quarta-feira, 25 de maio de 2011

SÃO PAULO QUE EU ADORO TANTO - II

Espalha-se por grande território, é a mancha paulistana
Que de indelével mesmo tem os seus arranhas-céus e o povo que
apressado vai para lá
vem para cá, passando de norte a sul, de leste a oeste.
Verdade, não temos praias, nem aquela gente bronzeada preguiçosamente que mostra o seu valor.
Aqui tem negro, branco e oriental. Índio também, lá em Parelheiros.
Problemas sobram por todos os cantos e o paulistano tem costume de apontá-los sem que isto
minimize o que sente pela megalópole. 
Que muitos brasileiros criticam, enfeiam a cidade e desancam sem dó como o idiota peão faz no touro.
Ruas cheias, meca do consumo, bairros temáticos, cultura efervescente e beleza de tuas meninas e meninos
que passeiam engravatados, elas de taillers comprados na Oscar Freire.
Têm os manos de Itaquera que ditam gírias que perpassam para os 'bons' mauricinhos dos Jardins.
A democracia da praia que a todos iguala (?) aqui não tem; estamos a 70 quilômetros do Atlântico, então...
Brisa suave e cheiro de maresia passam longe. 
E quem gosta tanto assim de praia? 
Este aqui não faz questão. Praia de paulistano é e pode ser me qualquer lugar porque imaginação para tanto...
Temos e de sobra.
Descobrir, andar, examinar tudo com visão, audição e... Tato bem atentos. 
Desnudar a cidade, isto que outros brasileiros deveriam perceber e praticar quando aqui vierem.
Trabalho-pressa, binômio que acompanha o paulistano onde quer que ele vá; a mesmice aqui não acontece e nós ziguezagueamos como nenhum outro brasileiro faz. Novidades e mais novidades. Acontecimentos.
Vejo tudo à volta e tudo me seduz, com dores e prazeres. A vida é assim.
São Paulo se parece muito mais com a realidade da vida. Nua. Crua. Aqui não há tempo para devaneios banais e ficção de malemolência.
Somos sérios porque conseguimos ser desencanados. Paradoxo? Não, é mais um ingrediente humano da cidade. Idiossincrasias paulistanas...
Contemplações em devaneio trazem a tal "morenidade" que estes trópicos levaram ao mundo.
Realidade de uma grande cidade. Aqui se vive, aqui não se contempla.
E já é hora.

Nenhum comentário: