quarta-feira, 4 de julho de 2012

VIAGEM LIX - MÃOS QUE TRAMAM

O tempo trama o tecido de tênues sentimentos, algumas vezes tortos e tímidos.
As mãos se entretêm juntas.
O tempo traz à tona a temperatura de corpos que se entrelaçaram no passado.
O tempo tem seu próprio jeito de agir;
e ele age rápido, formando tenazes em volta de cada um.

Sem podermos nos libertar tamanha a força do tempo.
Tece paralelos entre as vidas que se cruzam em algum dado momento, tinindo por novidades, sentimentos e
estapeia aqueles que estacados ficam a esperar e a choramingar.
Para estes, o tempo passa ao mesmo tempo arrastado, preguiçosamente, mas quando se vai ver,
ele já pa passou e a morte espera ali batendo à porta. 
Trancas trarão somente alguma dificuldade no tempo de a morte pegar aqueles que deixaram tomar conta.

Que triunfo é este que para se pegar o troféu tem que se morrer?
Longe de triunfal, é triste porque na trama, uma hora algum fio se esgarça por aí, 
o trunfo da vida, trancada a 14 chaves, tepidamente começa a se desfazer.
De transparência, vai-se ao turvo. 
Da calmaria, vai-se à tempestade com uma tropa de trovões
ensurdecedores. Truculento toró sobre minha cabeça.

Eu no meio disto tudo torcendo por um abrigo, por braços que me tomassem 
e me tirassem da chuva
e que, a tiracolo, trouxessem paz e alegria. Tão-somente.
Das horas em que o relógio marca, em seu infinito tique-taque, nada temeria
Diante de sua força e grandiosidade.
Tirou a tempestade de mim, tornou-se parte deste aqui. Abriguei-me em seu corpo.
Tropeços não os tive mais. E o tempo... Este passou de inimigo a amigo.

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