quinta-feira, 12 de setembro de 2013

VIAGEM CXXXIX - "ISTO É O FIM, MEU ÚNICO AMIGO"

Reprodução [endereço abaixo]
"This is the end
Beautiful friend
This is the end,
My only friend, 
the end...".
Jim Morrison - The Doors

Tomara uma decisão, extenuado que estava durante o largo, profícuo, solitário trabalho realizado ao longos destes anos - já se vão mais de 15 anos, o que é muito. As contas, ele perdera durante o meio deste período, mas recuperara ao cabo de 2007 para cá. Decidira então que entraria no jogo de melhorar o mundo - São Paulo e adjacências - só mesmo quando tivesse sido mesmo impossível de passar em branco, que nem era sua cor preferida. Gostava das mais escuras, a exceção era a cor laranja.

Manietou sua mente pelo cansaço do corpo (ou teria sido o contrário?), vontade imperiosa, para que descansasse mais, uma vez que percebera que se aproximava o fim de sua vida. Sentia isto como uma certeza adquirida havia pouco tempo. Absolutamente não viveria por anos a fio. Julgou merecer horas de "dolce far niente" e se preocupar menos com o resto e se ocupar mais dele.

Tampouco desejava. Por que? Porque como era Caxias no trabalho de melhorar a cidade, levando tudo muito a sério como extremo profissionalismo, percebera que quanto mais trabalhava, mas teria que trabalhar. 
Segundo ele, a solidão o impedia de resolver todos os problemas do vasto mundo, porque tinha de fazer tudo sozinho. 

"Não tem fim meu esforço de melhoria! Cacete! Faço, faço e aparece mais trabalho. Parece barata que você esmaga sem dó até ver todo aquele branco, que é meio cor de areia, viscoso aparecer... Simples: de cada uma, devem nascer umas 10 baratas, direto das profundezas dantescas do inferno! É uma luta sem fim, sem trégua e estou me cansando. E se cansar nesta metrópole alfa não é boa coisa. Devo parar antes para não pagar mico... Porque aí eu estaria fadado ao fracasso".

Passaria a dormir pelo menos 10 horas por dia, passearia com o semi novo sedã de velho mais calmo, comeria mais chocolate e talvez, quem sabe, podia ser... Quiçá fumaria menos.
Quando estivesse mais perto do fim de tudo, física e mentalmente estaria bem, o que lhe permitiria usufruir como um gastão a boa renda que auferia todo e sagrado mês. Sexo contratado com conhecidas antigas (e também com um ou outro conhecido para participar junto com as meninas), regado à drogas inaladas como a maconha - porque diminuiria o tabaco e rock pauleira.

Quereria, se pudesse determinar como (porque quando ele sabia, ou achava que sabia) iria morrer: rápido, sem avisos e que não doesse tanto. "Mas se doer, beleza, eu aguento, afinal vou estar no fim e não me custa nada me purgar aqui na Terra" (na verdade, ele determinara que morreria logo, em meses, no máximo no começo do próximo ano; veremos que ele acertará). 
E no fim, meus amigos, a dor passa.

http://www.thedoors.at/info_en.html

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