domingo, 19 de maio de 2013

76 - ALEATÓRIAS HISTÓRIAS - UM SONHO FRIO

Reprodução [sítio abaixo]

Quando fora dormir na madrugada de hoje, estava aquecido do banho quente e dos dois edredons que placidamente repousavam na cama; vestindo apenas camiseta branca e cueca, deitou-se. E fez frio em diante no seu sono e, pela manhã, a "coisa" toda parece que está se acentuando: sedento, levantou-se e tiritando de frio vai até a cozinha, e volta arrepiado para a cama que o aconchega. Cobre-se quase totalmente. Ainda sentindo o estômago cheio de água, adormece. Seus companheiros reais de 4 patas aninhados estão juntos deitados sob uma manta, ambos vestidos com camisetas apropriadas.

"Caminha por um começo de dia frio; frio que não se lembra de ter passado por um assim em toda a sua vida; primeiro o tal caminho o leva para fora de uma cidade que nunca estivera para chegar em um campo aberto com poucos arbustos resilientemente se contraponto ao imenso nada em sua visão: todos tortos, vergados, pelo vento que estala e assobia igualando-se a uma alcateia em grande comunicação entre os membros. 
Também se sente um tanto desgarrado, olhando para algo que não vê nenhum outro ser andante/vivente. O frio lhe faz os dedos da mão duros e doídos a qualquer toque, mesmo quando esfrega as palmas em busca de um calor perdido pelo caminho lá trás. Seus dois companheiros de "armas" e de expedição não estão agora aqui.

O ar gelado entra pelas narinas causando certo desconforto causado pela queimação, ainda mais que apressa o passo para chegar ao castelo - que desta vez não é avistado ainda em nenhum dos graus dos 360. Mais ofegante e mais queimação; expiração soltando "fumaça" em meio ao constante ar gelado. 
Ajeita o gorro que lhe cobre as orelhas e segue por uma pequena colina descampada e logo mais vê uma mata fechada, o que de uma certa maneira o tranquiliza porque4 das out5ras vezes que a avistara - e parecia ser a mesma - não demorava e o seu castelo invencível a invasões e cercos localizava-se depois de uns 20 minutos.
O problema agora é mesmo o freio. No fim do campo aberto, o vento aumentou cortando-lhe agora os lábios ressequidos, partidos.

'Por que meus dois comparsas-companheiros de expedições por aí e por lá não estão aqui? Sinto a falta deles, da proteção a mim dirigida e de poder comandá-los incisivamente com justiça: nem mais, nem menos... Não é assim que funciona?
Poderíamos caminhar juntos, abraçados para minorar este frio de 0°C, fazendo geada por esta manhã que ainda não faz sombra. Onde estão? Não entendo'.

A mata abraça seu corpo solitário com mais frio e umidade. Agora são seus pés vestidos com 2 meias grossas que reclamam do frio. No silêncio da caminhada, o que ele pode ouvir por entre as árvores de todos os tamanhos e de diferentes tonalidades de verde, é sua respiração mais veloz. 
A picada aberta está mais estreita e sinuosa. Tudo mais confuso e difícil e ainda nada de ele enxergar o castelo até onde seus olhos podem alcançar.
Porém, logo mais quando o frio mais apertava, aparece ao lado, seu soldado Licínio, o que cuida de animais, aproximando-se dele com rapidez. Vestindo uma grossa roupa traz outra na mão esquerda - a direita o saúda como sempre ao ficar cara a cara.

--- Aqui, vista esta e o frio vai ser somente para ser visto, não mais sentido. 
--- Pensei que não apareceria mais...
--- Não farei isto nunca. Vamos caminhar porque o seu castelo está a menos de 5 minutos daqui. E parece que vem chuva para fazer mais rigor ao tempo frio.
Caminham lado a lado, em silêncio, mas confortáveis pela presença mútua, pela companhia. Logo chegarão à construção mais firme e rija que se tem notícia na realidade onírica que agora se apresenta. Depois desta pequena ponte e do outro lado o castelo de pedras surge tranquilizando ambos".


No apartamento intransponível e inalcançável pelo mundo, o silêncio impera, com um ar quase tépido por todo ele. Quer dizer: ele ressona agora com o gorro na cabeça, o conselheiro-mor ronrona junto ao príncipe herdeiro que ronca sem rodeios. Lá fora, pela cidade de São Paulo, o outono rigoroso faz a seus habitantes se protegerem como podem.

http://www.nufoto.nl/fotos/317404/mist-in-ofwegen-.html

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