terça-feira, 10 de abril de 2012

VIAGEM XLV - BALCÃO DE RECLAMAÇÕES

Reprodução
Vá reclamar no balcão de reclamações logo ali, virando à esquerda e andando por muito tempo. Passa-se antes pela balcão de informações para descobrir para qual lado guiar-se.
Antes de reclamar, você se dirige a uma sala bem grande onde tudo que pode ser comprado está lá disposto. Até agora, vê-se que é uma sala comum, como existem há muitos séculos neste mundo terreno perdido entre dezenas de milhões de galáxias. 
Você pode escolher o azul e/ou o vermelho; pode optar entre o caro ou o barato.
E mais: entre um grande ou um pequeno; entre um novo e um novíssimo. Pode escolher muitos dos bens ou sair de lá com somente um.
Causará perplexidade nos donos da imensa loja se você sair de lá de mão abanando porque o que eles querem mesmo é lhes deixar com uma mão na frente e outra atrás. Certo que alguns preferem expor a frente outros... a retaguarda (mas isto ainda não é hora nem local, mais tarde...).

Temperatura ambiente agradável, um leve cheiro de mel pelo ar e sorrisos alvos como a neve emoldurados por uniformes empedernidos se preparam para avançar sobre os (nem tanto) incautos. Digo nem tanto porque se sabe - exatamente - o que a loja dispõe para "consumo".
Frio: os aquecedores elétricos; calor: ar-condicionado.
Tecnologia: os iPhone, smart, ipad e mais outros tantos "I" que virão. Sim, porque eles virão vorazes.
Móveis: de todos os tipos, materiais, tamanhos, cores, texturas e preços (este último serve para todos os bens).
Carros: os chineses de mão-de-obra barata executada e quase escrava. Estes têm aos montes entre o bilhão de habitantes que mora por lá.
Parcelas: de 1 a "N", ou seja, pode-se perder de vista.
Até agora, como foi escrito, tudo está normal como dantes no quartel de Abrantes. 
Mas, há uma outra sala em que aqueles com a mão sabe-se lá onde estão enfileirados de maneira bem retrô (seguindo a tendência repaginada do moderno - que coisa mais 'chatinha').
Claro, o pagamento aqui é igual, em $ também, mas pode-se usar outros "moedas" correntes não é...? 
(o corpo, joias adquiridas, substâncias. Verdade que aí a 'negociação' vai se estender)

Você compra e ao passar os olhos de relance, você vê também os fatos, as coisas, os lances, os acontecimentos que a vida te proporciona, logo ali, em uma sala pegada anterior. Irresistível sensação de xeretar por lá.
Atenção: aqui você está pactuando com a vida e (depois de passar pela sala de pagamento onde se aceita nota sobre nota sem desconto algum, cheque, cartão de débito - preferencialmente -, e cartão de crédito e quinquilharias outras que você queira/possa deixar...) feito tudo isto você todo regateiro e faceiro como um idiota de quatro costados, se achando o mais esperto de todos, finalmente sai da loja com o seu "pacote" em mãos. Seus pés mal podem esperar para chegar em casa e desembrulhar tudo, tudo mesmo, de todas as salas que percorreu.
Aí, da última sala, o prazo de validade não tem validade alguma. Foi escolhido assim.
Sabem o que resta: ir até o balcão de reclamações.
(não vai adiantar nada porque lá não há ninguém; repito: você escolheu assim).

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