quarta-feira, 23 de abril de 2014

02 - CADERNOS DO ESCRITOR - OS ANOS 1970-1979

Não comecei bem a década de 1970, nada bem; na verdade, já não finalizei bem a anterior - mesmo que as lembranças sejam poucos e nada dolorosas. O contrário dos primeiros anos da década que viria, porque são bem vívidos: dor, febre, lágrimas, jejum, fome, médicos do interior com cara de "hã" quando perguntados sobre o que este aqui tinha nas entranhas, seguido de um "leve o menino à capital porque aqui esgotamos tudo o que sabíamos". 

Tiveram também as brincadeiras iniciais na escola, colégio dos bons católicos, e também aquelas com uma vizinha da mesma rua: escondida e prazerosa - talvez mais pelo escondido do que pelo frêmito (?) provocado por ficarmos nus e mexermos um no outro em épocas de verão até o inverno, voltando a ele.

Lembro também que já havia uma fixação minha pela parte detrás da tal vizinha. Preferência que levo pela vida toda fazendo-me virar/entortar o pescoço quando cruzo com um destes traseiros que fazem a festa de qualquer um - bem a minha faz e muito.
Lembro mais ainda das faltas e muito do ano de 1971. Faltas, dor e 1971 e presentes. Jejuei tanto que poderia entrar no céu só pelos dias qaue fiquei sem comer, pelo arroz sem sal com banana, ou pela sede que mantinha meu choro seco...

Passaram, como tudo passa "tudo passará" e "que nada fica, nada ficará", os anos velozmente escorreram e findou-se 1979. O melhor deste período decenal foi 1977 com muitas festas, com a iniciação à disco-music, o quase namoro com a menina do bairro pegado, para baixo da igreja frequentada por todos os jovens. Já o seguinte é ainda menos amargamente relembrado, o de 1978.

Atrasado em alguns aspectos pessoais, estes anos proporcionaram o começo da defesa que se perpetua - varias coisas se perpetuam neste escrevinhador - até 2014. Claro, os métodos de hoje diferem destes anos púberes.

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