terça-feira, 20 de agosto de 2013

VIAGEM CXXXIII - É PARECIDO OU É DIFERENTE?

Reprodução [endereço abaixo]
(em algum lugar por aí, um escrito que vai pela ventania)
 
"Neste agosto - que já foi de desgosto -, perene eu fico a pensar naquilo que acontece em outras grandes cidades, parecidas com esta no tamanho. Temporariamente pensando...
Nos milhões de habitantes.
Metrópoles espalhadas pelo mundo, do lado de cá, do lado de lá, aqui embaixo, lá em cima; prestigiadas umas, esquecidas outras.
Desgostoso por só me lembrar das altas torres dos edifícios imponentes que tentam rasgar o azul do céu.

Tem gente em outro lugares, perdidos, ermos, acanhados, insalubres, morrendo, perseguindo e matando.
tudo: nas pequenas, nas grandes aglomerações de gente.
Centenas. Milhares. E os já ditos milhões.
Aqui, parado, escrevendo, frio de agosto, de uma umidade que nem é a cara - exatamente - de agosto, perdi o sono na grande cidade de São Paulo. 
Existem outros? Iguais (não sei, de verdade!)? 
Parecidos como eu sou com o mundo todo, dos bilhões que povoam este planeta redondo, tão dividido e sulcado de túneis quem mais separam que unem?

Dos erráticos caminhos escolhidos à tentativa de reverter as curvas íngremes e querendo, para variar, uma confortável reta para descansar, aqui mesmo na grande urbe de gente que vai. Gente que volta. Gente que fica e para.
Agosto, louco, espumante, raivoso, frio, dos melhores que há para não ser engolido por parecer igual, porque na dor, a gente é mais parecido do que diferente.

Nos ângulos de 90°, aqueles cotovelos que doem nas vidas, há os pontos de inflexão que fazem desaguar mares e mares nossos que, antes represados, se flexionam, mudam o curso... É o tal ângulo de 90° que quebra o caminho, inverte a dor, luta, e na arena de saibro, do asfalto dos milhões de São Paulo, invoca mudança.

Este processo kafkiano de barata urbana de centenas de milhões (devem ser bilhões), a 800 metros de altitude, pelo Trópico de Capricórnio, quero tanto saber se eu me mais me pareço do que diferencio de outro que - possivelmente - vaga por aí.

Mas não desejo comparação pela dor: acho que ela iguala mesmo com tanta precisão que fico sendo mais um em uma multidão; rastreando alguém que seja um resgate, que me diferencie dos tantos... Mas que me diferencie, sem me segregar.
Deve ser mesmo tudo igual naquela cidadezinha desaparecida das coordenadas da geografia de tão pequena que é como nesta aqui, das maiores, das cidades alfas? Pela separação ou diferenciação é que são iguais?".

http://goodmenproject.com/the-good-life/gmp-contributor-aaron-gilbreath-is-crowdfunding-to-study-the-effects-of-crowding/

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