sábado, 4 de junho de 2016

VIAGEM CCLXXXIV - ENTRE AS CÉLULAS E 'INTERPLANETARIAMENTE'

Arquivo pessoal - Metrô Clínicas
pelo espaço interplanetário eu vou;

alguns amigos, mais próximos, me acompanham
(eles entendem, eles sabem, eles veem);

espaço que não se pode mensurar, onde não há norte, nem sul, nem leste, tampouco oeste;

e o onde o centro é você que pode determinar: o seu centro pelos siderais vácuos inaudíveis
(parece aquele sonho que lhe contei: eu precisava gritar, eu abria a boca, mas se ouvia um sussurro);

e pelo interior das minhas células?

onde estou eu? e o meu grande, profundo, abissal amor que não se vê?

perdido, cortado, desencapado feito um feio fio solto de alta - altíssima - tensão a chicotear o ar,

que eu respiro e que você não está aqui? sumiu?

carregou suas malas?

e os sentimentos entranhados no seu corpo?

aqueles suspiros e gemidos?

vagam pelo espaço interestelar... Qual espaço?

o meu vaga, divaga e conta por dentro o que sinto

oque  me pulsa e o que lateja... Imponente

na vastidão das bilhões de moléculas, juntas

porém um tanto desconjuntadas no aparato

sóbrio de se manter em um castiço comportamento
(complexo, dificultoso);

em sua ligações eletroquímicas

elas se movem irradiando todo e por completo o meu amor para você;

em espaços tão exíguos que se mede por micro nano de cumprimento

e que se ricocheteiam e esperneiam;

e pelo espaço das galáxias, as mais longínquas, onde o homem nunca vai chegar,

reverberando em ondas que só mesmo quem ama... Sabe.

aqui dentro... E lá fora: por nós

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