quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

VIAGEM CIX - FAZ A CONTA: PUNIÇÃO NÃO É VINGANÇA

Reprodução [sítio abaixo]
Ainda febril com a câmera, ainda em fevereiro antes das águas de março que fecham o verão, ainda na garagem iluminada. Tudo pela noite adentro, já alta madrugada. Um cinzeiro incrivelmente limpo para um fumante inveterado, papéis de chocolate amassados de vários tipos e o motor ainda quente do do semi-novo sedã de velho compunham cenicamente seu mais novo depoimento. Vestindo um velho shorts azul-celeste, regata branca de "avô" e chinelos-de-dedo, despenteado no cocoruto, que apresentava entradas proeminentes mesmo assim, e lá estava ele para depor, gastar o latim - que por sinal era versado no idioma "morto" -, gesticular menos desta vez e apenas, e tão-somente, falar olhando para a lente. Sem recuos, nem passeios peripatéticos e afins. 

"Por que? Bem, é simples e estão sendo repetitivos na pergunta. Eu gosto de fazer o que eu gosto. Aliás, é o que eu mais gosto. Não... Espera. Falto com a verdade. Gosto igual de chocolate, de fumar e de ganhar meu $. Esta limpa que eu faço para tentar fazer desta cidade de São Paulo um lugar melhor entra na lista das melhores coisas, me dá ganas. Assim, como um passe de mágica. Raiva? Não tenho raiva, não viaja. Creio mesmo que haja a necessidade de punir e, olha, quer saber mais? Até estou dando uma chance àqueles que creem am algo mais espirtitual de sanarem suas dívidas com o deus deles, de cada um... Não, este papel cabe ao suposto deus de cada um, eu não perdoo ninguém, eu não tenho que perdoar ninguém. Vou lá, escolho e faço e acabo com quem escolhi. Pode ser um bom passaporte para uma vida eterna, se é que ela existe mesmo. Eu? Não acho que isto seja relevante: o que eu penso a respeito da morte e de uma suposta vida depois da morte, mesmo porque nem me preocupo com isto tudo. 

Porque a mim, repito, enfatizo e reitero, cabe a parte de fazer uma limpa na Terra, sem revisionismo e principalmente, sem vingança... O que? Se é vingança? Claro que não! É bem diferente vingança de punição. Normalmente, vingança é quando fazem algo para você de injusto - ou o que você considera injusto, às vezes não é, e daí, você quer revidar, arquiteta planos maquiavélicos etc; ou ainda vingança é quando também fazem algo a quem você gosta muito. Aí, o revide é também amargado em prato frio, como diz aquele ditado italiano. Eu não! Quem escolho não fez nada para mim, em 99,99% dos casos, por isto reafirmo que é punição e não vingança. Como? Ora, 0,01% é praticamente desprezível estatisticamente. Nem me recordo dele! Rsrsrs. Pensar sobre... Bem, tiveram o engenheiro renomado e o encanador... Ah, e também aquela médica. Só! Como assim? É desprezível sim, só efetuar uma conta na cabeça sem ajuda de calculadora: faz uns 20 anos que faço o que faço, quase todo dia. Em alguns destes dias, trabalhei mais de uma vez e você vem falar que é vingança? Realiza a conta, usa os números e você perceberá que não existe o tal valor. Por favor né? Situe-se!"

Ficou pelo lugar um bom tempo arrumando uma coisa aqui, outra ali, cigarro nas mãos e cantarolando com o rádio ligado em uma estação que tocava só rock nacional dos 80 e 90, seu tipo preferido. Poderia ficar por horas e horas... O que aconteceu. Antes de apagar as luzes frias que bem iluminavam toda a garagem, certificou-se que a câmera fora desligada, tudo apagado pelo cinzeiro e calçou os chinelos. Então, a garagem como testemunha solitária, escureceu-se e emudeceu. 

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