quinta-feira, 10 de maio de 2012

VIAGEM L - POÇÕES

Mentiras ditas, aos montes.
E a bondade? A mansidão?
Longe, por pouco vísivel, e
distante, a anos-luz de mim e de você.
Aos trancos e barrancos lutávamos a favor
de tudo que nós construíramos
ao longo deste tempo de estar junto,
de sentir o que o outro sentia. O sentimento de empatia cresceu e tomou nossos corações.
Longe, agora está lá trás.
Víamos ao mesmo tempo tamanha cumplicidade
em querer algo parta nós.
Nunca era só eu ou só você.
e mesmo assim, havia coisas em você que eu desconhecia.
Motivo para querer saber mais e mais.
Para lhe conhecer melhor e te confortar,
acalentar, amar e fazer suar.
Rumávamos de mãos dadas, firmes apoios sob o vento que causava tempestades.

Nas manhãs, via você dormindo e tentava imaginar o que sonhava: quimeras, utopias, fantasias. Só tranquilidades?
Comigo? Nós dois?
(às vezes, confesso, chegava perto para poder escutar de pertinho, sentir cheiro enquanto dormia)
Olhava seu corpo, ouvia sua respeiração profunda e pausada. 
Espalhava-se pela cama como quem sabe que pode se espalhar 
e tomar conta de parte do território.
E me deleitava em lhe ver ali, onde tudo era nosso. Sua parte naquilo tudo: a metade deste mundo,
que ao longo dos dias estabelecemos.
Todas as poções de ilusão caíram feito um cartas desmontadas pelo vento. 
Reais tudo o que fazíamos e éramos.
Então, quedávamos mais fortes e mais fortes...
Hoje, depois que se foi para um outro mundo, fico pensando acordado,
na cama que sempre fora nossa, como o mundo ficou pequeno nos interesses.
E grande na minha saudade.

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