sábado, 31 de maio de 2014

08 - CADERNOS DO ESCRITOR - ATRASOS

Pensando na vida sentado em um banco de metrô, linha verde, indo para quase a Zona Leste, perdidaço em minhas divagações; o vagão nem cheio, nem vazio e eu lá... A pensar (como se diz em Portugal) sobre o que fora a vida deste até os dias de hoje: agora de progressão que só faz-me adiantar em quase tudo.

Muito atrasado, para quase tudo:
amizades,
masturbação,
namoro,
sexo,
trabalho,
decisão,
faculdade,
trabalho (de novo)
e dinheiro.

Perpetrei atrasos que não condizem em nada com a minha vida de de hoje, vivente em uma das maiores cidades do mundo, com os milhões, no "corre-corre danado" metropolitano.
Entretanto, algumas das agruras do passado remoto, do atraso perpetrado, persistem de alguma forma em alguns entraves que são secos e difíceis de manietar para que eu pudesse esmagá-los um a um: sem parar todos eles.

Hoje não é mais assim - somente os atrasos tomando conta -, e posso dizer que sou um cara melhor, um homem melhor; não sei se mais feliz, mas mais perto deste estágio de estar e não de ser feliz.
Atravesso este mar de atrasos com meu veloz motor presente, desmistificando o passado para que não me torne preso a ele.

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