quinta-feira, 31 de maio de 2012

VIAGEM LIV - ATROPELOS

Térmitas transitam por todo aquele espaço de terra avermelhada,
que de tão dura antes, que as provocou a roer, a roer, a roer... 
E agora, quase como areia, há marcas rasgadas neste chão.
Igual àquela peça que eu te dei, ficando toda esgarçada, com bolinhas
e você continua a usar.
Tratamento cuidadoso na hora que você vai lavar.
Diz que sempre lembra de mim. 
"Não é, então, para ir junto a todas outras peças".

Um mapa na camiseta, um mapa na blusa, um mapa no seu coração.
Bem mais perto. Sempre digo isto. E você concorda com a cabeça e me toca com suas mãos repletas de desejos.
Vindas de tantas histórias, de tantos outros toques.
Eu também tenho um passado ruidoso, de raiva e talvez rasteiro.
(como os insetos)
Sei um tanto do seu e por mim é tranquilo ter estas informações.
Passaram e ficam cada dia mais longe enquento nosso amor fica cada vez mais perto.
Sem roer nada para minar porque é tudo muito coeso: você eu.
Podem transitar aquelas insetozinhos mínusculos como fizeram na dura rocha.
Que não vai roer nossos braços e abraços, nossas bocas e beijos, 
nem arruinar a nós.

Estampado o tal mapa no peito, o tesouro é aquele que está
diante de meus olhos todos os dias de manhã quando passa em casa para o café juntos.
Aos fins de semana, em meio ao trabalho que temos às vezes, 
podemos acordar na mesma cama.
Tepidamente... Sem pressa de ir ali ou começar algo.
Só se for algo que possa fazer por você.
Depois de minutos saboreando o quarto por estarmos ali,
saio pé ante pé para não lhe acordar antes da hora e poder
fazer algo por você.
São estes os dias que mais gosto: os normais, quase previsíveis por inteiro, sem atropelos. Somente os... Aqueles que são nossos.
Ficamos com os verticais e horizontais.

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