quinta-feira, 26 de maio de 2016

51] CENÁRIO SP - "OLHA A HORA!"

"'VAMBORA', 'VAMBORA', OLHA HORA!"

Arquivo pessoal - Av. 23 de Maio vista do Vd. do Chá

Sinfonia típica de São Paulo; sinfonia mítica da cidade-alfa do Brasil; a música de décadas que faz um resumo (ou ao menos tenta fazer) da cidade dos 12 milhões, do mais de meio trilhão de reais, onde passa o trópico de Capricórnio.

Por aqui não se pode parar porque não é bom "negócio" estancar a caminhada, seja para Parelheiros, seja para o Brás, seja para o Tremembé e seja para o Jaguaré. Seja para a Sé! 

Mas para ir a estes e outros tantos lugares, qual é a hora? Ora, a hora são todas as 24h da cidade que não para, da cidade que não dorme, da cidade que é o trabalho personificado.

E aqui, em todos os dias, em todas as semanas, em todos os meses e em todo o tempo de todas as eras cabe o mundo todo, dos quatro cantos do redondo planeta: tem sangue português, tem sangue italiano, tem sangue libanês. Tem o sangue africano, tão brasileiro e tão paulista e paulistano como o branco, como o sangue vermelho dos índios guaranis.

Sangue japonês, espanhol, chinês, coreano, boliviano, angolano, grego, alemão que corre pelas artérias de asfalto para "São Paulo crescer". E o que mais tem?

Tem todo, mas todo mesmo, o interior paulista: dos canaviais de Piracicaba, dos laranjais de Ribeirão Preto, dos cafezais da Alta Mojiana; tem também os caiçaras do litoral norte, do sul e, claro, tem os santistas; tem os paulistas da metrópole Campinas. Do médio Tietê, rio símbolo que corta o Estado de São Paulo trazendo o sotaque do "R" retroflexo caipira para a capital.

Por aqui tem ainda as mulheres e os homens das barrancas do Paranapanema, do Noroeste Paulista e tem, logo ali, o pessoal sul-matogrossense, estado solidário em 1932. Aqui tem os santos do Grande ABC formando a conurbação paulistana dos 21 milhões. E a gente do Vale do Paraíba, da Serra da Mantiqueira? Também tem!

E depois disso ainda tem mais?
Claro que tem! Na única metrópole alfa do hemisfério sul: tem baiano do rio São Francisco e dos cacaueiros de Ilhéus, tem mineiro de Poços de Caldas e de BH claro! Tem paranaense de Londrina, tem gaúcho da Campanha; e tem o pernambucano de Olinda e de Petrolina. Cabe mais? Tem paraense de Marajó, tem goiano do Planalto Central. E dos seringais do Acre? Que pergunta descabida: claro que tem!

E tem mais do Nordeste de sol e de suor: o Cariri é aqui, o Gurgueia é aqui e os quase franceses de São Luís vêm para cá. Logo dali, a 450 quilômetros a nordeste vem os cariocas que (re)descobrem a Pauliceia - a toda hora - que atordoa e que desvaria a todos eles (e a todos nós).

Quanta gente, quanto amor, quanto trabalho no frio do amanhecer/anoitecer, nas tardes de ventania de agosto, no sol a pino de dezembro, na chuvarada de fevereiro. 
Paulistano vai, volta, vai de novo, debaixo da garoa, da bruma dos dias de outono. Apressado pelo metrô, pelos ônibus e carros (os milhões deles) canta o samba de Adoniran, o rock de Rita e a sinfonia de Billy. 

Gentes de todas as idades, cores, etnias, religiões; homens e mulheres que se amam, homens que amam homens, mulheres que amam mulheres; crianças pelos campos da várzea, os descolados do Baixo Augusta, a mistura de todas as idades no espaço livre de todos da Praça Roosevelt...

Bom dia, boa tarde e boa noite, com licença, perdão, até mais a São Paulo, aos paulistanos não importando se você nasceu na Mooca "bello", em Brasília, em Vitória... Em Dacar ou em Porto Príncipe: a todos nós os meus cumprimentos porque fazemos daqui a cidade mutação - São Paulo.

Porque descrever São Paulo é tarefa inglória tamanha a falta de palavras e tamanha é a cidade, verdadeira capital do Brasil em sua mescla de povo brasileiro, do mundo; é tarefa ingrata porque a gratidão que se sente nunca poderemos saber como retribuir.

Trabalho honesto e digno, a informação dada ao motorista de fora no semáforo, jogar o papel de bala no cesto, a esquerda livre nas escadas rolantes, o respeito ao pedestre na faixa... Tudo isto podemos fazer e agir para São Paulo, que "às 7h explode em multidão".
Amor paulistano, amor paulista e o amor brasileiro: Pauliceia  Desvairada, São Paulo meu amor maior.

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