sexta-feira, 15 de junho de 2012

BRASIL, A RENDA

O Brasil - País-continente de grande penetração ocidental América do Sul adentro e largamente debruçado nas franjas central e sul do oceano Atlântico - apresenta homegeneidades e heterogeneidades que são perceptíveis a qualquer que seja, de relance apenas, mais atento. Estas heteros e homos são de carácter social, econômico e cultural, além de outros fatores que também poderiam ser elencados de forma abrangente.

O idioma que falamos do Rio Grande do Sul a Roraima, do Acre à Paraíba é um só: este, quiçá, tenha sido o maior legado que a antiga metrópole, Portugal, nos deixou. E não resta dúvida que falar a mesma língua em um território vasto como poucos há sobre a Terra é sim uma das premissas que corroboram para a nossa unidade político-administrativa.
Bem, feita esta ressalva... Tratarei de uma das heterogeneidades que o Brasil apresenta de longa data: a renda per capita dos Estados cuja variação do < para o > realiza-se de tal forma que impossível não causar um mínimo de perplexidade. 

Variação em R$ [entre as Unidades da Federação (estados e o Distrito Federal - UFs)]:
6.051 a 50.438
Brasilienses detêm renda per capita/ano 8,3 vezes > que os piauienses.

Dividi as 27 UFs em três listas, segundo critérios apresentados a seguir. Creio que fique mais fácil de lidar com tantos números.
A) Temos os 10 primeiros colocados:

01º DF 50.438
02º SP 26.202
03º RJ 22.103
04º SC 21.215
05º RS 19.778
06º ES 19.145
07º MT 19.087
08º PR 17.779

Brasil 16.918
09º MS 15.407
10º AM 14.621

Considerações: Não é á toa que o Distrito Federal encabeça a lista (com quase o dobro do segundo colocado, o estado de São Paulo que produz 33,5% do PIB total da República Federativa do Brasil). Uma razão preponderante: é a capital do país com muitos servidores públicos trabalhando nos vários órgãos federais. Ainda veem-se todas as UFs da Região Sul e mais a nova fronteira agrícola do país no Centro Oeste, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul; e o Amazonas, única da região Norte em razão da Zona Franca de Manaus.
Portanto, das 27 UFs em que o Brasil é dividido administrativa e politicamente, somente oito logram ter renda média acima da nacional. Estes a puxam para cima (os 5.565 municípios do país não são objeto de pesquisa nesta postagem).
B) Vem então uma outra parte da lista, na qual listam-se UFs com renda acima de R$ 10.000.

11º GO 14.447
12º MG 14.329
13º RO 13.456
14º RR 13.270
15º AP 11.817
16º TO 11.278
17º AC 10.687

Considerações: esta lista é mais "esquisita" em meu entendimento. cinco estados da Região Norte, com populações e PIBs estaduais  pequenos em volume; e Minas Gerais, 3º maior do país economicamente falando e 2º mais populoso entre todas UFs. Existem muitas razões para que Minas não esteja lá, mas também longe da rabeira: e uma delas é o grande fosso de renda que separa as sub-regiões Norte e o Vale do Jequitinhonha - mais pobres - do Centro Sul [incluindo BH] e do Triângulo, mais desenvolvidas. Nenhum outro, entre os grandes do país, apresenta tamanha disparidade entre regiões.

C) Finalizando, aquelas 10 UFs com renda inferior a R$ 9.999.

18º SE 9.787
19º BA 9.365
20º PE 8.902
21º RN 8.894
22º PA 7.859
23º CE 7.687
24º PB 7.618
25º AL 6.728
26º MA 6.259
27º PI 6.051

Considerações: nesta última divisão, estão todos os estados da Região Nordeste, com cinco deles ocupando as derradeiras colocações; e mais o Pará, no Norte, a menor renda da e maior população de sua região. Apenas Sergipe, que tem o menor PIB e população, se aproxima da lista do meio (dos R$ 10 mil); e a Bahia aparece na sequência, UF que tem o maior PIB e população do Norte-Nordeste.

Agora mais uma rápida análise acerca dos números da renda per capita das cinco grande regiões que o Brasil subdivide-se.  A diferença entre os extremos é em menor grau que o citado anteriormente: 
8.168 a 22.365 
Habitantes do Centro Oeste (DF, GO, MT e MS) tem renda 2,75 vezes maior que os brasileiros que vivem no Nordeste (BA, PE, CE, MA, PB, RN AL, SE e PI). 
01º CO 22.365
02º SE 22.147
03º S  19.324
04º N  10.626
05º NE 8.168

Considerações: mais uma vez o caso de Brasília é determinante para alavancar o Centro Oeste ao posto mais elevado no quesito renda média de cada cidadão. O Sudeste, com SP, quase empata: em números relativos, 99% de R$ 22.365. Explica-se pela razão de o estado bandeirante ser líder em valores do PIB e população e também é o único com renda acima de sua região geográfica. No Sul, o Paraná puxa o valor para baixo regionalmente, ainda que tenha renda 5% superior à nacional. Mais uma vez, SE, BA e agora PE e RN, esticam a corda do Nordeste para cima - lembrando que é a região de < poder aquisitivo - 48%. E no Norte, o Pará é o único abaixo da média, mas devido ao % do PIB dentro da região, é determinante para fazê-la bem abaixo da do Brasil - alcança apenas 62%

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