sábado, 26 de junho de 2010

006 - AQUELE QUE ESTEVE AQUI

A manhã irrompeu a noite toda faceira e com a certeza que o céu abrigaria brigadeiros e o Atlântico almirantes. Bem, esta é a primeira vitória de Duílio no dia que começou antes do sol dizer que é ele que manda e desmanda.
Revirando-se na cama permanecia com o pensamento na viagem que no fim das contas teria que perder a oportunidade porque $ seria improvável arrumar por estes dias; ainda mais com o prazo dado por Simão findando-se. E Simão era o tipo de pessoa que não estendia nada a ninguém: "uma vez, naquele tempo naquele lugar", assim vociferava aos ouvidos de outros.
Viajava abraçado aos 2 travesseiros esperando o dia nascer para iniciar o que poderia fazer. Virava-se de um lado para o outro já sem as meias que pusera para dormir arrumando  toda vez os edredons que teimavam em pender de um lado da cama Viajava irriquieto até que quedou-se paralisado, sem mexer um músculo nem o tique de balançar dos pés para ajudar na vitória do sono; só o despertador com o tique-taque reverberava pelo silêncio (quase) absoluto no apartamento em meio mais um dia de metrópóle na zona sul de São Paulo. 
Não era mais hora de dormir.
"Porque tem que ser assim? Bem agora que estou sem um real sequer recebo uma proposta de viajar!".
Ficou rememorando a última viagem que fez à praia dois anos atrás. Foi aqui mesmo no litoral norte de São Paulo onde passou os quinze dias mais tranquilos de toda a sua vida de marmanjo. Foi sozinho, Simão apareceu por lá três dias antes de partirem, e fez os seus horários para tudo.
Visitas? Claro, as recebeu só para contrapor e "nadar contra a correnteza" do restante dos dias que vivera até ali. Sem encanações nem pensamentos que fazemos em 'filmes-cabeça'.
Ele estivera ali para repor energias e acabou foi que ele repôs. 
"Incrível né? Eu achando que não tinha nada disto aí para passar desejando só que me transferissem... Acabei mesmo por transferir e assim passando a energia que eu pensava nem ter mais. Só agradei".
Pronto chega de ficar à milanesa na cama.
"É, mas agora não está mais aqui".

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