sexta-feira, 29 de julho de 2016

VIAGEM CCXCV - RASA TERRA ARRASADA?

Arquivo pessoal - Av. Paulista
Na terra arrasada depois daquele cultivo no imenso jardim do tamanho de um quarteirão, nem flor, nem a enorme jabuticabeira, nem a grama deve nascer de novo. 

Brotar o que? Se tudo o que foi ali semeado em plena São Paulo dos doze milhões e tinha tudo para ser uma campo de colheita farta, ano após ano, aguada por nós... Tinha.

E acabou. Assim mesmo, sem o amor, sem o carinho meus/seus, sem os planos e também sem o dinheiro. E este último, os milhares de reais foram se esvaindo escoando para o ralo com bafo de bêbado adormecido de ressaca. 

Gastou tanto, investiu tanto e deu com os burros n'água por completo, até o "animal"se afogar naquele mar de lama de terra arrasada seca, esturricada e estéril. 

Bem-feito para ele. Mania de confiar em excesso. Mania de ser verdadeiro em demasia para quem não confia e para quem curte uma mentirinha atrás de outra, vindo mais em seguida; em sucessão de desatinos disparatados de qualquer realidade factível. Porque de fatos inventados é que vive aqueles que são mestre no logro alheio.

No ramerrame do dia a dia, ele tem uma possibilidade de voltar a aguar o jardim com abundância de frutos carnudos - e ele sempre gostou de tudo que fosse carnudo pelos quadris febris que requebram nas ruas da Pauliceia. 

Porém no jardim de alegorias mil, onde todos os dias pareciam o sábado de carnaval (bem, verdade que... De vez em quando tinha uma quarta de cinzas), agora tudo é fantasia fantasmagórica, de lençol branco e com o arrasto de correntes... Pela terra arrasada.

Ali, pelo fim, quase encostado a parede do alto muro que separa a casa dele do vizinho, longe, bem longe do pé seco de jabuticaba, começa a nascer uma matinho muito do mirrado.

Talvez seja um sinal dos tempos... Dos outros tempos que tudo de novo ele recomeçará. A bomba nuclear das brigas fora desativada. Só que continua à vista. Detonar ou não detonar? Dependerá das reações deles.

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