quinta-feira, 27 de setembro de 2012

VIAGEM LXXV - DOR EM NOITE FRIA

Reprodução [sítio abaixo
Dizem que no frio qualquer porrada dói mais. Qualquer batida, qualquer topada que qualquer relés mortal sofra, a dor é maior do que se fosse no calor, no verão tropical e lascivo aqui abaixo da linha do Equador. O dia, hoje à noite, promete aqui na grande urbe de falantes do português, aquela que não tem praia, nem fala com sotaque aportuguesado, nem com entonação diferenciada pelo sol e aridez.
Promete porque estando frio para os padrões do Brasil potência - de ufanismo que beira à cegueira -, a procura será um pouco dificultada; em compensação, a dor que será sentido, mesmo que por tempo escasso, reunirá prazer, olhos vívidos e respiração arritmada. Quanto à escassez temporal impingida, ele o faz de maneira, pode-se dizer, rápida, porque igualar-se aos seus alvos é algo fora dos padrões que permeiam sua mente. Estes padrões se referem não ao procedimento (não há isto, tampouco critérios), mas sim à danação imposta por ele aos "escolhidos".

"Fazer sofrer por muito tempo não está na minha cartilha longamente preparada desde que decidi realizar um mundo mais justo. Eu não sou um eles, não faço como eles, não interajo como eles... Sou bem diferente. O que eu faço de igual, eu creio, é impor minha vontade à revelia deles. Isto eles também fazem bem: arrongantes que são, hipócritas que são e maquiavélicos que se tornaram com afinco.Sou tudo isto, ainda mais que conheço "O Príncipe" de trás para frente". E uma dosezinha de arrongância antes da "queda" final ao chão, só me causa mais catarse".

Não que se quedasse em deleites dionisíacos quando conseguia - perto dos 100% suas tentativas - realizar sua tarefa do dia a dia, afinal é mais um trabalho - dos bons - como existem tantos pelo planeta. Portanto... De jeito nenhum, porque ficar deitado sob os louros da última vitória é tornar-se, logo ali á frente, um verdadeiro imbecil. Aí sim, igualar-se-ia ao restante que compôem uns 99% de todos que até agora encontrara durante as décadas de vivência entre os habitantes que cruzara pelos caminhos retos, mas rotos, que percorrera.

"Vou deixar os louros para os césares de séculos atrás. Porque de imperador déspota e canalha, já bastam os que pululam por aí feito baratas... Que você mata 10, nascem 100... Ou 200. Porém, os 10 que eu 'encontro', mesmo que por pouco tempo, já causam uma melhora boa no mundo. Razão a mais para que os louros sirvam somente por minutos poucos.

Hoje, algumas das rastejantes baratas nojentas devem pagar por toda a soberba, qual for, que possuem e repassam com tanto "carinho" e esplendor aos outros feito destaque de escola de samba, "outros imbecis que nem imaginam minha sanha por eles. Esperem o carnaval chegar". E por estar frio, então, alguns segundos a mais para que um fimete rápido lhe passem pela mente, não deve ser posto de lado. Coisa rápida, parecido com a reprodução dos asquerosos humanos que se igualam às grandes antenas dotadas de seis patas que se movem como 'baratas tontas'.
Bem, em uma noite fria as baratas quase não saem, ficam às escondidas, mas não tem problema no fato: acaba sendo mais custoso encontrá-las na úmida garoa noturna, mas as aventureiras, as mais corajosas, valem o sacrifício de passear pelo semi-novo sedã de velho com as pés gelados.

http://www.twincitiesdailyphoto.com/2007/12/cold-and-windy-night.html

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