sábado, 3 de agosto de 2013

88 - ALEATÓRIAS HISTÓRIAS - BARBA NO BANHO

Reprodução [endereço abaixo]
Costumeiramente seu banho é até que rápido, de ligar ao chuveiro e desligá-lo uns cerca de 10 minutos, ou um pouco mais. Quando está mais frio, como agora na cidade de São Paulo, aproveita para se barbear durante o banho - às vezes 'completo', como dizia um antigo amigo dos 20 e poucos - para melhor relaxar a pele do rosto e pescoço. Cerrada que é, acastanhada com pelos vermelhos duros, o barbear-se torna-se mais fácil embaixo da torrente de água quente. Tudo enfumaçado, música pelo telefone e, aí então, demora-se mais, quase 1/2 hora, completo ou não (verdade que tem sido bem completo por estes tempos).

Minutos de intenso relaxamento e despreocupação com o mundo paulistano/brasileiro/latino/terráqueo que existe lá fora.
São bons minutos para pensar com vagar, sem o temor de querer se apressar para encontrar a suposta solução para o suposto problema, e se deixar levar pela água que vai embora, lavando-o e confortando de quentura o corpo que padece no inverno.

Enquanto isto, do lado de dentro da apartamento, seus dois convivas brincam um com o outro de correr e de esconder; neste último verbo quem leva nítida vantagem é Felino, o conselheiro real, já Rex, o príncipe herdeiro, começando a ficar mais parrudo que grande, tenta com afinco alcançar seu amigo gato com relativo sucesso. Talvez porque o primeiro se deixe pegar para poder subir nas costas dele e mordiscar as orelhas. O troco é dado quando o cão abocanha o outro peludo em sua cabeça e lhe dá longas lambidelas. E lata alto no ouvido do gato!


No banheiro, música de um rapper branco americano no último volume; somente ele, no fim do banho que deve ser incompleto, o espelho nem fica com vapor. Aprendera um truque há alguns anos: derramar água com um pouco de espuma de sabonete e pronto! 
Um corte perto do maxilar e o sangue escorre.
Sem dor, somente um arrepio provocado pelas três lâminas e a água quente parece anestesiar o ferimento. Mais um embaixo do labio inferior.

"Hoje estou querendo me matar aos poucos? Com aparelho de barbear? Dois cortes em seguida e o último até doeu um pouco. Foda! Deve ser então porque estou querendo sofrer muito, só pode ser. Só rindo! E isto não passa pela minha cabeça. Bem, terminei aqui e o banheiro totalmente enfumaçado... Opa, mensagem no telefone. Nossa, é o Maximiano! De novo, por que será que ele tanto quer falar comigo? Porra! Passei a toalha e abri o corte de novo... É será que estou tentando me matar. Não, nada, nunca, sem chance".

E ri muito dele mesmo por achar que isto o faria morrer se esvaindo em sangue por todo o banheiro. Como uma cena do clássico Psicose, só que com um cara de barba feita.

http://footage.shutterstock.com/clip-3106975-stock-footage-man-showering-in-luxury-glass-and-tile-shower.html

Nenhum comentário: