sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

VIAGEM CVI - GRAVANDO A FANTASIA

Reprodução [sítio abaixo]
Ouvia-se pela cidade de São Paulo, o grande centro do trabalho de tudo no país tropical abençoado sabe-se lá por quem, os barulhos da festa de carnaval - o maior espetáculo ao vivo da terra -  se fora mesmo influência dos portugueses do lado de lá do Atlântico. Quando se falava vivo ela já acendia a luz dos olhos para concorrer com o brilho das fantasias dos destaques ensoberbecvidos, dos passistas hedonistas sem roupas e dos dirigentes bicheiros das ditas associações "culturais". Vivo era ele, o que ele fazia, culto traduzir-se-ia não em jogos de bicho, extorsão e brigas pelos pontos dados do júri previamente escolhido - sabe-se lá como, por quem e porque...

O samba-enredo lido no papel parecia o único fator desta parafernália de carnaval de país ufanista a sobrar: havia um pouco de história, de geografia, de folclore, de tradições e de inovações. Sobrava a música no papel, porque ao ser cantada/entoada/gritada pelos integrantes que gastam $ o ano todo para desfilar por 50 minutos perdia-se toda e qualquer vislumbre de cultura.

"Eu duvido que os integrantes, do passista, passando aos destaques, ao escalão mais alto da 'agremiação cultural e recreativa' saibam o real significado dos signos e significantes cantados por eles. Deve ser tudo decorado na ponta da língua para  não fazerem feio na avenida, ops, no sambódromo. Eles pouco sabem a diferença entra X e Y, além de serem histéricos por utopias que diram menos de 1h. 'Para quê?' Eu me pergunto se tudo isto vale mesmo todo o esforço 'cultural' daquelas pessoas quase nuas, daqueles dirigentes bonzinhos como mafiosos chineses e de todo o $ gasto em uma imbeliclidade que nos faz que sejamos conhecidos lá vfora como o país do carnaval'. E com este conhecimento vem o turismo sexual, bunda de fora, pouca roupa, o país da alegria escancarada, o país que sabe fazer festa como nenhum outro... Que triste para este chão cheio de contradições sociais!".

O reinado da folia estender-se-ia por 4 dias apenas em terras de Piratininga, trazendo alívio para ele. Imaginar-se em outras cidades de praia onde o carnaval é levado a sério em outras cidades de praia por uns 30 dias ao mesmo, fora aqueles fora de época.
Gravando mais um de seus depoimentos em frente à câmera, ainda nova em folha, em uma madrugada de frio para um verão chuvos, ele discorreu sobre os efeitos dos dias de putaria quase generalizada no Brasil, onde tudo se faz vista grossa e acham que por ser carnaval... "Então pode tudo". 

"Hã? Como assim? Levado a sério por quem? Por gente que não trabalha e se diverte às custas de outros imbecis que se permitem ser montados por este monte de escória humana festeira? A coisa boa é que rondar ali por perto do Anhembi é proveitoso de um tanto que não fazem ideia! Porque? É fácil escolher de pronto e mais fácil ainda executar o serviço. Ano passado, posso dizer que me esbaldei com o diretor de uma escola! foi muito gratificante ver a cara dele em cima daquele monte de folhinha de jogo do bicho. Amarrei-o como se faz a um cachorro e fui apertando na garganta. Pedi para que latisse igual a um. Teve também uma destaque! Rsrsrs! Ri muito quando eu a fiz engasgar com a penas sintéticas de avestruz goela abaixo, que se não me engano, eram as únicas peças que a turbinada trajava. Comeu 'de livre vontade' todas da fantasia, até lhe faltar o ar Rsrsrs. E o passista todo requebrado nas pernas, orgulhoso de suas raízes de sambista. Raízes:? Onde mesmo? É piada né? Foi bem fácil pegá-lo pela vaidade ao me apresentar falando com o sotaque de português de Portugal, meu crachá de uma Televisão Internacional Portuguesa... Foi mais fácil ainda bater nos dois joelhos dele com meu taco e vê-lo agozinar de dor até desmaiar. Quebrei-o em seguida. E assim foi naquele ano, com mais quatro ainda na lista.Como? Evidente que sim! O mundo ficou bem melhor sem eles, ora!".

Na "sexta gorda de carnaval" como muitos imbecis brasileiros gostam de afirmar e apregoar, ele, um magrão de virar tripa, foi descansar logo após o depoimento na garagem. O velho sobrado do velho bairro da Vila Mariana quedou-se quieto e escuro; todas as janelas fechadas, apenas a do quarto de cima voltada para trás ficou aberta durante uns minutos para ventilar. Podia-se ver a fumaça de cigarro sair por ali, quem atento estivesse. e foi só. O sábado e principalmente o domingo logo viriam e demandaria intenso trabalho e afinco. 
Ele fora dormir já cansado e descansar para realizar melhor a cada dia sua tarefa, que de fantasiosa não tinha nada. Tudo muito real, como um desfile que perdura tão pouco.

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