado alfa e o cacete a 4!)
É que aprendera vendo os homens-capitais como não se deve fazer.
Aí ficou bem fácil.
Como andar pelo anonimato de São Paulo, ele é mais um entre os 11 milhões.
Pelos extremos, no ponto mais alto da cidade, 1.100 metros de altitude, o amor está ficado na terra, sob cada passo de seus pés.
De lá vê-se o oceano de prédios, a grande macha urbana repleta de gente e de toda a parafernália humana-capital.

Aprendera durante os anos de vida - são alguns - que melhor mesmo de tudo é amar de todas as formas, 
porque sempre valera à pena 
e não seria agora que mudaria tal pensamento.
Ou melhor, tal maneira de agir.
Vestido de suor por tantas vezes em acalorados debates horizontais, vertia-se em vida
por toda a pela.
'Contaminava' o alguém em todas as reentrâncias, esconderijos, apelos, pontas, extremidades e mente.
Feito de gente, de suor, de cheiro, de líquidos e de pelos.
Assim daria-se por feliz em continuar a vier.
E aos outros: um grande e sonoro "nada me importa o que achem".
Vestido de suor por tantas vezes e um sorriso metálico de aparelhos estampava a felicidade
em estar ali, junto, respirando o mesmo ar e sentindo as batidas do coração apressado
(qunado calmo, transmitia-lhe a paz de um paraíso).
Emoldurava com a melhor barba que pudesse alguém ter, 
beijos e mais beijos tornavam-se sôfregos e lascivos.

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À cidade lá fora esperava sem saber da espera 
que eles  voltassem ao mundo dos mortais 
para que não destoassem do restante dos homens-capitais.
Voltavam de um jeito bem particular em cumplicidade que beirava a lealdade acima
de tudo, acima de quaisquer virtudes.
Voltavam um ao outro mesmo longe. Lealdade.
Esqueciam-se e imediatamente lembravam-se. Lealdade.
Giravam por entre eles, um do outro 'sem colidir e juntando-se', para que o mundo não os transformassem na maquiavélica vantagem de ter mais $, como se o dantesco fosse o amor.
Eles são o amor. 
Os risos são largos e lindos e iluminados 
e incrivelmente audíveis um ao outro. É o que importa.

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