quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

VIAGEM XCII - ACADEMIAS DE FORÇA E DE INTELIGÊNCIA

Reprodução [sítio abaixo]
São Paulo cozinhava àquele dezembro de primavera: 33°C. Corpos à mostra: pernas, braços, peitos, ombros e barrigas e umbigos com piercings - ou como preferem alguns pré-históricos brucutus: abdômens. Tinha também mais cor mesmo com a roupa pouca. Ele pensa que os índios fizeram mesmo escola aqui nos trópicos, o que deve ter encantado os brancos portugueses, ainda que, de primeira vista, condenassem a nudez dos "aborígines" porque mostravam as partes ao léu, como nasceram (como nascemos), ficaram maravilhados e excitados com a "irreverência" do vestuário dos tupi-guaranis; certo que eles deram o troco como na ocasião  na qual o bispo e companheiros de navio naufragaram e foram devorados. "Devem ter tirado a roupa dos colonizadores para bem temperar".
Já nos primeiros raios do grande astro que comanda esta galáxia, percebeu que o dia seria quente porque nem a brisa de verão de manhãzinha fizera-se presente. Nada, só mesmo o sol incidindo, brilhando e vertendo suor pelos poros dos quase desnudos e dos vestidos.

Para ele, esta época - que lhe aprazia sobremaneira - traduzia-se em um trabalho de achar mais fácil, um trabalho de executar mais fácil e um trabalho de escolher... Mais difícil. Porque?
Porque os homens e mulheres se exibiam para quem quisesse ver, e eram visto, por certo! Desejados e invejados (para estes últimos, "calma... A vez de vocês vai chegar", pensava).
O que versava ser a prepotência de músculos e curvas de Sílfide. Lascivos, sexuais, e alguns, prepotentes em usarem toda a força física que desenvolveram. 

"Prepotentes da academia de musculação são exatamente iguaizinhos aos prepotentes da academia das universidades. Rá... Os acadêmicos da intelectualidade e os da força. Eles são todos farinha carunchada do mesmo saco. Hoje, como está um calor propício, bom passear pela universidade no Butantã a catar alguns destes que combinam à perfeição as duas academias; eles nem imaginam, porque parecem ser excludentes: se escolhe uma academia, não se escolha a outra. Não! Longe disto. Eu escolho as duas, sem pestanejar, pego todos das duas. É até mais divertido. É mais prodicente porque nos livra de duas espécies carcomidas que habitam a mesma matéria, tão soberba de si".

Trabalharia à tarde fazendo a arrecadação de seus fundos de investimento e cobrando - gentilmente, é verdade - os aluguéis atrasados de sua herança. Antes do almoço dedicar-se-ia ao que deveria ser executado, para o qual ele foi bem talhado: melhorar o mundo quase impossível de ser melhorado. Perdido o planeta não fica: devem existir outros como ele em algum outro país, cidade ou algo assim.
Passeando pelas cercanias do Ibirapuera pôs-se a pensar. Seguia então para a cidade universitária matutando sobre o assunto.
  
"Existem outros iguais? Será que com o mesmo propósito? Pode ser, porque eu não posso estar em vários lugares ao mesmo tempo.Um que eu seja rápido (e ele era) e objetivo como eu? Porque lutar junto fica mais viável. Então, espero e torço para que haja um outro. Pelo menos mais um, já seria um alento e tanto. 

Chegando lá, bastaram algumas voltas e um sorvete de chocolate para ele ver que havia muita gente da intelectualidade e da força por lá. Os vários prédios propiciavam alternativas a ele que o próprio surpreendera-se como não tinha pensado ir antes lá. o que havia em um, não havia em outro; pesquisou por mais uma hora e esolheu uma das instituições que continha ambas espécies. Um tesouro sem fim de alvos a serem escolhidos e para se despedirem. Até a hora do almoço, a cidade ficaria melhor para ser habitada.

http://mulherelastica.blogspot.com.br/2009/11/derretendo.html

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