domingo, 6 de janeiro de 2013

VIAGEM XCVIII - MAIS UM DEPOIMENTO

Reprodução [sítio abaixo]
Quando passeava de manhã pelas avenidas mortas de São Paulo, em um domingo de garoa fina com seu semi-novo sedã de velho, com as 4p é claro, ele divagava sobre o depoimento que dera em frente à câmera montada em um tripé na garagem bagunçada que mantinha em seu sobrado amplo e antigo no bairro da Aclimação, na parte "velha" deste bairro.

"O depoimento é para mim mesmo, ao contrário do quer alguns poderiam achar se soubessem que existe a tal gravação. Sim, é só para mim, porque interesse nenhum tenho em mostrar como sou e o que falo para o mundo. O mundo já anda bem assoberbado de informações de todos os cantos do redondo planeta, algumas desencontradas e outras inverossímeis. Minas informações contidas são desnecessárias. Então, não! Eu gravo e passadas algumas horas eu já apago, excluo, ou mesmo destruo o dvd. Digital sim, afinal eu moro em São Paulo, em um tempo de digital, portanto, nada mais natural. Ficou legal o depoimento... Ou melhor, os dois que fiz até agora. Nem copiei nada, porque não precisa..."

As informações não se fazem necessárias, mas seu trabalho sim. E cada vez mais, ele fazia com afinco para ser certeiro sempre. Bem, isto ele sempre fora, com índice de 100% de acertos, tanto na escolha dos alvos, como também na realização de finalizar os mesmos. Verdade, que como sabem, ele não possuía critérios, no entanto, menores de 16 anos passavam ao largo de seu trabalho. E só, porque no outro extremo, sem limite de idade, nem de cor, nem de religião, nem de gênero, nem de orientação sexual, nem de classe econômica, nem de geografia. Nem de nada.
Passeando pela Zona Oeste, quase chegou em Osasco. Decidiu voltar, mesmo que não tivesse realizado àquela manhã nenhum "esforço". Apenas, uma facilidade de encontrar um grupo de mulheres putas ricas, saindo de uma padaria "chique". Pegou a mais rica e puta delas, segundo analisara na hora. foi bem fácil. E foi bem rápido. Em razão deste fato, voltou para casa ansioso.

Na garagem, tudo permancera como antes: câmera montada, janelas e porta fechadas, luz intensa e até a chuva resolveu colaborar. Desta vez, peripateticamente, andava para um lado e para outro o que faz com que saísse do ângulo de filmagem. Depois que viu, gostou porque sua voz grave e um tanto rouca, ficou clara em todos os momentos.

"Olha, como eu fiz hoje? Bem, quase que nem vou sabia. Ah, porque eu agora estou com esta febre de gravar depoimentos aqui em casa e fico revendo várias vezes. Estudando o que devo melhorar ou não. Uma coisa que percebi... O que? Calma, eu vou falar, descrever como eu fiz. Voltando, da próxima vez, vou usar terno e gravata só para dar um ar mais solene e parecer mais insolente ainda. Ok, ok! Fiz assim: perguntei onde havia uma loja de grife italiana aqui em São Paulo, com meu sotaque falso de espanhol e ela se derreteu toda. Como eu previra. Aí, fiz que não entendia muito do que ela explicava... Pedi, por gentileza, que me indicasse o caminho de carro que eu a seguiria. Foi fácil, porque passamos em uma área quase deserta de galpões ainda longe da tal loja, paramos em um sinal demorado. Injetei o tranquilizante rápido, amarrei rápido e então, fiz o que tinha que fazer. Como? Claro que não! Eu não sou um predador sexual. Não sou um estuprador! Chega, parei com esta conversa por aqui".

Depois de terminar e ver o resultado - que gostou muito - subiu para casa pelos degraus que rangiam e descansou na grande cama de casal seu corpo cansado e pesado. pesadamente dormiu como um justo que de fato julgava ser. Antes de cair no sono, pensou que se todos soubessem, no futuro, seria idolatrado. 
"Quem sabe...".

http://www.unfinishedman.com/dual-cam-dashboard-camerarecording-fender-benders/

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