domingo, 14 de julho de 2013

VIAGEM CXXIX - RECORDE NA IRA

Reprodução [endereço abaixo]
Andou pela casa a manhã toda de domingo, fumando um cigarro atrás do outro e também  fumou aquele outro cigarro - de maconha, que no tempo dele se falava baseado e que hoje é mais chamado de "beck" ou "beque", ele não sabia ao certo como escrever. 

Da garagem ao quarto, passando pela cozinha e sala e a ida matinal ao banheiro, todo o tempo antes das 12h estava sendo consumado por ali... Agitava-se com a nova gravação que faria logo passasse um pouco o efeito do THC para que não se esquecesse do que deveria falar, seguindo mais ou menos um roteiro que redigira logo que levantou, com a caneca de café em mãos.
Depois do grande dia, no qual bateu os recordes de eficiência bruta em menor tempo em cada realização, ele descansara por alguns dias. Mais do que jamais fizera. Desceu à garagem e iniciou o falatório. Gostava desta parte também.

"Ira, não foi isto? Se eu tenho certeza? Claro que sim! Porque raiva não foi, nem ódio. Ira é mais amplo, menos direcionado, portanto, tem um delta maior de rio no oceano de gente que merece ser escolhida por mim. Quase me perdi, quase perco o controle, porque este sentimento - o tal do pecado capital - não é boa prática para quem tem que fazer o que eu faço quase todo dia e noite também. Podia ter me atrapalhado e posto tudo a perder. mas chega de usar este verbo antônimo de ganhar. Eu ganhei mais um recorde! percebi também que a ira, ao contrário do que falam por aí, me ajudou na gana em trabalhar àquele dia de tantas contrariedade com tantas iniquidades dirigidas a mim e a algumas pessoas. 

Repete, não entendi... Ah sim. Verdade que eu me demorei mais, porém não porque fui mais lento. Demandei mais tempo do tempo porque estabeleci novo recorde! E um recorde duplo, porque em cada execução eu fui mais rápido, porque como tinha muita gente por perto, correr riscos desnecessários não é necessários".

Faca bem afiada de lâmina tinindo, um eficaz fio de náilon e suas mãos e pés. Esganou com elas, pisoteou com eles e cortou traqueias com o fio transparente; a faca só foi usada na primeira execução ao colocar para fora o bucho de um dos piores que ele cruzara no tal dia da ir: um arrogante motorista que estacionou em ,oca proibido com seu potente som ligado no talo. Este foi o mais rápido de resolver. O que mais aprovara me sua atitude foi o silêncio que ele perpetrara em todas as execuções: somente barulho dos estertores do esganar e do uso do fio foram feitos - uma tosse pela metade, um arfar mirrado e pronto!
"Vamos para o próximo. Aliás, agora quero 'a próxima'".

http://sermons.pastorkeithanderson.net/crossing-the-line-easter-3c/

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